domingo, 24 de maio de 2015

Sociologia da Educação - 4ª Semana

Sociologia da Educação - 4ª Semana


Igualdade, desigualdade e escola

A aula discutirá: desigualdades sociais e educação; valor dos diplomas e reprodução social; conclusões de um estudo realizado na Europa.
Profª. Drª. Ana Maria Klein

https://www.youtube.com/watch?v=AtPUOpAPALE




Desigualdades sociais e educação


A pesquisadora Vanda Mendes Ribeiro situa a problemática da desigualdade entro da escola, que é tentar fazer com que todas as crianças tenham o menor número de desigualdade entre elas, fazer com que todas consigam absorver os conteúdos ministrados. Isso é muito difícil pois existe uma grande diferença entre o nível sócio econômico das famílias e o nível de aprendizagem. O Brasil é um país muito desigual, então uma escola mais justa é aquela que os alunos estão no mesmo nível de aprendizado.

  • 29% da população - famílias pobres; entre as crianças, esse número chega a 45,6%;
  • As crianças negras e as de áreas rurais têm quase 70% mais chance de viver na pobreza do que as brancas e urbanas;
  • 64% das crianças pobres não vão à escola durante a primeira infância;
  • Nas regiões mais pobres, como o Norte e o Nordeste, somente 40% das crianças terminam a educação fundamental. No sul e sudeste - 70%
  • De cada 100 estudantes que entram no ensino fundamental, 59 terminam a 8 série, e apenas 40, o ensino médio.

Este levantamento só mostra o quanto é grande a desigualdade no pais, dificultando o alcance de todos para um futuro melhor. Grande parte do Brasil ainda em pleno século 21 não sabem ler nem escrever (maioria Norte e Nordeste).

Escola reprodutora ou transformadora


A escola reproduz as desigualdades sociais? A reprodução das desigualdades passaria, primeiro, pela transformação das desigualdades sociais em desigualdades escolares de mesma extensão?

Percebemos que as escolas de alunos de classe social melhor tem um desenvolvimento muito melhor do que as de escolas de locais de classe social inferior.

Papel da escola na reprodução das desigualdades sociais


As relações entre as desigualdades escolares e as desigualdades sociais não são perfeitamente uniformes.

Isso leva a se questionar se a escola exerce por toda parte o mesmo papel, do mesmo modo e com a mesma extensão no mecanismo da reprodução social (DUBET, 2012).

Desigualdades escolares e sociais



Qual o papel exercido pela organização dos sistemas escolares na transformação, mais ou menos fiel, das desigualdades sociais em desigualdades escolares?

O que acontece depois da escola, para o modo como as sociedades utilizam e valorizam os títulos escolares? (DUBET, 2012)

O sistema de ensino não tenta mudar o que temos fora da escola, ou seja, a escola mantem as desigualdades, o que vemos é somente desempenhos diferentes.

E depois da escola é proposto como os alunos usar o diploma.

Valor dos diplomas e reprodução social

Estudo desenvolvido por pesquisadores na Europa partem do pressuposto de que o funcionamento da escola e a influência dos diplomas sobre o acesso às posições sociais pesam tanto quanto as desigualdades sociais que antecedem a escola na formação das desigualdades escolares e nas consequências sociais dessas desigualdades.

Qual a importância do diploma na sociedade, é útil ou não?

Sistemas igualitários


Entender a escolarização não é garantia de justiça escolar. Tudo depende da maneira como a escola se organiza e do que se faz nela.

As diversas maneiras de organizar os estudos exercem um papel importante nas desigualdades entre alunos. Sistemas igualitários individualizam as pedagogias, de modo que a homogeneidade da formação não seja uma maneira de marginalizar aqueles que não se curvam à norma comum.

O que se faz dentro da escola, como ela lida com as diferenças é de grande valia para o desenvolvimento futuro do aluno fora da escola.

Oferta de emprego e diplomas

O impacto da escola sobre a sociedade, principalmente suas desigualdades e sua reprodução, dependeria, na verdade, das relações entre os diplomas e os empregos.

A influência dos diplomas é mais elevada quando o emprego é relativamente raro e as desigualdades escolares são grandes.

Nas sociedades que não tem muito emprego os diplomas tem grande validade, logo estaremos selecionando as pessoas, assim cria as desigualdades, transforma a desigualdade social em desigualdade escolar, somente quem estudou muito consegue o emprego na sociedade, então o diploma tem um valor muito grande quando o emprego é raro.

Posição social e diploma


Quando a influência da escola é grande , não apenas as desigualdades de carreiras escolares são importantes, mas também a reprodução é maior.

Trata-se de sociedades rígidas, onde a atribuição das posições é decidida por diplomas, eles próprios decididos pela origem social.

Os melhores empregos sempre vão para as elites, e é quem tem a melhor escola.

Redes igualitárias

As escolas que selecionam tarde, que mantêm todos os alunos juntos e que individualizam as pedagogias parecem mais igualitárias e menos reprodutivas do que as outras.

Não separa por nível de rendimento mais cedo, mantem o currículo por mais tempo.

