domingo, 24 de maio de 2015

Políticas Públicas para Educação - 4ª Semana

Políticas Públicas para Educação - 4ª Semana




Políticas públicas para o ensino superior (parte 1)

Entrevista com a Profª. Helena Sampaio sobre as políticas de ensino superior no Brasil.
Profº. Drº. Geraldo di Giovanni


https://www.youtube.com/watch?v=IhfjObufcek



Início das políticas públicas: período colonial, com a chegada da corte em 1908, período do Império ainda com resistência à universidade, grande momento na república, com a liberação da oferta de ensino público e privado.

Distinção do privado com o público em meados dos anos 70, onda de expansão em 90 e em 1996 a legalização da situação de instituições com fins lucrativos.
  • Privado: papel complementar, assumem a massa, pois o público não pode atender.
  • Público: federais e estaduais, pesquisas e exigências em qualidade, suas ofertas são seletivas, menos vagas;
O motor desta expansão é o superior privado, suprindo a demanda e com autonomia para novos cursos e aberturas de mais vagas, por traz as grandes corporações de ensino privado.




Políticas públicas para o ensino superior (parte 2)

Entrevista com a Profª. Helena Sampaio sobre as políticas de ensino superior no Brasil.
Profº. Drº. Geraldo di Giovanni





O setor público (federais e estaduais) são gratuitas para os estudantes, as pesquisas e extensões são realizadas muitas vezes com parcerias a empresas de tecnologias. Existem diferenças nos repasses entre Estados, os recursos são por vezes bem menores que o mínimo que se precisa, comprometendo as pesquisas e outros.

O setor privado, o serviço que o aluno recebe, ele é quem paga; O financiamento público para as instituições privadas tem 30% de financiamento público; Exemplos: PROUNI e   FIES;

A rigidez do ensino superior público, favorece o aumento da privada, existem outros problemas como: política na educação básica, repensar sistema de cotas desde o início da vida escolar, jovens que não concluem o fundamental.






Políticas de alimentação escolar

Entrevista com o professor da Unicamp Walter Belik sobre a Política Nacional de Alimentação Escolar.
Profº. Drº. Geraldo di Giovanni


https://www.youtube.com/watch?v=1YN6jCswNMk



Se constituiu seguindo os países desenvolvidos na década de 50, mas entra no Brasil de forma restrita, algumas cidades como o RJ e a base de doações. Nos anos 60 se generaliza, anos 70 se espalha, com abrangência nacional, e em 1979 com a centralização em Brasília, o governo comprava e enviava aos municípios. Só em 1994 ganha eficiência e qualidade, gerenciado de forma moderna, onde a comunidade participa, acompanha, fiscaliza, pois o recurso tem de ser bem aplicado, com o conselho de alimentação escolar.


O programa traz impactos nutricionais, de desempenho e melhora a assiduidade, passa a ser um atrativo. Todas as crianças do fundamental tem refeições, as vezes duas no período integral. Foi criada uma estrutura na escola, pois existem hortas escolares, educação alimentar, regulamentação dos alimentos, com a agricultura familiar e alimentos in natura;




Conselhos escolares

Entrevista com o professor da Unicamp Walter Belik sobre os Conselhos escolares e a experiência dos Conselhos de Alimentação Escolar.
Profº. Drº. Geraldo di Giovanni




https://www.youtube.com/watch?v=hhcgceI5ufM



Segurança alimentar: disponibilidade de alimentos, acesso a estes alimentos a estudantes de baixa renda, a estabilidade, pois não basta ter o alimento, tem de ser oferecido de forma constante e iniquidade, o alimento tem de ser bom.

Foi confirmado através de pesquisas o aumento da assiduidade escolar em virtude da refeição, as escolas oferecem alimentação todos os dias, até nas férias; as famílias são de baixa renda, mas não passam fome, isso justifica a segurança escolar.

A função dos conselhos é acompanhar desde a compra, recepção, cardápios até se a criança está se alimentando. Mas existem heterogeneidade nestes conselhos, em pequenos municípios, ou na forma de fiscalização e encontros; existem punições como cortes em verbas caso não esteja de acordo com o TCU.

O poder decisório do conselho funciona por denúncias ou visitas surpresas para verem a cozinha, depósito e condições gerais.

A conclusão dos relatórios:

  •  toda escola tem de ter uma nutricionista; 
  •  os cardápios tem de ser assinados pelo profissional;
  •  cozinheiras e auxiliares são de responsabilidades das nutricionistas;
  •  aproveitamento integral dos alimentos;
  •  conservação destes alimentos;



Sociologia da Educação - 4ª Semana

Sociologia da Educação - 4ª Semana


Igualdade, desigualdade e escola

A aula discutirá: desigualdades sociais e educação; valor dos diplomas e reprodução social; conclusões de um estudo realizado na Europa.
Profª. Drª. Ana Maria Klein

https://www.youtube.com/watch?v=AtPUOpAPALE




Desigualdades sociais e educação


A pesquisadora Vanda Mendes Ribeiro situa a problemática da desigualdade entro da escola, que é tentar fazer com que todas as crianças tenham o menor número de desigualdade entre elas, fazer com que todas consigam absorver os conteúdos ministrados. Isso é muito difícil pois existe uma grande diferença entre o nível sócio econômico das famílias e o nível de aprendizagem. O Brasil é um país muito desigual, então uma escola mais justa é aquela que os alunos estão no mesmo nível de aprendizado.

  • 29% da população - famílias pobres; entre as crianças, esse número chega a 45,6%;
  • As crianças negras e as de áreas rurais têm quase 70% mais chance de viver na pobreza do que as brancas e urbanas;
  • 64% das crianças pobres não vão à escola durante a primeira infância;
  • Nas regiões mais pobres, como o Norte e o Nordeste, somente 40% das crianças terminam a educação fundamental. No sul e sudeste - 70%
  • De cada 100 estudantes que entram no ensino fundamental, 59 terminam a 8 série, e apenas 40, o ensino médio.

Este levantamento só mostra o quanto é grande a desigualdade no pais, dificultando o alcance de todos para um futuro melhor. Grande parte do Brasil ainda em pleno século 21 não sabem ler nem escrever (maioria Norte e Nordeste).

Escola reprodutora ou transformadora


A escola reproduz as desigualdades sociais? A reprodução das desigualdades passaria, primeiro, pela transformação das desigualdades sociais em desigualdades escolares de mesma extensão?

Percebemos que as escolas de alunos de classe social melhor tem um desenvolvimento muito melhor do que as de escolas de locais de classe social inferior.

