sábado, 15 de novembro de 2014

História da Educação - 1ª Semana

História da Educação - 1ª Semana


Introdução à disciplina e diferentes concepções sobre história

Profª. Drª. Paula Perin Vicentini
Profª. Drª  Vivian Batista da Silva
Profª. Drª. Rita de Cássia Gallego 

Escola dos Annales de maneira geral se caracteriza por uma oposição ao mode tradicional de escrever a história. Ao invés de uma ênfase aos heróis e nas grandes datas, a escola de Annales chama atenção para o cotidiano e personagens até pouco conhecido (crianças, mulheres, loucos e até professores) que em uma visão tradicional não apareceriam. Buscando explicações mais dinâmicas, tanto que a história se articula a outras disciplinas como a psicologia e a sociologia.

Na história da educação se produzia história a partir das leis, grandes personagens (autores que se tornavam marcos). Podemos demarcar o ano de 1990 como uma produção da história da educação internacional, como no Brasil também e levantar a pergunta: Aonde estão os professores? Aonde estão os alunos? E a própria escola?


No caso educacional, tem novas fontes a utilizar, além das oficiais, legislação, mas também escrito de professores, alunos, imagens de escolas, entrevistas com professores. Estudo da cultura escolar, mas o cotidiano como o tempo escolar, determinada instituição. Estas fontes são encontradas no arquivo do estado, é restrito e são chamadas de fontes primárias. livros, cartilhas são materiais de historiadores educacional.



A escola ontem e hoje

Profª Drª. Rita de Cássia Gallego
Profª Drª. Paula Perin Vicentini

Estrutura de ensino de hoje:

  • Educação Infantil - 0  a 5 anos
  • Ensino Fundamental - 6 a 14 anos
  • Ensino médio -15 a 17 anos
  • Ensino Superior
















Essa estrutura é estabelecida a partir da lei de diretrizes e bases (LDB) de 1996 e tivemos essa mudança no fundamental( de 9 anos) em 2006.

É importante lembrar que o primeiro nível de ensino foi o primário, a lei geral de 15 de outubro de 1827(homenagem do dia dos professores), criou  a escola de primeiras letras para meninos e meninas, assim começou a esboçar um sistema de organização primária, com grande empenho do Estado, com baixa adesão de alunos e só expandindo em 1970 - 1980.

Ato adicional de 1834 atribuiu as províncias, governo local, organizar o ensino primário e a formação dos professores.

Criação dos grupos escolares em 1893, São Paulo foi o pioneiro. O primário deveria ser acessível a todos.

A continuação do ensino era bem seletiva, não era para todos, havia um exame da admissão, o nível era bastante elevado para o ensino médio.

reforma Francisco Campos de 1931, que organizou o nível de ensino secundário, estabeleceu o registro de professores, equiparou instituições secundaristas ao colégio Pedro II e favoreceu escolas particulares desse nível.

Em 1942, a reorganização em dois ciclos, sendo o primeiro constituído por 4 anos( 4 anos ginasiais) e seguido por 3 anos.depois da década de 50 passa a ser menos elitizados se tornando mais acessível.

LDB de 1971 passa a ter obrigatoriedade de 8 anos de escolaridade, incorporando o antigo primário e secundário, passando a denominar 1º e 2º grau.



A igreja e a ação dos jesuítas nos primórdios da escolaridade brasileira


O historiador português Jorge Couto estuda a influencia dos jesuítas no Brasil e no mundo.
O projeto inicial do jesuítas era a missionação. Eles educavam catequizando e catequizavam educando, virtudes e letras era um princípio desde de Santo Inácio de Loyola, fundador da ordem.

O filme Anchieta, José do Brasil , do cineasta Paulo César Saracene, conta as dificuldades dos primeiros jesuítas.


A Elite pedi e contribuía financeiramente para os jesuítas construir colégio e só que tinha acesso era a elite local.

Evangelizar era a missão,a educação era um meio para chegar a este fim. Se o colégio deixa a evangelização de lado ele se descaracteriza como jesuíta. O método pedagógico dos jesuítas era organizado em um conjunto de normas, Ratio Studiorum, 1599. Foi estabelecido pelo Santo Inácio e reformado algumas vezes.

