quarta-feira, 13 de maio de 2015

Psicologia do Desenvolvimento - 3ª Semana

Psicologia do Desenvolvimento - 3ª Semana


A criança que não aprende

Trata-se de um programa de reflexão. Por que algumas crianças não aprendem? Como identificar as dificuldades e por que elas acontecem? A UNIVESP TV visitou três escolas municipais de São Paulo. Registrou em imagens algumas aulas e, em entrevistas com professores e coordenadores pedagógicos, opiniões acerca do tema.

https://www.youtube.com/watch?v=NQcjzoWTlAM



Está na Constituição Federal de 1988

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:

V. Acesso aos níveis mais elevados do ensino,  da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;

Professores, coordenadores pedagógicos e diretores falam que a falha para uma criança não aprender é da família, da própria criança que é desatenta, que não participa, que são indisciplinados, sem limites, carentes, que uma grande falta de estrutura escolar.

As professoras convidadas Profª. Silvia Collelo (USP) e Profª. Maria Teresa Mantoan (Unicamp) dizem que as crianças tem que aprender em uma sociedade que o que é valorizado é o ter e não o ser. Falam da autonomia do aluno, que tem que ser oferecido um ensino desafiador, provocando o desejo de aprender. Que crianças do século XXI não querem aprender com práticas mecânicas e repetitivas.

Falam ainda que a aula tradicional é uma aula que serve para excluir, equipara todos os alunos a um modelo, os que não cabem ao modelo, são excluídos.




Disciplina e indisciplina na escola

Os fenômenos da disciplina e da indisciplina precisam ser analisados numa perspectiva multidisciplinar e complexa, se quisermos avançar em processos e métodos que auxiliem em seu enfrentamento no cotidiano escolar. E este é o foco desta aula.
Profº. Drº. Ulisses Araújo
,




As raízes da indisciplina:

  • A indisciplina e a violência que vem tirando os sono dos profissionais da educação não são problemas isolados;
  • A raiz do problema está na própria concepção do que é educação, de qual é o ´papel da escola na sociedade e de como devem ser constituídas as relações professor/aluno em um mundo onde se conscientiza  da importância da liberdade, da  justiça e do respeito aos direitos e deveres individuais e coletivos.
Em uma perspectiva multidimensional, a indisciplina pode ter múltiplas causas, internas e externas à escola, como:
  • autoritarismo do professor/escola;
  • conteúdos e metodologias desinteressantes;
  • história familiar;
  • personalidade do aluno;
  • baixa auto-estima;
  • valores anti-sociais;
Enfrentando a indisciplina:
  • exige dos profissionais da educação uma nova postura, democrática e dialógica, que entenda os alunos, não mais como sujeitos subservientes ou adversários que devem ser vencidos e dominados;
  • o caminho está em reconhecê-los como parceiros de uma caminhada política e humana que almeja a construção de uma sociedade mais justa, solidária e feliz.
Nessa perspectiva multidimensional, o enfrentamento da indisciplina demanda re-significar os seguintes aspectos da vida escolar, dentre outros:
  • conteúdos escolares (conteúdos sem necessidade e sem função para vida) - temas transversais (trazer para sala de aula o cotidiano);
  • metodologia das aulas(o professor com o papel de ensinar e o aluno sentado só escutando) - cooperativas e dialógicas(projetos);
  • relações interpessoais - dialógicas e democráticas;
  • valores - democráticos;
  • auto-estima - valorização pessoal;
  • auto-conhecimento - sentimento e emoções;
  • gestão escolar - assembleias.

Violência na escola

Programa que reflete sobre os limites entre a educação e a violência. Apresenta cenas reais filmadas em escolas e cenas de filmes, depoimentos de professores, de alunos e de pesquisadores que estudaram o assunto.