Papel da escola na reprodução das desigualdades sociais


As relações entre as desigualdades escolares e as desigualdades sociais não são perfeitamente uniformes.

Isso leva a se questionar se a escola exerce por toda parte o mesmo papel, do mesmo modo e com a mesma extensão no mecanismo da reprodução social (DUBET, 2012).

Desigualdades escolares e sociais



Qual o papel exercido pela organização dos sistemas escolares na transformação, mais ou menos fiel, das desigualdades sociais em desigualdades escolares?

O que acontece depois da escola, para o modo como as sociedades utilizam e valorizam os títulos escolares? (DUBET, 2012)

O sistema de ensino não tenta mudar o que temos fora da escola, ou seja, a escola mantem as desigualdades, o que vemos é somente desempenhos diferentes.

E depois da escola é proposto como os alunos usar o diploma.

Valor dos diplomas e reprodução social

Estudo desenvolvido por pesquisadores na Europa partem do pressuposto de que o funcionamento da escola e a influência dos diplomas sobre o acesso às posições sociais pesam tanto quanto as desigualdades sociais que antecedem a escola na formação das desigualdades escolares e nas consequências sociais dessas desigualdades.

Qual a importância do diploma na sociedade, é útil ou não?

Sistemas igualitários


Entender a escolarização não é garantia de justiça escolar. Tudo depende da maneira como a escola se organiza e do que se faz nela.

As diversas maneiras de organizar os estudos exercem um papel importante nas desigualdades entre alunos. Sistemas igualitários individualizam as pedagogias, de modo que a homogeneidade da formação não seja uma maneira de marginalizar aqueles que não se curvam à norma comum.

O que se faz dentro da escola, como ela lida com as diferenças é de grande valia para o desenvolvimento futuro do aluno fora da escola.

Oferta de emprego e diplomas

O impacto da escola sobre a sociedade, principalmente suas desigualdades e sua reprodução, dependeria, na verdade, das relações entre os diplomas e os empregos.

A influência dos diplomas é mais elevada quando o emprego é relativamente raro e as desigualdades escolares são grandes.

Nas sociedades que não tem muito emprego os diplomas tem grande validade, logo estaremos selecionando as pessoas, assim cria as desigualdades, transforma a desigualdade social em desigualdade escolar, somente quem estudou muito consegue o emprego na sociedade, então o diploma tem um valor muito grande quando o emprego é raro.

Posição social e diploma


Quando a influência da escola é grande , não apenas as desigualdades de carreiras escolares são importantes, mas também a reprodução é maior.

Trata-se de sociedades rígidas, onde a atribuição das posições é decidida por diplomas, eles próprios decididos pela origem social.

Os melhores empregos sempre vão para as elites, e é quem tem a melhor escola.

Redes igualitárias

As escolas que selecionam tarde, que mantêm todos os alunos juntos e que individualizam as pedagogias parecem mais igualitárias e menos reprodutivas do que as outras.

Não separa por nível de rendimento mais cedo, mantem o currículo por mais tempo.

Diploma valorizado para emprego


Quanto maior for a influência, a utilidade social dos diplomas, maiores serão as desigualdades escolares. Não apenas as desigualdades escolares serão maiores, mas também a reprodução social será mais intensa: será mais elevada a parte da renda dos filhos explicadas pela dos pais.

Isso mostra que se os pais forem de classe social mais pobre, será muito difícil um ensino de qualidade e com isso a renda dos filhos no futuro será a mesma.






A escola pública

Os temas discutidos serão: escola pública, laica e de qualidade; escola dual; diferenças na escola pública.
Profª. Drª. Ana Maria Klein 


https://www.youtube.com/watch?v=6vCpgVPOTqc




Escola pública, laica e de qualidade



A luta pela escola pública laica, obrigatória e gratuita para toda a população tem sido bandeira constante entre os educadores brasileiros.

Tema da escola pública levanta questionamentos sobre: funções sociais e pedagógicas da escola, universalização do acesso, permanência, o ensino e a educação de qualidade, o atendimento às diferenças sociais e culturais, e a formação para a cidadania crítica.

Portanto a vários pontos para prestar atenção a respeito da escola pública, os alunos tem direito a estarem dentro da escola, mas basta isso, como a escola equilibra as desigualdades?

 Anísio Teixeira - Bahia, julho de 1900; Rio de Janeiro 1971. Formado em direito. Atuou na vida pública. Traduziu livros do Filósofo John Dewey.

Defensor da escola pública, laica de qualidade, o momento histórico, cria o manifesto dos pioneiros de 1932. E com o fim da segunda guerra o país está buscando uma escola qual tipo será implementada no país, nesta mesma época o Brasil está passando pela crise do estado novo, e inaugura na Bahia a escola pública integral voltada para as pessoas carentes.

Escola pública no Brasil

Compreender as articulações com as classes populares.

Sujeitos que vêm sendo historicamente excluídos da educação escolar. Não basta apenas a universalizar a escola, é necessário as políticas públicas para implementá-la.

Escolarização como direito: políticas públicas para expansão de vagas, viabilizar educação de jovens e adultos, ampliar o acesso ao ensino superior.

Escola de massas no Brasil


A ampliação/universalização do acesso ao ensino obrigatório - a partir da década de 60 - escola de massas. Aberta para grande parte da população.
Problema decorrente - ampliação rápida da quantidade de alunos resolvida por políticas públicas de ampliação do número de turnos diários, ampliação do número de alunos por turma.

Acesso à escola no Brasil

A ampliação do acesso ao ensino obrigatório - crianças com condições pessoais, familiares, culturais e econômicas, que anteriormente eram excluídas por mecanismos de seletividade, passassem a frequentar a escola. Um direito, um ganho social, pois as classes menos provida agora tem direito a educação, mas como colocar tantas crianças na mesma escola? E a diversidade que entram da escola. Muitas são as primeiras crianças da família a frequentar a escola, que pensamentos virão a ter, estes são alguns problemas enfrentados.

A questão da diferença na escola

A diferença é uma questão central na problematização da escola pública. A escola pública é para todos, sem distinção.

Cotidiano escola - reúne crianças classificadas, a partir de muitas categorias, como diferentes: ritmos de aprendizagem, culturas, costumes e hábitos sociais, relações familiares, etc.

Não são todas crianças que aprendem ao mesmo tempo, diferentes pais, etc, muita diversidade.

Exclusão na escola

A exclusão da escola dá lugar à exclusão na escola, que ressalta a manutenção do conflito presente na dinâmica inclusão/exclusão.

