sábado, 30 de julho de 2016

FUNDAMENTOS DA ORGANIZAÇÃO DO CURRÍCULO ESCOLAR

FUNDAMENTOS DA ORGANIZAÇÃO DO CURRÍCULO ESCOLAR
Prof. Dr. Marcos Neira

AULA 01-FUNDAMENTOS DA ORGANIZAÇÃO DO CURRÍCULO ESCOLAR

OBJETIVOS DA DISCIPLINA

• Conhecer e analisar criticamente as principais concepções curriculares;

• Compreender a relevância das políticas curriculares na atualidade;

• Identificar as instâncias que influenciam as políticas curriculares;

• Analisar as concepções de currículo comum,currículo sensível às diferenças e currículo integrado.

Currículo: gênese e transformações

OBJETIVO

• Conhecer e analisar criticamente as principais concepções curriculares

Currículo vem do grego, correr, pista de corrida, trajetória, percurso. Sec XVII

Ao longo do tempo foi pensada de maneira diferente.
·         Sec XVI ao XX -  sociedade em castas e não oferecem ligações entre a elite superior com a inferior. A elite superior cria escola a fim de perpetuar a sua cultura.
Modelo de currículo – programa de curso – ficou conhecido pelos jesuítas como Ratio Studiorum – para perpetuar uma determinada condição de sociedade. Tendência tradicional.
·         Sec XX ao XXI – Sociedade organizada em classes,industrializada, urbanizada, olha para escola atribuindo outra responsabilidade.
Surge a Escola Nova (escolanovista) – representantes (Freinet, Dewey, Montessori, Decroly) –  Pedagogias ativas – ação do aluno para a construção do seu conhecimento.
Manifesto dos pioneiros da educação nova (dec de 20, 30). Defendiam 3 elementos: escola pública, laica e gratuita.
E novas preocupações começam a aparecer como: ensino, aprendizagem, avaliação, método, planejamento, eficácia, objetivos.

AULA 02 -  Currículo: gênese e transformações

OBJETIVO

• Conhecer e analisar criticamente as principais concepções curriculares
Continuando com a aula 1, a sociedade/classe acreditava na escola para transmitir conhecimento para atuar na sociedade.
Depois da segunda guerra mundial, com a corrida espacial, queriam conquistar o espaço e para isso precisavam com conhecimento, ciência...
Nesse momento os EUA contratam psicólogos para estudar o que havia no momento de teoria da aprendizagem e propor um novo currículo escolar.
O trabalho pedagógico era realizado sobre tudo como apoio do livro de didático, professor formado para organizar as atividades de ensino e um conhecimento inquestionável extraído da ciências que deve ser ensinado de maneira gradual. Esse modelo ficou conhecida como pedagogia tecnicista (Bobbit e Tyler).
As ideias de ensino, aprendizagem, avaliação, método, planejamento, eficácia, objetivos, também são observadas no método tecnicista.

Teoria tradicionais do currículo ou de ensino, procuram formar uma pessoa que correspondem o desejo da sociedade. E não leva o aluno a questionar o desenho social, perpetuam a sociedade como ela está.


aula 3 - Currículo: gênese e transformações

OBJETIVO
• Conhecer e analisar criticamente as principais concepções curriculares
Nos anos 60, 70 e 80 tanto no Brasil como fora, houve grandes mudanças novas concepções. (pílula, biquíni,  guerra do Vietnã) e a escola também teve mudanças.
Elaborados pelos  autores como Freire, Althusser, Bourdie, Passeron, Bowles e Gintis, que fizeram uma análise da escola que ficou chamada como escola capitalista.
Crítica: Ideologia, Reprodução, Poder, Classe, Capitalismo.Questionando o currículo escolar . Teoria crítico-reproditivista.
Grande contribuição foi a do prof. Paulo Freire defendia que a compreensão do mundo que era o ponto de partida para a transformação.

