13. Indicadores educacionais e fontes de dados: perspectivas de apropriação (parte 3)
Nesta aula serão destacados o papel da avaliação externa, bem como a caracterização de alguns dos usos pedagógicos feitos destas avaliações por escolas, de modo a oferecer uma quadro mais abrangente de possibilidades e limites de uso destas informações em âmbito escolar.
Profº. Drº. Nelson Gimenes
Estrutura Geral do boletim da escola SARESP:
- Identificação geral da escola (nome, município e diretoria);
- Participação dos alunos no SARESP;
- Médias do SARESP;
- Classificação e descrição dos níveis de proficiência;
- Distribuição percentual percentual do alunos nos pontos da escala e nos níveis de proficiência;
- Resultados comparativos (LP e MAT);
Explicação dos dados dos gráficos - QEDU
Esse portal é uma iniciativa inédita desenvolvida pela Meritt e Fundação Lemann. O objetivo é permitir que a sociedade brasileira saiba e acompanhe como está a qualidade do aprendizado dos alunos nas escolas públicas e cidades brasileiras. Usamos alta tecnologia e conceitos teóricos sólidos para desenvolver o Portal.
14. Usos das avaliações externas pelas escolas
Essa aula sintetiza os principais temas tratados durante o curso, procurando dar destaque aos limites e possibilidades da avaliação no contexto escolar.
Profº. Drº. Nelson Gimenes
A utilização de avaliações em larga escala nas escolas: evidências a partir da investigação em redes de ensino no Brasil.
Objetivo: Tipificar os usos que tem sido feito das avaliações externas em âmbito escolar.
Universo pesquisado:
- 3 secretarias que possuem avaliações externas próprias;
- 1 secretaria de educação que utiliza as avaliações externas disponíveis;
- 4 unidades escolares foram pesquisadas em cada rede de ensino.
- Fontes documentais, questionários (aplicados apenas aos professores) e entrevistas semi estruturadas (153 no total).
- Níveis de apropriação das avaliação externa, equipes centrais e intermediárias (escola)
- Dimensões de usos identificados, desenho da avaliação externa adotado (resultados na avaliação externa).
Usos das avaliações externas por escolas:
- Uso a partir do desenho de avaliação adotado nos sistemas de ensino.
- Realização de provas simuladas;
- Alterações nas concepções/forma de avaliação da aprendizagem feita pelos doentes.
- Planejamento de atividades de acordo com os descritores das matrizes de referencia da avaliação externas.
- Uso a partir dos resultas da avaliação externa:
- Análise dos resultados da avaliação;
- Uso dos resultados das avaliações externas como critérios para a formação de grupos de alunos;
- Diversificação/intensificação de atividades pedagógicas;
- Exposição dos resultados aos alunos e pais;
- Elaboração do plano de ação escolar/projeto político pedagógico;
- Cobrança e/ou reconhecimento interno a partir dos resultados;
- Uso a partir do desenho de avaliação adotado nos sistemas de ensino:
- Realização de provas simuladas: bastante heterogêneo em termos de periodicidade, formato, anos/séries avaliadas, disciplinas etc. Objetivos centrais: treinar os alunos para o preenchimento do gabarito e das rotinas específicas da avaliação externas, identificar os conhecimentos que precisam ser melhor trabalhados em sala de aula.
- Alterações na concepção/forma de avaliação da aprendizagem realizadas pelos professores: tornar as avaliações realizadas pelos docentes mais semelhantes ao desenho das avaliações externas, formato da prova, tipo de questão, tamanho de prova, conteúdos avaliados;
- Planejamento de atividades de acordo com os descritores ou matriz de referência da avaliação externa: orientações, em alguns casos, da secretaria de educação/equipes de gestão para serem incorporados no planejamento dos docentes; avaliação externa adquire importância e peso gradativos no trabalho escolar cotidiano e na proposta curricular, formação continuada de professores;
- Uso dos resultados da avaliação externa na escola: diversificação e/ou identificação de atividades pedagógicas;
- Lição de casa: priorização de alguns conteúdos;
- Adoção de atividades pedagógicas (material dourado, produção e interpretação de texto, fichas de atividades etc)
- Revisão, junto aos alunos, de itens com menores percentuais de acerto ou de conteúdos nos quais os desempenho foi mais baixo.
- Organização de atividades interdisciplinares.
Estes dados mostram:
- Formas diversas de interpretação e assimilação por parte dos atores educacionais;
- Entraves no monitoramento ou no apoio pedagógico dado às escolas por parte das secretarias de educação.
- Lacunas na política de formação para o uso/apropriação dos resultados das avaliações externas, pois: análise dos resultados das pesquisas ocupa pouco espaço na formação de professores em serviço; resultados não são bem aproveitados no planejamento dos docentes, em função do atraso com que chegam às escolas.
Algumas críticas:
- Avaliação de desempenho não é qualidade de ensino: é indicador e não é o único.
- Dificultam discutir o que é uma boa educação, porque só se conhece os resultados em algumas disciplinas e, nelas só de algumas habilidades e competências.
Nenhum comentário:
Postar um comentário