Essa tensão, precisa questionar não o sujeito que fracassa, mas as relações que geram o fracasso de muitos e o êxito de alguns, se existia uma época que para entrar na escola era preciso fazer provas, que possibilitava ou não o acesso a escola, isso cai por terra e todos tem direito a escola, isso gera uma exclusão na escola, pois nem todos conseguem aprender. Isso gera questionamentos como: o que faremos para ensinar a todos?

A outra face da exclusão escolar

Visibilidade da seletividade escolar - em outras épocas era expressa pela não-oferta de vagas a todos ou os processos de reprovação nas séries iniciais.

Hoje - aluno tem permanecido na escola sem que dela tenha usufruído, as crianças permanecem na escola, mas praticamente nada aprendem.

Dualismo na escola brasileira

Em um extremo - a escola assentada no conhecimento, na aprendizagem e nas tecnologias, voltada aos filhos dos ricos

Em outro extremo - a escola do acolhimento social, da integração social, voltada aos pobres e dedicada, primordialmente, a missões sociais de assistência e apoio às crianças.

Fato para refletir, o que é a escola da elite e como é a escola de massas, todas precisam aprender.

Diferenças na escola pública

As escolas, por pertencerem a um determinado sistema de ensino, possuem aspectos comuns.

Mas, cada escola é uma instituição social única, com características próprias, fruto de sua história e das relações sociais ali estabelecidas.

A escola possui um espaço de autonomia que lhe permite, dentro de limites se constituir em frente de resistência aos processos de seletividade e de exclusão.

Psicologia do Desenvolvimento - 4ª Semana

Psicologia do Desenvolvimento - 4ª Semana





Infância e desenvolvimento na perspectiva histórico-cultural

Aqui é feita a apresentação das aulas da semana, introduzindo temas como: significado da psicologia do desenvolvimento na formação do/a professor/a; a psicologia do desenvolvimento como teoria que orienta o pensar e o agir docentes; conceito histórico-cultural de desenvolvimento; relação entre aprendizagem e desenvolvimento.
Profª. Drª. Suely Mello



https://www.youtube.com/watch?v=hlqWjGnQ-gE


Antes de começar a profª Suelly faz duas observações:

  1. O tema é sobre a infância mas os princípios discutidos são válidos para a educação dos alnos de 0 à 90 anos.
  2. Sugeri um registro ou auto reflexão ao final de cada aula ou leitura, respondendo a 3 perguntas:
A. Que ideias foram discutidas nesse encontro ou texto?
B. Como essas ideias mexem com as minha ideias?
C. Como essas ideias mexem com minhas práticas ou minhas concepções sobre essas práticas.

Infância e desenvolvimento na perspectiva histórica-cultural

  • A psicologia do desenvolvimento e seu lugar na atuação do professor(a) - conceito que explica o processo de desenvolvimento psicológico do ser humano. Quem é o ser humano? Como as crianças aprendem? A inteligência e a personalidade humana nascem com as pessoas ou são aprendidas ao longo da vida?
  • A psicologia de desenvolvimento como teoria que orienta o pensar e o agir dos docentes;
  • tem sempre uma teoria orientando o pensar e o agir dos docentes - muitos professores(as) não gostam de teorias, preferem ir as práticas. "Quando não conhecemos a teoria que nos orienta, adotamos conscientemente alguma teoria ou alguma teoria nos adota". Em geral,essa teoria que nos adota é o senso comum, que é um misto de mito, preconceitos, verdades e meias verdades que se articulam em forma de teoria;
  • Porque a perspectiva histórico-cultural?
  • papel da educação na escola no desenvolvimento humano - A inteligência e a personalidade da criança é aprendida nas relações sociais. Isso implica para escola um papel fundamental, de busca e desenvolver a inteligência e a personalidade nas máximas possibilidades ao mesmo tempo que trabalhamos os conteúdos do conhecimento humano.

Conceito de desenvolvimento na perspectiva histórico-cultural

  • Funções psicológicas superiores (fala, pensamento, memória, atenção, imaginação, auto-controle da vontade, função simbólica da consciência) - inteligência e personalidade;
  • Desenvolvimento na perspectiva histórico-cultural como neoformação;
  • conceito de ser humano(que ele se torne humano ao longo da vida, aprende a ser humano);
  • Porque histórico-cultural (o nosso corpo biológico se acrescenta da nossa experiência histórica e cultural);
  • Relação entre aprendizagem e desenvolvimento.

Aprendizagem, desenvolvimento e educação:

Relação entre aprendizagem e desenvolvimento como divisor de águas entre a "velha psicologia" e a perspectiva histórico-cultural.

Desenvolvimento é a condição da aprendizagem (valor psicológico).

Aprendizagem  que é condicional  ao movimento humano (histórico-cultural).

A educação é responsável como processo de humanização;

Primeiras implicações pedagógicas

  • Se o desenvolvimento humano acontece movido pela educação, pelas condições materiais de vida e educação, os atores sociais no papel de educadores exercem uma atividade fundamental nesse processo, ou seja:
  • Atividade docente intencional;
  • Educação desenvolvente;
  • Os professores(as) passam a ser vistos com intelectuais que devem organizar intencionalmente as condições concretas(o ambiente, as relações, a gestão do tempo, as atividades) para formar cada criança/aluno alcançar o máximo desenvolvimento histórico em que vivem;
  • Papel da escola: ensinar os conteúdos que promovam a formação e o desenvolvimento das melhores qualidades humanas em cada criança/aluno. Formar cada criança/aluno para ser dirigente (gramsci).



Conceitos fundamentais à compreensão

Os temas desenvolvidos nesta aula são: zonas de desenvolvimento real e próxima; lei genética geral do desenvolvimento; conceito de atividade e de atividade principal; necessidades e motivos.
Profª. Drª. Suely Mello


https://www.youtube.com/watch?v=7aDuOhdNWEA


Zonas de desenvolvimentos: real e próxima

  • Nem todo ensino promove desenvolvimento;
  • O bom ensino incide na zona de desenvolvimento próximo (ou iminente/imediato) das crianças/alunos (Vygotsky).

Relação entre zona de desenvolvimento real (ZDR) e zona de desenvolvimento próxima (ZDP)


  • ZDR - é o que a criança/aluno é capaz de realizar sem ajuda.
  • ZDP - é o que a criança/aluno não é capaz de fazer ainda de forma independente, mas já faz com algum nível de ajuda (e assim se prepara para fazer sem ajuda).

Implicações pedagógicas para o ensino

O bom ensino:
  • não repete o que a criança/aluno sabe;
  • avança em relação o que a criança/aluno sabe (classes heterogêneas são fundamentais);
  • é colaborativo;
  • o professor(a) oferecem ajuda durante a atividade da criança/aluno (faz com as crianças e não pelas crianças).