No Brasil nos anos 80 assistimos a democratização do acesso à escola, acompanhada de movimentos direta já entre outros, as primeiras iniciativas das mudanças em ciclo, a política de gestão, garantia de um percurso mais suave para toda a população.


aula 4 - Currículo: gênese e transformações

OBJETIVO

• Conhecer e analisar criticamente as principais concepções curriculares
Uma das características da sociedade atual é no formato em rede (não é mais elipse ou piramidal). Nós vivemos em uma sociedade com esse formato graças ao meio de comunicação, a globalização.
A escola passa a ser um lugar privilegiado para alimentar pessoas na lógica do consumo,da quebra de fronteiras, de inserção no mercado e que a todo momento com nova exigência.
  - MERCADO, GLOBALIZAÇÃO,NEOLIBERALISMO
NEOTECNICISTA ESCOLAS APOSTAM NA COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (formação mais rápida, uma educação que instrumentaliza o indivíduo)


CULTURA, PÓS-COLONIALISMO,MULTICULTURALISMO, PÓS-MODERNISMO, ESTUDOS CULTURAIS (garantir a matrícula não é suficiente é necessário dar condições para que as pessoas possam frenquentar)
IDENTIDADE, DIFERENÇA,SUBJETIVIDADE, SABER-PODER,GÊNERO, ETNIA
PÓS-CRÍTICA


AULA  5 – O currículo como seleção e organização dos conhecimentos

Objetivo

•Identificar as instâncias que influenciam as políticas curriculares

Contexto estadunidense (Início do séc. XX)

•Industrialização, urbanização e imigração crescentes
•O eficientismo está em alta
• Crença no progresso
• A escola passa a ser vista como meio

Críticas de Dewey à escola tradicional

• Disciplinas fracionadas e assuntos classificados
• Distância do universo infantil
•Substitui dúvidas e questões por verdades
• A criança é vista como ser imaturo

Teoria curricular de Dewey

• Identificar conexões entre a experiência cotidiana da criança e o conhecimento científico
• Interesses devem ser fomentados
• O conhecimento científico é a base da interpretação
• Uma experiência pode levar a novas experiências
• O conhecimento precisa ser psicologizado

AULA  6 - O currículo como seleção e organização dos conhecimentos

Objetivo

•Identificar as instâncias que influenciam as políticas curriculares


Contexto estadunidense (Início do séc. XX)

•Cresce o apelo pela educação pública e vocacional
•John Franklin Bobbitt publica “O Currículo” – inspira-se em Taylor e na máxima de “educar os indivíduos de acordo com as suas capacidades”.

“A escola é uma fábrica, a criança a matéria prima, o adulto ideal o produto, o professor um operacional e o supervisor, o superintendente”
John Franklin Bobbitt

Teoria curricular de Bobbitt

1) Separar a experiência humana e grandes campos
2) Dividir os campos em atividades mais específicas
3) Derivar os objetivos da educação
4) Selecionar aqueles que servem de base para as atividades
5) Expor o tipo de atividades para consecução dos objetivos

Críticas à proposta de Bobbitt

• A vocacionalização do currículo, em função da minimização do crescimento intelectual e moral. É uma proposta redutora e antidemocrática
•É um instrumento para perpetuar e reforçar as lógicas existentes de raça, gênero e classe
•Separa o acadêmico do prático


Aula 7 - O currículo como seleção e organização dos conhecimentos

Objetivo
•Identificar as instâncias que influenciam as políticas curriculares
Contexto estadunidense (Pós-Guerra)

•Guerra fria
• Desenvolvimentismo
• Ampliação do uso das tecnologias

Teoria curricular de Ralph Tyler

Fontes para elaboração curricular:
•Estudar as crianças
• Conhecimento acumulado
• Análise da sociedade

Estudo dos próprios alunos como fonte

• Objetivos educacionais refletem modificações no comportamento
• Carências ou necessidades a partir de um padrão
• Todas as crianças têm as mesmas necessidades
• A escola deve focar nas falhas do desenvolvimento

Estudo da vida fora da escola como fonte

• Significado contemporâneo de determinados conhecimentos
• Identificar aspectos essenciais da vida
• Os conhecimentos transmitidos têm que ser úteis

Conhecimento acumulado como fonte

•Lógica do conhecimento científico
•Papel determinante dos especialistas

Críticas à proposta tyleriana

•Partir das atividades contemporâneas não significa sua desejabilidade
• Culto ao “presentismo”
•Objetivos propostos são demasiado técnicos ou inadequados

