quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Processos de Avaliação - 7ª Semana

13. Indicadores educacionais e fontes de dados: perspectivas de apropriação (parte 3)

Nesta aula serão destacados o papel da avaliação externa, bem como a caracterização de alguns dos usos pedagógicos feitos destas avaliações por escolas, de modo a oferecer uma quadro mais abrangente de possibilidades e limites de uso destas informações em âmbito escolar.
Profº. Drº. Nelson Gimenes




Estrutura Geral do boletim da escola SARESP:


  • Identificação geral da escola (nome, município e diretoria);
  • Participação dos alunos no SARESP;
  • Médias do SARESP;
  • Classificação e descrição dos níveis de proficiência;
  • Distribuição percentual percentual do alunos nos pontos da escala e nos níveis de proficiência;
  • Resultados comparativos (LP e MAT);

Explicação dos dados dos gráficos - QEDU

Esse portal é uma iniciativa inédita desenvolvida pela Meritt e Fundação Lemann. O objetivo é permitir que a sociedade brasileira saiba e acompanhe como está a qualidade do aprendizado dos alunos nas escolas públicas e cidades brasileiras. Usamos alta tecnologia e conceitos teóricos sólidos para desenvolver o Portal.


14. Usos das avaliações externas pelas escolas

Essa aula sintetiza os principais temas tratados durante o curso, procurando dar destaque aos limites e possibilidades da avaliação no contexto escolar.
Profº. Drº. Nelson Gimenes





A utilização de avaliações em larga escala nas escolas: evidências a partir da investigação em redes de ensino no Brasil.

Objetivo: Tipificar os usos que tem sido feito das avaliações externas em âmbito escolar.

Universo pesquisado:
  • 3 secretarias que possuem avaliações externas próprias;
  • 1 secretaria de educação que utiliza as avaliações externas disponíveis;
  • 4 unidades escolares foram pesquisadas em cada rede de ensino.
  • Fontes documentais, questionários (aplicados apenas aos professores) e entrevistas semi estruturadas (153 no total).
Classificação dos usos da avaliação externa:

  • Níveis de apropriação das avaliação externa, equipes centrais e intermediárias (escola)
  • Dimensões de usos identificados, desenho da avaliação externa adotado (resultados na avaliação externa).


Usos das avaliações externas por escolas:


  • Uso a partir do desenho de avaliação adotado nos sistemas de ensino.

  1. Realização de provas simuladas;
  2. Alterações nas concepções/forma de avaliação da aprendizagem feita pelos doentes.
  3. Planejamento de atividades de acordo com os descritores das matrizes de referencia da avaliação externas.

  • Uso a partir dos resultas da avaliação externa:

  1. Análise dos resultados da avaliação;
  2. Uso dos resultados das avaliações externas como critérios para a formação de grupos de alunos;
  3. Diversificação/intensificação de atividades pedagógicas;
  4. Exposição dos resultados aos alunos e pais;
  5. Elaboração do plano de ação escolar/projeto político pedagógico;
  6. Cobrança e/ou reconhecimento interno a partir dos resultados;

  • Uso a partir do desenho de avaliação adotado nos sistemas de ensino:

  1. Realização de provas simuladas: bastante heterogêneo em termos de periodicidade, formato, anos/séries avaliadas, disciplinas etc. Objetivos centrais: treinar os alunos para o preenchimento do gabarito e das rotinas específicas da avaliação externas, identificar os conhecimentos que precisam ser melhor trabalhados em sala de aula.
  2. Alterações na concepção/forma de avaliação da aprendizagem realizadas pelos professores: tornar as avaliações realizadas pelos docentes mais semelhantes ao desenho das avaliações externas, formato da prova, tipo de questão, tamanho de prova, conteúdos avaliados;
  3. Planejamento de atividades de acordo com os descritores ou matriz de referência da avaliação externa: orientações, em alguns casos, da secretaria de educação/equipes de gestão para serem incorporados no planejamento dos docentes; avaliação externa adquire importância e peso gradativos no trabalho escolar cotidiano e na proposta curricular, formação continuada de professores;

  • Uso dos resultados da avaliação externa na escola: diversificação e/ou identificação de atividades pedagógicas;

  1. Lição de casa: priorização de alguns conteúdos;
  2. Adoção de atividades pedagógicas (material dourado, produção e interpretação de texto, fichas de atividades etc)
  3. Revisão, junto aos alunos, de itens com menores percentuais de acerto ou de conteúdos nos quais os desempenho foi mais baixo.
  4. Organização de atividades interdisciplinares.

Estes dados mostram:
  • Formas diversas de interpretação e assimilação por parte dos atores educacionais;
  • Entraves no monitoramento ou no apoio pedagógico dado às escolas por parte das secretarias de educação.
  • Lacunas na política de formação para o uso/apropriação dos resultados das avaliações externas, pois: análise dos resultados das pesquisas ocupa pouco espaço na formação de professores em serviço; resultados não são bem aproveitados no planejamento dos docentes, em função do atraso com que chegam às escolas.

Algumas críticas:
  • Avaliação de desempenho não é qualidade de ensino: é indicador e não é o único.
  • Dificultam discutir o que é uma boa educação, porque só se conhece os resultados em algumas disciplinas e, nelas só de algumas habilidades e competências.

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