Conceitos de atividade:

Não qualquer fazer da criança/aluno que se caracteriza como atividade que promove, aprendizagem e impulssionam a formação e o desenvolvimento da inteligência e da personalidade.
Duas características da atividade:
  • O motivo da criança/aluno a agir coincide com o objeto/motivo.
  • Uma experiência emocional forte toma a criança/aluno sujeito da atividade.
  • Unidade afetivo-cognitivo.

Implicações pedagógicas

  • Papel essencial do professor(a):criar na criança/aluno novas necessidades humanizadores(necessidades de conhecimentos, solidário, prazer de ouvir histórias, etc).
  • Como criar novas necessidades nas crianças/alunos?
  • Como transformar uma ação em uma nova atividade?

A transformação da ação em atividade

O que os professores(as) podem fazer para que o resultado da ação se torne também o motivo que leva a criança/aluno a agir, transformando, assim, a ação em uma nova atividade?
Sentido: questão fundamental do fazer humano.
Que sentido tem para criança/aluno a atividade proposta?
  • Participação;
  • Instrumentos culturais autênticos.

Lei genética geral do desenvolvimento

  • Uma função (fala, pensamento, imaginação)antes de ser interna, pessoal, intrapsíquica, é coletiva, social, interpsíquica.
  • [...] as funções psicológicas superiores da criança, as propriedades superiores superiores específicas aos homens, surgem a princípio como formas de comportamento coletivo da criança, como forma de cooperação com outras pessoas, e apenas posteriormente elas se tornam funções interiores individuais da própria criança (Vygotsky, 2010).

O processo de conhecimento e seus protagonistas

Nesta videoaula, trataremos dos seguintes assuntos: como as crianças/os alunos aprendem; a cultura como fonte das qualidades humanas; o/a professor/a como mediador; o sujeito ativo que aprende.
Profª. Drª. Suely Mello

https://www.youtube.com/watch?v=Av4I18c2OFk


Alguns pressupostos:

  • As crianças aprendem as qualidades humanas (aptidões, as capacidades,as habilidades, a atenção, a memória voluntária, a fala, o pensamento...) não são naturais e nem hereditárias...elas são aprendidas.
  • As crianças internaliza as qualidades humanas que são primeiro vividas socialmente.
  • O desenvolvimento psicológico é movido pelas experiências concretas da vida e educação.
  • Aprendem de uma forma diferente em cada idade.
  • Linguagem que possibilita uma relação da criança com o mundo ao redor.
  • Atividade principal ou atividade guia:linguagem, forma de relação da criança por meio da qual a criança em determinada idade melhor se relaciona com o mundo ao redor (pessoas, objetos) e aprende/internaliza/ se apropria das qualidades humanas.
As crianças aprendem desde que nascem e porque aprendem se desenvolvem.
  • no primeiro ano de vida: comunicação emocional;
  • na primeira infância:(1 a 3 anos) atividades com objetos,(formação da percepção, memória, da fala, pensamento).
  • na idade pré-escola: o brincar de faz de conta com papeis sociais;
  • na idade escolar:atividade de estudo.
Triplo protagonismo no processo de aprendizagem:cultura, adulto e criança.

A educação é um processo de comunicação.

Comum - ação entre criança/cultura/professor


A cultura como fonte das qualidades humanas

O que era movimento, energia, capacidade, habilidade(forças humanas essenciais- Marx) utilizada no processo do trabalho em repouso incorporado ao objeto, presente nas formas estáticas.

Quando criança/aluno aprende a usar um objeto


  • O uso adequado reaviva a energia disposta - as forças humanas essenciais ou as funções psíquicas superiores.
  • O objeto da cultura - criado e aperfeiçoado ao longo da história humana como a fala, a escrita, as diferentes linguagens de expressão, as coisas materiais e não materiais, os hábitos e costumes, a ciência e as técnicas, a lógica - guardam em si as qualidades humanas necessárias ao seu uso.
  • No desenvolvimento da criança, a forma ideal, a forma final, esta e deverá aparecer ao final do desenvolvimento, não somente existe no meio e concerne à criança  logo desde o início, mas ela realmente interage, realmente exerce influência sobre a forma primária, sobre os primeiros passos do desenvolvimento infantil (Vygotsky, 2010).
  • A formação e o desenvolvimento da linguagem oral da criança, como exemplo.
'[...] se não há no meio uma forma ideal correspondente, então, na criança, não se desenvolverá a ação, a propriedade correspondente, a qualidade correspondente. (Vygotsky, 2010)".

O papel do professor(a): apresentar a cultura(o conhecimento humano, as criações humanas) às crianças/alunos inclusive nas suas formas mais elaboradas.

Desafio:superar a concepção de criança/aluno como incapaz. 

A criança/aluno aprende como sujeito da atividade - conceito de vivência (Perejivanie) -   é uma unidade na qual, por um lado de modo indivisível, o meio, aquilo que se vivência está representando.
A vivência sempre se liga aquilo que está localizado fora da pessoa e, por outro lado está  representando como eu vivencio isso (...)na vivência, nos sempre lidamos com a união indivisível das particularidades da situação representada na vivência.

Implicações pedagógicas

  • Importância de perceber a criança/aluno como alguém que, se não sabe, é capaz de aprender; 
  • Apresentar a cultura humana(mais que conteúdos do livro didático) em suas formas mais elaboradas;
  • A criança/aluno como sujeito ativo das experiências;
  • O professor(a) como sujeito que intencionalmente organizam as experiências vividas por crianças/alunos (o encontro com a cultura) e selecionam o conteúdo da cultura que deve ser apresentado para formar por meio das quais as crianças/alunos melhor aprenderem.

Implicações para o trabalho na sala de aula

As seguintes temáticas são abordadas nesta videoaula: implicações para o trabalho na sala de aula; o aluno competente; o aluno como sujeito dos processos; novas formas de organizar o tempo, o ambiente, a atividade e as relações.
Profª. Drª. Suely Mello


https://www.youtube.com/watch?v=sI1_YuyUaGI

Nova compreensão de desenvolvimento psíquico

Pode-se julgar o tipo de ensino por um único critério - a criança é um sujeito no processo de ensino? Se ela é um sujeito, então temos uma Educação desenvolvente, se ela é um objeto no processo de ser ensinada, então não temos uma Educação desenvolvente (Repkin, 2010)

Uma teoria para orientar as práticas "[...] a educação e o ensino são as formas universais do desenvolvimento psíquico do homem" (Davidov, 1988)

A aprendizagem, os conhecimentos que se adquirem, educam, e isto não se deve subestimar. Mas, para que os conhecimentos eduquem, é preciso educar uma atitude frente aos conhecimentos (Leontiev, 1978).