Como formular objetivos

• Utilidade na escolha de experiências de aprendizagem
•Suscitar mudanças significativas no padrão de comportamento do aluno, indicando o conteúdo ou área da vida dessas mudanças

Calibragem dos objetivos

•Filosofia da escola
•Psicologia da aprendizagem

Experiências de aprendizagem

•Interação entre o aluno e as condições exteriores do ambiente a que ele pode reagir
•Situações em que seja possível praticar o conhecimento implicado pelo objetivo

Organização das experiências de aprendizagem

• Horizontais e verticais
• Continuidade
•Sequência
•Integração

Planejamento

• Determinar de comum acordo o esquema geral
• Decidir de comum acordo os princípios gerais
• Escolher de comum acordo a espécie de unidade
• Desenvolver planos flexíveis
• Planejar conjuntamente com os alunos

Avaliação

• Definição
• Fases preliminares e intermediárias
• Procedimento
• Avaliação por amostragem
• Comportamento e conteúdo
• Instrumento, pré-teste e aferição
• Registro

AULA  8 - A contribuição das teorias críticas à elaboração de currículos

Objetivo

•Identificar as instâncias que influenciam as políticas curriculares

Contexto (Anos 1980)

• Crescente democratização da escola
•Fracasso escolar
• Utilidade e validade do conteúdo para osalunos pobres
•Econômico
•Social
•Político

Consequências para a educação

•Florescimento da literatura pedagógica crítica
• Ressurgimento dos movimentos em prol da educação popular
• Desvalorização dos modelos educacionais associados ao regime militar
• A ênfase passa a ser o conhecimento relacionado com a cultura dos estudantes

Tendência curricular crítica

• Criada no contexto nacional com ausência de autores estadunidenses
•Fortalecimento da escola pública como forma de ascensão social
•Valorização dos conteúdos curriculares
• Critica a escola nova e o tecnicismo
•Questiona a sociedade de classes

Principais críticas à tendência crítica

• Desconsideração da cultura popular
•Postura acrítica em relação à construção do conhecimento
•Fortalecimento do ensino disciplinar,supervalorizando o saber dominante
• Conhecimento entendido como real e acabado
• Desconsidera a metodologia e avaliação

AULA  9 -  A contribuição das teorias críticas à elaboração de currículos

Objetivo
•Identificar as instâncias que influenciam as políticas curriculares

Educação popular

•Valorização da cultura popular
• Construção dialética do conhecimento
• Resistência e enfrentamento à cultura dominante
•Valoriza as necessidades e exigências da vida social
•Preocupa-se com a metodologia, avaliação e conteúdo

Principais críticas à educação popular

• Inviável de ser implantada
• Privilegia espaços não formais de conhecimento
• Conteúdo científico é esquecido e negado às classes populares
• Realça excessivamente os diálogos em sala de aula
• Preocupa-se com a criação de um novo conhecimento em detrimento do existente
• Desconsidera possibilidades emancipatórias da escola

AULA 10 - A contribuição de teorias pós-críticas à elaboração de currículos

Objetivo

•Identificar as instâncias que influenciam as políticas curriculares

Contexto
•Globalização
•Multicultural
•Democrático
•Desigual

Crise da Modernidade

•Volatilidade nas relações sociais
• Revolução nas comunicações
• Abalo nas relações com o tempo e o espaço
• Abolição de fronteiras tradicionais
• Consumo e produção em massa
• Necessidade de aprender por toda a vida
• Não mais a vigilância, mas o controle

Pós-modernismo

•Questionamento das metanarrativas
• Conhecimento científico como discurso
• “Equiparação” de todas as formas de conhecimento
•Todo conhecimento é cultural
•Impossibilidade da emancipação

Pós-estruturalismo

•Linguagem, saber e poder
•Virada linguística
•Questionamento da consciência
•Reconceptualização da teoria curricular
•Currículo, prática de significação e representação

Pós-colonialismo

•Hibridismo cultural
•Expansão de gêneros impuros
•Não há reprodução, apenas produção
•Controle versus impossibilidade
•Negociação cultural