Além de  -situações reais é apresentado cenas dos filmes:

Boston Public - 2000
Os incompreendidos - 1959
Documentário Escolas Chinesas,difícil começo. 2008

As cenas mostram situações  de autoritarismo dos professores, mostrando que eles podem tudo e que as crianças não podem nada. Há agressão entre alnos, brincadeiras e trocas de insultos que geram violência.



Preconceito e diversidade na escola.

Nesta aula, trabalhamos a noção de preconceito, de acordo com algumas teorias da Psicologia. Passamos a aplicar esse conceito na área de Psicologia Moral, aliando-o à perspectiva da construção de valores, e chegamos a uma breve reflexão sobre o trabalho em Educação Moral para o respeito à diversidade.
Prfoª.Drª. Viviane Pinheiro


https://www.youtube.com/watch?v=rdYQPWebv-4


1º. Caso: Garoto negro de 8 anos ofendido em sala de aula por colega.
Mãe do aluno: "Ela disse que viu uma coleguinha dizendo para ele que ele nunca vai arranjar namorada,que ninguém nunca vai gostar dele,porque ele é preto, feio, sujo e fedido. Agora ele está choroso, só chora.Ele escreveu na agenda que odeia a escola. E fica me perguntando:"Mãe, eu sou fedido?mãe, eu sou sujo?" Dói muito ver o seu filho passando por isso."

2º. Caso: Garoto com deficiência intelectual de 9 anos causou reações negativas em turma do 1º ano.
Professora: "A fisionomia dele assustava as crianças. Resolvi explicar que o Gabriel sofreu má-formação ainda na barriga da mãe. Falamos sobre isso numa roda de conversa com todos. Eles ficaram curiosos e fizeram perguntas ao colega sobre o cotidiano dele. Depois de tudo esclarecido, os pequenos deixaram de sentir medo."

3º. Caso:Garota homossexual vítima de bullying na escola.
Aluna: "Como era meio estereotipada, as pessoas da turma começaram a me perseguir. Quando eu chegava à escola, minha carteira estava riscada com o nome de "sapatão". As pessoas também colocavam essas mensagens nos banheiros. Eu me sentia muito mal, então resolvi me dedicar bastante aos estudos, pois eu imaginava se ninguém queria falar comigo eu precisava, pelo menos, me destacar em alguma coisa."

Preconceito - Disposição psicológica - fenômeno complexo e dinâmico que se constroi  na mediação entre indivíduo e sociedade.

Discriminação - expressão exterior dessa disposição (atitude e ação).

Para  Floyd Allport:

  • preconceito é pensar negativo sobre o outro sem conhecimento sobre ele;
  • generalização categórica sobre determinados grupos;
  • prejulgamento é inerente ao ser humano na compreensão do real.
Para  Teordor Adorno:
  • preconceito - rigidez de conduta. Falta de reflexão para assegurar a permanência do status quo (falha de segurança).
Para Evirng Goffman:
  • conceito de estigma - relação entre o preconceituoso e o alvo do preconceito.
Construção de valores e preconceitos:
  • valores - surgem da projeção de sentimentos positivos sobre objetos e/ou pessoas, e/ou relações, e/ou sobre si mesmos.
  • preconceitos - valores que são expressos por meio de juízos preconceituosos mediante a representações que o sujeito tem sobre a(s) realidade(s).
Tais representações não são frutos apenas de construções individuais, pois a cultura exerce papel fundamental para sua elaboração.

Cultura X identidade
  • construção de valores preconceituosos na primeira infância - força da cultura.
  • identidade(s) - imprevisibilidade que pode desmentir esteriótipo disseminado culturalmente.
  • valores preconceituosos - dirigidos a diferentes conteúdos, presentes no contexto vivenciados.
Educação Moral para o respeito à diversidade:
" [...] É necessário contrapor-se a uma tal ausência de consciência, é preciso evitar que as pessoas golpeiem para os lados sem refletir a respeito de si própria. A educação tem sentido unicamente como educação dirigida a uma auto reflexão crítica". Adorno,2000

Nenhum comentário:

Postar um comentário