Como educar uma atitude frente aos conhecimentos - uma nova cultura escolar:
  • Relações de comunicação e colaboração entre professores(as) e crianças/alunos;
  • Superação de relações autoritárias - divisão entre o trabalho pensar e fazer;
  • Ensinar a criança/aluno a gerir seu conhecimento;
  • Planejar;
  • Argumentar;
  • Fazer escolhas;
  • Avaliar;
  • Resolver problemas;
  • tomar iniciativa;
  • propor;
  • pensar.
Nova cultura escolar: formas de gestão do tempo:
  • Atividades dirigidas pelo professor(a) - gestão do tempo exercida pelo professor(a);
  • Atividades diversificadas - gestão compartilhada do tempo entre os Professores(as) (que propõe diversas atividade) e as crianças/alunos que escolhem, planejam no seu pequeno grupo a realização da atividade.
  • Atividade livres - gestão do tempo exercida pelas crianças/alunos.
Enfim, a Educação Desenvolvente promove :
  • Participação intensa das crianças/alunos em contato intenso com a cultura em situações;
  • cooperações;
  • comunicação;
  • ensino colaborativo e desafiador da atividade da criança/aluno;
  • avanço do conhecimento e desenvolvimento da inteligencia e da personalidade;
  • compreensão pelas crianças/alunos do processo de aprendizagem.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Inglês II B - 3ª Semana

Inglês II B - 3ª Semana




Compreensão Oral: Uso de estratégias para obter informações específicas

Nesta videoaula, os alunos irão aprender a usar o conhecimento prévio para auxiliar a compreensão oral (listening) em língua inglesa por meio de palavras conhecidas e cognatas e usar estratégia de foco para selecionar e compreender informações em inglês a partir do contexto.
Profª. Drª. Angelita G. Quevedo

https://www.youtube.com/watch?v=eVlecNg_Xsw

Atividade de portfólio



Na videoaula 3, você assistiu o video School Violence.

Agora vamos trabalhar um pouco mais sua compreensão oral (listening).

1. Assista o video novamente e escolha a alternativa que melhor completa a frase: 

“What's worse?

Two thirds of school administrators____________________”

a. present even more problems 

b. predict even more problems 

c. prevent problems in the future



Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=-BmovNJLUPQ


Agora vamos trabalhar a fase de Pre-Listening


2. Observe as palavras cognatas no quadro abaixo, a imagem do vídeo e escolha as alternativas que indicam os assuntos que poderão ser mencionados no texto.

palavras/ expressões                                       cognatas prováveis palavras conhecidas

education crisis                                                           classroom

no practical experience                                                student 

ambition                                                                         school

world leader                                                            dowtown São Paulo

educating population                                                   buildings

college                                                                       more children

to make future a success



Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=ol87uVt2DOs


Escolha as alternativas (mais de uma alternativa é possível).

a. A educação brasileira em crise. 

b. A ambição do aluno na escola.

c. Como educar a população.

d. Ter sucesso no futuro com a educação.

e. O Brasil como futuro líder mundial.


Agora vamos trabalhar a Fase de Listening

3. Assista o vídeo da BBC News Brazil - Education Crisis e enumere, por ordem de acontecimento, os fatos descritos a seguir.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=ol87uVt2DOs


(2 )  It needs human resources too but you won’t find many skilledworkers.

(1 )  When it comes to education Brazil only ranks 53rd.

(3 )  It’s going to have to do a much better job educating its population.

(5 )  Brazil needs to satisfy the demands of a growing economy.

(7 )  It needs educated brazilians to make that future.

(4 )  Lot of the children here come from families that hardly had any education.

(6 )  Brazil has a huge demand of technical professionals.

Políticas Públicas para a Educação - 3ª Semana

Políticas Públicas para a Educação - 3ª Semana





Ciclo de vida de uma política pública

Apresentação das etapas acerca das políticas públicas, destacando a implementação das mesmas.
Profº. Drº. Geraldo Di Giovanni

https://www.youtube.com/watch?v=prfgvevhl7I


Ciclo de vida de uma política pública
  • surgimento de uma situação social problemática que pode ser resolvida com intervenções públicas;

  • ingresso da questão na agenda decisória; 
  • formulação de propostas; 
  • adoção de escolhas vinculantes; 
  • implementação; 
  • avaliação de resultados; 
  •  eventual extinção da política empreendida ou rotinização; 

1- crise de política pública: Velha solução x novo problema;

2- conceito de agenda pública;

3- visões lineares da implementação:

a- visão clássica: sendo comum do policy cicle

b- retroalimentação e monitoramento: ainda a perspectiva ingênua

4- implementação como processo político? Relativamente autônomo e negociado.


Tipologia:


  •  políticas distributivas: Referem-se a decisões alocativas, sem contrapartidas fiscais. 
Ex: 10% do orçamento para a educação, Universidades Paulistas (percentual do icms).
  •  políticas redistributivas: são aquelas que de várias formas (transferências,isenções e etc) redistribuem recursos de qualquer natureza, entre grupos sociais. Ex: PROUNI, bolsa escola, bolsa família. 
  •  políticas regulatórias, que disciplinam aspectos da atividade social. Ex: Lei de diretrizes e Bases da Educação nacional ou ECA. 
  • políticas constituintes: que estabelecem procedimentos para a adoção de decisões públicas e relações entre os vários aparatos do Estado, ex: lei de responsabilidade fiscal.



Avaliação

Discussão sobre a importância do processo de avaliação de políticas públicas.
Profº. Drº. Geraldo Di Giovanni





Para que serve a avaliação? 



  • comparar 
  • continuar 
  • revisar
  • expandir 
  • encerrar 

O contexto sócio político da política e de Sua Avaliação:

  •  sempre haverá uma pluralidade de pessoas e grupos interessados nos processos de avaliação de projetos/ programas/políticas
  •  são os atores / agentes / stakeholders com origens e interesses muito variados (administradores, patrocinadores, gestores, burocracias, ONGs, policies networks, policy partizans, partidos políticos, etc). 
  •  os objetivos de cada um destes grupos ou pessoas não são necessariamente os mesmos e, eventualmente, podem ser conflitantes. 
  •  tais diferenças de objetivos sempre são marcados por perspectivas pessoais, profissionais e políticas; 
  • as políticas, programas e projetos não são isolados ou autônomos, de uma forma ou de outra sempre tem algum vínculo com algumas visões de mundo vigentes na sociedade. Por ex: liberais, social democratas, conservadores, estatísticas, autonomistas, entre outras. 