Diploma valorizado para emprego


Quanto maior for a influência, a utilidade social dos diplomas, maiores serão as desigualdades escolares. Não apenas as desigualdades escolares serão maiores, mas também a reprodução social será mais intensa: será mais elevada a parte da renda dos filhos explicadas pela dos pais.

Isso mostra que se os pais forem de classe social mais pobre, será muito difícil um ensino de qualidade e com isso a renda dos filhos no futuro será a mesma.






A escola pública

Os temas discutidos serão: escola pública, laica e de qualidade; escola dual; diferenças na escola pública.
Profª. Drª. Ana Maria Klein 


https://www.youtube.com/watch?v=6vCpgVPOTqc




Escola pública, laica e de qualidade



A luta pela escola pública laica, obrigatória e gratuita para toda a população tem sido bandeira constante entre os educadores brasileiros.

Tema da escola pública levanta questionamentos sobre: funções sociais e pedagógicas da escola, universalização do acesso, permanência, o ensino e a educação de qualidade, o atendimento às diferenças sociais e culturais, e a formação para a cidadania crítica.

Portanto a vários pontos para prestar atenção a respeito da escola pública, os alunos tem direito a estarem dentro da escola, mas basta isso, como a escola equilibra as desigualdades?

 Anísio Teixeira - Bahia, julho de 1900; Rio de Janeiro 1971. Formado em direito. Atuou na vida pública. Traduziu livros do Filósofo John Dewey.

Defensor da escola pública, laica de qualidade, o momento histórico, cria o manifesto dos pioneiros de 1932. E com o fim da segunda guerra o país está buscando uma escola qual tipo será implementada no país, nesta mesma época o Brasil está passando pela crise do estado novo, e inaugura na Bahia a escola pública integral voltada para as pessoas carentes.

Escola pública no Brasil

Compreender as articulações com as classes populares.

Sujeitos que vêm sendo historicamente excluídos da educação escolar. Não basta apenas a universalizar a escola, é necessário as políticas públicas para implementá-la.

Escolarização como direito: políticas públicas para expansão de vagas, viabilizar educação de jovens e adultos, ampliar o acesso ao ensino superior.

Escola de massas no Brasil


A ampliação/universalização do acesso ao ensino obrigatório - a partir da década de 60 - escola de massas. Aberta para grande parte da população.
Problema decorrente - ampliação rápida da quantidade de alunos resolvida por políticas públicas de ampliação do número de turnos diários, ampliação do número de alunos por turma.

Acesso à escola no Brasil

A ampliação do acesso ao ensino obrigatório - crianças com condições pessoais, familiares, culturais e econômicas, que anteriormente eram excluídas por mecanismos de seletividade, passassem a frequentar a escola. Um direito, um ganho social, pois as classes menos provida agora tem direito a educação, mas como colocar tantas crianças na mesma escola? E a diversidade que entram da escola. Muitas são as primeiras crianças da família a frequentar a escola, que pensamentos virão a ter, estes são alguns problemas enfrentados.

A questão da diferença na escola

A diferença é uma questão central na problematização da escola pública. A escola pública é para todos, sem distinção.

Cotidiano escola - reúne crianças classificadas, a partir de muitas categorias, como diferentes: ritmos de aprendizagem, culturas, costumes e hábitos sociais, relações familiares, etc.

Não são todas crianças que aprendem ao mesmo tempo, diferentes pais, etc, muita diversidade.

Exclusão na escola

A exclusão da escola dá lugar à exclusão na escola, que ressalta a manutenção do conflito presente na dinâmica inclusão/exclusão.

Essa tensão, precisa questionar não o sujeito que fracassa, mas as relações que geram o fracasso de muitos e o êxito de alguns, se existia uma época que para entrar na escola era preciso fazer provas, que possibilitava ou não o acesso a escola, isso cai por terra e todos tem direito a escola, isso gera uma exclusão na escola, pois nem todos conseguem aprender. Isso gera questionamentos como: o que faremos para ensinar a todos?

A outra face da exclusão escolar

Visibilidade da seletividade escolar - em outras épocas era expressa pela não-oferta de vagas a todos ou os processos de reprovação nas séries iniciais.

Hoje - aluno tem permanecido na escola sem que dela tenha usufruído, as crianças permanecem na escola, mas praticamente nada aprendem.

Dualismo na escola brasileira

Em um extremo - a escola assentada no conhecimento, na aprendizagem e nas tecnologias, voltada aos filhos dos ricos

Em outro extremo - a escola do acolhimento social, da integração social, voltada aos pobres e dedicada, primordialmente, a missões sociais de assistência e apoio às crianças.

Fato para refletir, o que é a escola da elite e como é a escola de massas, todas precisam aprender.

Diferenças na escola pública

As escolas, por pertencerem a um determinado sistema de ensino, possuem aspectos comuns.

Mas, cada escola é uma instituição social única, com características próprias, fruto de sua história e das relações sociais ali estabelecidas.

A escola possui um espaço de autonomia que lhe permite, dentro de limites se constituir em frente de resistência aos processos de seletividade e de exclusão.

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