AULA 11 - A contribuição de teorias pós-críticas à elaboração de currículos

Objetivo
 •Identificar as instâncias que influenciam as políticas curriculares
Pós-modernismo

•Questionamento das metanarrativas
• Conhecimento científico como discurso
• “Equiparação” de todas as formas de conhecimento

Pós-estruturalismo

•Linguagem
•Virada linguística
•Questionamento da consciência
•Currículo, prática de significação e representação

Estudos Culturais
• Centralidade da cultura
•Virada cultural
• Regulação da/através da cultura
• A cultura como terreno de luta política

Multiculturalismo

• Multiculturalismo (liberal, essencialista de esquerda e crítico)
•O lugar do conhecimento
•O currículo deve favorecer o reconhecimento das diferenças

AULA 12 - O currículo comum, o currículo integrado e o currículo a favor das diferenças

Objetivo

• Analisar as concepções de currículo comum,sensível às diferenças e currículo integrado

Currículo comum

•Centrado no conhecimento acadêmico
•Inspirado nos princípios de Ralph Tyler

Críticas ao currículo comum

• A disciplina é produto de uma construção social e política
• As disciplinas são introduzidas com base em argumentos de utilidade social
• Estabelecem uma tradição acadêmica
• Constituem identidades de professor e aluno
• Não deixam de ser tecnologias de regulação social

Currículo integrado

• Integração por competências
• Integração de conceitos das disciplinas
• Integração com referência nas demandas sociais

Currículo a favor das diferenças

• Busca inspiração nas teorias pós-críticas
• Reconhece o patrimônio cultural da comunidade
• Promove a justiça curricular
• Evita o daltonismo cultural
• Ancora socialmente os conhecimentos

AULA 13 - A influência das políticas curriculares no Projeto Pedagógico e na sala de aula

Objetivo

•Identificar a influência das políticas curriculares no projeto pedagógico e na sala de aula

Conceitos

•Planejamento
•Plano de ensino
•Projeto Político-pedagógico

Planejamento

•Origens do planejamento
•Planejar como ação humana
• A função do planejamento
•Planejamento e currículo

Projeto Político-pedagógico

• Concretiza as aspirações da instituição
•É o currículo propriamente dito
•Precisa ser coletivo
•É elaborado, avaliado e reelaborado

AULA 14  - Revisão

Objetivo

• Retomar os principais conteúdos abordados ao longo da disciplina

Teorias curriculares

•Tradicionais – seleção e organização dos conhecimentos (Tayler, Bobbit e Dewey)     ( objetivo, experiência de aprendizagem e forma de avaliação)
• Críticas – currículo como forma de controle social (conhecimentos só ao grupo social) (transformação da sociedade)
•Pós-críticas – currículo como texto ( conhecimentos que vão para o currículo mostra quem somos e quem precisamos ser) ( conscientização, libertação, mudança social precisa da escola mais não acontecerá somente com a escola. A escola vai trabalhar na formação das pessoal)

Teorias curriculares tradicionais

• John Dewey (
• John Franklin Bobbitt
• Ralph Tyler
• Pedagogia tradicional
• Escolanovismo ( aprender a prender, resolução de problemas)
• Tecnicismo educacional (progressão do aluno se assimilação 50%)

Teorias curriculares críticas

• Paulo Freire
• Dermeval Saviani
• José Carlos Libâneo
• Educação Popular
• Pedagogia crítico-social ou histórico-crítica

Teorias curriculares pós-críticas

•Pós-estruturalismo ( mudança de visão com a relação de significado e significante, realidade como uma produção lingüística)
•Estudos Culturais ( cultura como centro)
•Multiculturalismo( conjunto de conhecimentos que no ajudam a pensar na intervenção de maneira a valorizar, legitimar e fazer representar os vários modos, grupos sociais e várias formas de entender a realidade)

Currículos

•Currículo comum ( normalmente baseado com conhecimentos que todos precisam ter)
•Currículo integrado ( interdisciplinar e pautado em demandas sócias)
•Currículo a favor das diferenças ( forma de intervenção política na sociedade)




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