Desenhando a Avaliação:


  • Plano de atividades ou métodos que guiam o processo de avaliação/ tarefas, cronogramas, tipos de medidas, entre outros. 
  • Definição dos instrumentos de coletas de dados: qualitativos (através de percepções), quantitativos (através de aferimentos e medidas).
  • Coleta de dados: processo, sempre numa linha de tempo, em que as diferentes informações são coletadas (noção de data points, pré teste, pós teste, etc).
  • Tratamento / análise de dados; 
  • Comparação, por proximidade / afastamento, com metas e objetivos. 
  • Questão dos resultados inesperados;



Políticas para o ensino profissionalizante (parte 1)

Apresentação de experiências internacionais sobre ensino profissionalizante e histórico das políticas para ensino profissionalizante no Brasil.
Profº. Drº. Luiz Henrique Proença Soares

https://www.youtube.com/watch?v=ATUfdlq0nGg




Referências internacionais:



  •  Holanda: no final do ensino fundamental, aos 12 anos o aluno presta exame cujo resultado determina se vai para o secundário preparatório para o ensino superior ou vai para o secundário profissional, que permite seguir para o superior profissional.
  • Alemanha: igual Holanda. 
  •  França: no final do ensino fundamental, aos 14 anos o aluno é encaminhado após decisão da escola, para liceu de ensino geral ou tecnológico ou um liceu profissionalizante, ainda parte do ensino obrigatório. LP outorga diploma profissional com 3 possibilidades, umas delas permitindo entrar no ensino superior, inclusive 
  • Nos EUA, há grande descentralização de poderes em todas as áreas, inclusive educação. Ensino profissional ocorre após o secundário, High School, nos community colleges ou vacational colleges. High School tem grande variável de matérias eletivas voltadas a profissionalização. 
  • Inglaterra , o aluno é obrigado a obter o certificado geral de educação secundária; cursos profissionalizantes em paralelo com dois diplomas, grande maioria prossegue seus estudos após isso. 
  • Coréia: o curso secundário é oferecido por 2 tipos de escolas, as do ensino generalista, onde estuda a maioria dos alunos, e as do ensino vocacional (profissional), em 5 áreas: agricultura, indústria, comércio, pesca e economia doméstica, com sub-especificações. 
A maior parte opta por seguir estudos universitários depois.
  • Japão: ensino obrigatório, 9 anos, não contempla matérias específicas de formação profissional, mas o currículo geral trata de aspectos culturais importante no universo profissional japonês (hierarquia, disciplina, trabalho coletivo, memorização etc). Ensino profissional ocorre cursos gerais ou específicos de formação e institutos de educação avançada, com forte participação das empresas. 
Ensino profissionalizante no Brasil:
  •  1808 – D. João VI  cria o colégio das fábricas no RJ, após a revogação do alvará real de 1785, que proibia o funcionamento de fábricas e manufaturas no Brasil. 
  • 1906 – Nilo Peçanha, presidente do estado do RJ, dá início ao ensino técnico e cria 4 escolas profissionais; 
  •  1909 – criação sob a jurisdição do ministério dos negócios da agricultura, indústria e comércio, de 19 Escolas Aprendizes Artífices, destinadas ao ensino profissional primário e gratuito. 
  •  1827 – aprovação de lei prevendo a obrigatoriedade de oferta de ensino profissional no país;
  • 1937 – constituição brasileira trata especificamente de ensino técnico, profissional e industrial, no artigo 129: “ o ensino pré-vocacional e profissional destinado as classes menos favorecidas é em matéria de educação, o primeiro dever do Estado (...)” 
  • 1941 – Reforma Capanema: ensino fundamental considerado de nível médio, ingresso por exames de admissão, criação de 2 níveis: básico e técnico, com estágio supervisionado na indústria. 
  • 1942 – Escolas de Aprendizes e Artífices transformadas em Escolas Industriais e Técnicas, alunos autorizados a ingressar no ensino superior em área equivalente à da sua formação. 
  • 1956 – plano de metas de JK prevê investimento maciços em infra-estrutura e indústria e prevê recursos para a formação de profissionais. 
  • 1959 – escolas industriais e técnicas são transformadas em escolas técnicas federais, assumem natureza autárquica e ganham autonomia didática e de gestão. 
  •  1971 – lei de diretrizes e base da educação brasileira torna, de maneira compulsória, técnico-profissional, todo currículo de segundo grau. 
  • 1978 – lei transforma 3 escolas técnicas federais, Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro em centros federais de educação tecnológica – CEFETs; formar engenheiros de operação e tecnólogos.
  • 1994 – lei nº 8948 – institui o sistema nacional de educação tecnológica, transforma gradativamente as escolas técnicas federais e as escolas agrotécnicas federais em centros federais de educação tecnológica – CEFETs. 
  •  1996 – lei nº 9394, nova LDB, dispõe sobre a educação profissional um capítulo separado da educação básica. 
  •  1997 – decreto nº 2208 desvincula o ensino médio do ensino profissional e cria 3 níveis: básico, técnico e tecnológico. Criação do PROEP, com apoio financeiro do BID, para criação, reforma e expansão de escolas públicas, comunitárias e privadas. 
Legislação recente:
  • Lei nº 11.892/2008 – institui a rede federal de educação profissional, científica e tecnológica, cria 38 institutos federais de educação, ciência e tecnologia mediante transformação de Cefets e permite integração com escolas técnicas ligadas a universidade federais. 
  • Lei nº 11.513/2011 – institui o programa nacional de acesso ao ensino técnico e emprego (pronatec) e altera disposições anteriores referentes a vários pontos, em especial o FIES, e institui o pro-jovem.

Políticas para o ensino profissionalizante (parte 2)

Apresentação de experiências brasileiras sobre ensino profissionalizante, em especial as desenvolvidas pelo Centro Paula Souza e pelo PRONATEC, detalhando sobre seus enfoques e estatísticas.




Ensino profissionalizante no estado de São Paulo:

  • 1934 – criação da superintendência da educação profissional 
  •  Centro Paula Souza 1969: autarquia, vinculada à secretaria de desenvolvimento econômico, ciência, tecnologia e inovação, de inicio voltado para ensino tecnológico de nível superior. 
  •  a partir de 1980, CPS começa a incorporar escolas técnicas de nível médio, processo concluído em 1993, responde por 40,7% do ensino profissionalizante no estado de SP; 
  • 218 escolas técnicas (etecs), com 212 mil alunos(2015); 135 cursos técnicos, unidades em 161 municípios; 
  • 64 faculdades de tecnologias (Fatec), com 70 mil alunos (USP:92 mil alunos), 71 cursos de graduação tecnológica; 58 municípios. 