O sociólogo Gilberto Freire, em seu livro, Casa Grande, senzala, considera os jesuítas, agentes europeus de desintegração de valores nativos, do ponto de vista dele, os jesuítas destruíam a cultura dos índios. Já Fernando Azevedo, considera os jesuítas responsáveis pela mais importante fase da história da educação no Brasil, no seu livro A formação  da cultura brasileira, diz que com a vinda dos jesuítas em 1549, inaugurou-se a primeira fase da história da educação, a mais longa e certamente a mais importante, durou aproximadamente 210 anos.



Reformas Pombalinas


Iluminismo, século XVIII, o século das luzes, definido por identificador de ideias, "educador", isto é, aquele que se deixa guiar pelas lizes da razão. Neste contexto de Iluminismo que ocorre uma série de reformas no Império Português.

Em 3 de setembro de 1759, uma lei determina a expulsão dos jesuítas de Portugal e de seus domínios. Quem está no trino é Dom José I, mas quem comanda o país é o primeiro ministro do rei marquês de Pombal. Ele instaurou as reformas Pombalinas na educação.





















Um ponto importante é o da gramática. Os jesuítas ensinavam em latim e com a reforma Pombalina passa-se a ser ensinado na língua materna, o ensino de línguas deve ter um caráter útil e aplicado, esse dois termos, útil e aplicado passam a ser sistemático no ideário Pombalino.

na educação jesuística a teologia ocupa um lugar central, o que se chocasse com a tradição da igreja católica ou com os ensinamentos bíblicos não era bem considerado. Esse método era criticado por Pombal, que tinha a clareza que a educação tinha que ser mudada.

A educação passa a ser responsabilidade do Estado e laica, independente de clero e da igreja.

Em 1772, teve a criação do sistema das aulas régias, e tinha  como figura central o professor, que era concursado e tinha o estatuto de nobre, era pago pelo estado e que dava aulas de uma determinada matéria na sua casa ou em alguma sala específica.


Atividade 



Entrevista com pessoas de diferentes gerações




O entrevistado tem 84 anos, nascido em 1930. Entrou na escola com sete anos e estudou apenas dois anos, pois tinha que trabalhar.
Nessa época havia o primário e se fazia uma prova de admissão para entrar no ginásio. Tinha castigo no milho, palmatória ou ficava sem recreio, era humilhado quem errasse as respostas.


Pessoa nascida em 1951, com 63 anos. Iniciou no primário com sete anos, depois fazia uma prova de admissão para entrar no ginásio, se não fosse aprovado por duas vezes perdia a vaga. Poucas pessoas passavam, era muito difícil e exigia muito conhecimento.
Na escola tinha muita lição para fazer e quem não fizesse era castigado, ficava de frente para parede ou não tinha recreio, ficava na sala fazendo a lição. Tinha que saber a tabuada de cor e a professora tomava, se errasse tinha que fazer 600 vezes a mesma tabuada para o dia seguinte.
A estrutura da escola era a mesma de agora.


A entrevistada nasceu em 1971, entrou na escola com cinco anos, era chamada recreação e depois passava para o pré-primário, o primário era da 1ª a 4ª série, ginásio da 5ª a 8ª e depois o colegial normal com três séries, havia o magistério com quatro anos ou técnico.
Aprendiam decorando tudo, matemática, regras de português, geografia, história, etc. Tinha que estar bem preparada para a prova bimestral e no fim do ano era a semana do provão, tinha que saber o conteúdo do ano todo.
Ela estudou sempre na mesma escola, o primário era matutino, o ginásio era vespertino e quando começou o colegial, houve um remanejamento e as crianças do primário foram para outro prédio, passando o colegial para as manhãs.
Era um prédio com várias salas no primeiro andar, onde eram ministradas as aulas e no térreo havia biblioteca, um laboratório, anfiteatro, sala de jogos, merenda e uma sala onde havia dentista duas vezes por semana. Tinha um pátio coberto e duas quadras.


Pessoa nascida em 1996, com 18 anos. Entro na escola com cinco anos. Fez Pré I e Pré II, em uma escola municipal, era uma estrutura com quatro salas e uma cozinha, tinha um parque enorme com muitos brinquedos e árvores. Passando para o fundamental I, mudou de escola, essa estadual com 16 salas de aula, uma quadra e um pátio coberto. Depois foi para o fundamental II e fez o ensino médio também em outra escola estadual, esse prédio era muito grande com 24 salas, biblioteca, laboratório de informática, de química e de artes, anfiteatro, uma quadra coberta e duas descobertas, dois pátios, uma sala de leitura, refeitório, jardins e uma horta.
Aprendia por meio de explicações e exercícios de fixação.                                                                      


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