Centro Paula Souza:
  • vestibulinho/2013: 211 mil inscritos para 60 mil vagas, média de 3,5 candidados por vaga: sendo: mecatrônica na ETEC Martin Luther king: 28,9 cand/vaga e ensino médio geral na ETEC Getúlio Vargas: 22,6 cand/vaga. 
  • 31,7% dos aprovados tem até 17 anos; 43% tem renda domiciliar de 1 a 2 salários mínimos; mais da metade tem ensino médio completo. 
  • entre as 60 Escolas Estaduais do país com melhor desempenho no exame, 37 são unidades administradas pelo Centro Paula Souza. Já entre as 60 primeiras escolas públicas do Estado, considerando as redes municipais, estaduais e federal, 50 são ETCs. 

Na avaliação das 20 melhores escolas publicas da capital, 19 são ETCs.(site do CPS).

Áreas de formação:

  •  ambiente e saúde;
  •  controle e processos industriais;
  • gestão de negócios;
  • informação e comunicação;
  • segurança no trabalho;
  • recursos naturais;
  • Pronatec: lei nº  11.513/2011;
  • programa nacional de acesso ao ensino técnico e emprego (pronatec), criado pelo governo federal, em 2011 para ampliar o acesso a educação profissional e tecnológica. 
Resposta as necessidades do mercado de trabalho: crescimento econômico, baixo desemprego, escassez de mão de obra qualificada:
  • forte expansão da rede federal de ensino técnico e tecnológico; 
  • 2013: previsão orçamentária de quase 9 bilhões
 art. 4º O pronatec será desenvolvido por meio das seguintes ações, sem prejuízo de outras: 

I - ampliação de vagas a expansão da rede federal de educação profissional e tecnológica;


II- fomento a ampliação de vagas e a expansão das redes estaduais de educação profissional


III- incentivo a ampliação de vagas e a expansão da rede física de atendimento dos serviços nacionais de aprendizagem;

IV- oferta de bolsa-formação, nas modalidades:

a- bolsa-formação estudante;

b- bolsa-formação trabalhador

V- financiamento da educação profissional e tecnológica;

VI- fomento a expansão da oferta de educação profissional técnica de nível médio na
modalidade de educação a distância;

VII- apoio técnico voltado a execução das ações desenvolvidas no âmbito do programa;

VIII- estimula a expansão de ofertas de vagas para as pessoas com deficiência, inclusive
com a articulação dos institutos públicos federais, estaduais e municipais de educação;

IX- articulação com o sistema nacional de emprego;

X- articulação com o programa nacional de inclusão de jovens- PROJOVEM

Ensino profissionalizante: temas para reflexão


1- vinculação com as demandas da indústria, inicialmente e da estrutura produtiva como
um todo. Conhecimento = o que é exigido pela sociedade industrial.

2- relação com o ensino regular - médio e superior,articulação com o médio; flexibilidade
acesso a universidade, integração ensino técnico/ensino tecnológico

3- mecanismos de seleção dos alunos: desempenho, livre escolha e necessidade;

4- estigmas: capacidade ou determinação sócio-econômica-racial. mecanismos de efetivação da desigualdade distintos em cada situação.

5- ensino profissionalizante capacita para ingresso no mercado de trabalho, acesso à
universidades sempre foi associado às elites;

6- seleção por desempenho e/ou perfil parece ser menos estigmatizaste em países com
maior igualdade de condições.

7- em países com grandes desigualdades, como o Brasil, desempenho escolar é proxy de
posição social e econômica. Desigualdade é multidimensional. Estigma de classe ainda
é forte, alta correlação entre ensino profissionalizante e classe social.

8- qualidade do ensino profissionalizante inverte a matriz: disputa por vagas favorece
quem teve ensino fundamental de melhor qualidade.


Sociologia da Educação - 3ª Semana

Sociologia da Educação - 3ª Semana



A função social da escola

A aula abordará os seguintes temas: a extensão da escola na vida das novas gerações; a função da escola ao longo dos séculos; e complexidade social e escola.
Profª. Drª. Ana Maria Klein





Escola - função social essencial à formação dos novos cidadãos - portadora dos saberes selecionados por uma sociedade e de seus valores.

Extensão da escola na vida - crianças e jovens permanecem quatro horas por dia, cinco dias por semana, nove meses por ano e ao menos doze anos de suas vidas.

Extensão social da escola - instituição social pela qual passa (ou deveria passar), obrigatoriamente, toda a população infantil e juvenil. Infelizmente no Brasil ainda não é para todas as crianças e jovens.

Escola - prolonga-se para além do tempo em sala de aula - compreendendo o desenvolvimento de atividades como tarefas, estudo, trabalhos em grupo, laços de amizade que extrapolam os limites físicos da instituição. Seja tarefas da escola até amizades fora da escola.

Os anos escolares marcam a condição social da criança e do jovem, constituindo-se na porção “séria” de suas existências, implicando em compromissos e responsabilidades valorizados socialmente e que transcendem os laços da vida familiar ou comunitária (Enguita, 1989)
.

A função da escola ao longo dos séculos.


Historicamente observamos, paulatinamente, a assunção de novas responsabilidades e a extensão da abrangência da escola em nossa sociedade até atingirmos o estágio descrito.

Vila (2007, p 12) destaca, no trabalho de Enguita, três momentos de mudança nas relações entre escola e sociedade, os quais denomina como:

  • Suprageracional -  momento que localiza-se na antiguidade, quando apenas grupos reduzidos compostos por escribas, sacerdotes e demais membros de uma elite necessitavam de educação institucionalizada. Somente para a elite, pois tinha uma função diferenciada. 
A maioria das pessoas era educada pela família e pela comunidade, uma vez que o saber necessário para participar da vida social era passível de ser aprendido através da vida cotidiana. Aprendia o que tinha de aprender com a experiência da vida, o dia a dia.
Temos, portanto, uma escola com pequeno alcance social e destinada apenas a uma elite.

  • Intergeracional - que começa com a Revolução Industrial e transformações sociais a passagem das sociedades agrárias para as industrializadas, o desenvolvimento cientifico e tecnológico, o surgimento da imprensa, a emergência dos estados modernos.
Novas necessidades educacionais: pais, avós, comunidade já não eram mais capazes de transmitir todos os saberes necessários à participação nessa sociedade.

Parte da educação das novas gerações passou a ser desempenhada pela escola.

A extensão da instituição junto à população infantil e jovem ampliou se, mas apenas em nível elementar. Continuidade dos estudos , seleções constantes por meio das provas para passar para outros níveis. Caráter elitista. Então neste momento na história que amplia a necessidade por escolas. Mas ainda é muito difícil a formação acadêmica superior.
  • Intrageracional -  que são transformações aceleradas que afetam a vida das pessoas. Novas gerações incorporam-se a um mundo no qual a informação e o conhecimento assumem um papel cada vez mais decisivo em todas as ordens da vida. É o que acontece atualmente, é cobrado uma constante atualização.
Apenas a formação inicial e centrada na transmissão de conteúdos não é mais capaz de suprir as necessidades educacionais dos indivíduos ao longo das suas vidas, faz-se necessária uma formação mais ampla e adequada às novas demandas da vida contemporanea.


Complexidade social e escola.


Essa periodização, alicerçada nas transformações da sociedade, através das gerações e da extensão da escola, destaca a importância crescente da instituição frente à complexidade social.

A relevância social das instituições depende da sua capacidade para se reorganizarem de acordo com fins a que se propõem. Esse é o atual desafio da escola, muito rápida a atualização, pois quase que os alunos aprendem sozinhos.

Escola e sociedades estáveis, na qual as mudanças se davam muito lentamente e os conhecimentos necessários à vida social mantém-se durante gerações e gerações, a educação institucional era restrita em sua abrangência e se resumia aos saberes específicos, como a leitura e a escrita. Esta sociedade corresponde a geração suprageracional.

À medida que as mudanças sociais se intensificaram, ocorrendo, entre uma geração e outra, a participação na nova ordem passou a demandar capacidades que não podiam mais ser transmitidas apenas pela família e pela comunidade, assim, a instituição escolar foi chamada a esta função em nível elementar, tendo como objetivo a transmissão de saberes como leitura e cálculo, essenciais ao desempenho de novas funções. Isso nada mais é que cada vez mais a importância da escola para dar conta do que é necessário para aprender.
Escola e sociedade em constante mudança, vivemos, atualmente, uma terceira fase, na qual as mudanças sociais se dão no interior de cada geração e os saberes necessários à participação social incluem a capacidade de adaptação a uma ordem pouco estável. As instituições sociais enfrentam o desafio de se adequarem a uma ordem incerta, tornando-se mais aberta e flexíveis. E é muito difícil acompanhar todas as transformações, o acumulo de conhecimento, o montante de informações geradas é enorme.



Conceitos de igualdade, diferença e desigualdade

Esta aula discorrerá sobre os seguintes temas: diferença; desigualdade; igualdade; e o difícil equilíbrio entre igualdade e diferença.
Profª. Drª. Ana Maria Klein


https://www.youtube.com/watch?v=5uPeVxcDpvQ




Diferenças sociais - têm por bases as diferenças naturais ou as diferenças culturais;

Somos diferentes em: etnias, sexos, faixas etárias, religiões, hábitos alimentares, modo de se vestir, modo de viver…

A diferença é uma característica humana e fonte de enriquecimento humano. O modo de ser, estar, pensar e viver passam a ser compreendidos de maneira mais ampla, com mais possibilidades diversas de expressão.

Desigualdade


Desigualdade social - não é criada pela natureza e nem pela cultura, ela é criada pelo ser humano em relações de força, dominação e exploração. Implica em juízo de superioridade e inferioridade entre grupos ou classes sociais.

Mania de achar que um é melhor que o outro. É o juízo de superioridade que acarreta apreciação de estima ou desestima de um grupo em relação ao outro.

Superioridade e inferioridade dão origem a preconceitos e valoração social.

No momento que começamos a ver diferenças raciais fazemos juízo das pessoas, onde ocorre a desigualdade.

Juízos, valoração e desigualdade, o Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, mostra em estudo realizado em 2009 que, apesar do recente crescimento econômico e das políticas destinadas a reduzir as desigualdades, as diferenças salariais relacionadas a gênero e etnia continuam sendo significativas nos países latino-americanos.

As mulheres latino-americanas ganham menos, mesmo que possuam um maior nível de instrução. Por meio de comparação simples dos salários médios, foi constatado que os homens ganham 10% a mais que as mulheres.

Isso mostra a relação de desigual

Privilégios, superioridade ou inferioridade se traduz também no plano jurídico, tal grupo tem tais direitos próprios que são conhecidos como privilégios e outros não tem direitos, é um subgrupo, não pode se igualar aos demais. Por exemplo o art. 295 do Código de processo penal que da privilégio a cadeia especial para uma determinada fatia da população.

Igualdade


Modernidade - tendência de os indivíduos se considerarem fundamentalmente iguais.

Reivindicação de igualdade de oportunidades e de direitos são capazes de reduzir as desigualdades reais.

É um dos valores da Constituição francesa e um grande exemplo.

E a desigualdade no Brasil e muito forte.

Na visão de Tocqueville sobre a igualdade e desigualdade ele diz que na modernidade o próprio sentido da história traduz-se no triunfo da igualdade.

Igualdade como expressão de um princípio: igualdade dos indivíduos a despeito e para além das desigualdades sociais reais. Na modernidade os indivíduos são considerados cada vez mais iguais e que suas desigualdades não podem encontrar justificativas no berço e na tradição. (Dubet, 2001)

Na visão de Marx sobre a igualdade e desigualdade ele diz que as desigualdades de classes são um elemento estrutural das sociedades modernas.

Capitalismo - mecanismo de extração contínua da mais valia a partir do trabalho.

Oposição entre o trabalho e o capital - desigualdades sociais são um elemento funcional do sistema das sociedades modernas. (Dubet, 2001)

Existem aqueles que tem o meio de produção e o outro que tem a força de trabalho, ai um exemplo de desigualdade capitalista.

As classes e as desigualdades de classes explicam a maior parte das condutas sociais e culturais.

Relação entre as classes é a dominação.

O modos de consumo entre as classes são exemplos de desigualdades.

Estado do bem-estar social é o encontro da igualdade democrática com as desigualdades capitalistas engendra a formação de Estado do bem-estar social e de um sistema de proteções e de direitos sociais. É o estado promovendo educação, saúde, programas habitacionais, auxílios a desempregados… é uma maneira de equilibrar a desigualdade social.

O difícil equilíbrio entre igualdade e diferença

“Temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades.” (Boaventura Souza Santos)