sábado, 14 de novembro de 2015

Processos de avaliação - 5ª semana

9. Avaliação externa e em larga escala no Brasil

O objetivo desta aula é apresentar alguns conceitos básicos de indicadores sociais, objetivando uma melhor compreensão, por parte dos graduandos, a respeito dos indicadores educacionais atualmente disponíveis (por exemplo: IDEB, IDESP etc). Além disso, serão destacados alguns dos limites e possibilidades de apropriação destes indicadores por parte da gestão escolar.
Profª. Drª. Adriana Bauer




Do que estamos falando?

  • Avaliação externa: conduzida por um agente externo ao objetivo avaliado.
  • Avaliação em larga escala: esforço de coleta de dados no qual um grande número de estudantes é testado.
Brasil – anos 1990


Proposição e expansão de iniciativa de avaliação das redes de ensino, com o foco no desempenho dos alunos em provas padronizadas

Promoção da qualidade de ensino

  • Instrumento de gestão em um contexto de reformas do Estado e mudanças na sua forma de atuação no campo das políticas públicas.
Avaliação e gestão educacional: influência das avaliações nacionais na gestão e planejamento do Ministério da Educação, avaliação enquanto informação.

Uso da informação para determinar políticas: tensão entre as necessidades de informação e os efeitos das políticas que derivam das avaliações.

Avaliações na esfera federal:

  • SAEB – sistema nacional de avaliação da educação básica, vigente desde 1988, mas institucionalizado em dezembro de 1994. Sofre modificações e passa a ser composto por ANEB e ANRESC 2005 e ANA 2013.
  • Avaliação nacional da educação básica (ANEB): periodicamente bianual, realizada por amostragem, avalia 5 e 9º anos do EF e o 3º do EM, Disciplinas: leitura e matemática, abrange redes públicas e privadas.
  • Avaliação nacional do rendimento escolar (ANRESC/PROVA BRASIL): periodicidade bianual realizada censitariamente, avalia 5 e 9º anos do EF, disciplinas: leituras e matemática; abrange redes públicas;
  • Avaliação nacional da alfabetização (ANA): periodicidade anual, realizada censitariamente (amostragem em classes multisseriadas); avalia 3º ano do EM; foco: alfabetização.

Índice de desenvolvimento da educação básica: IDEB

  • Criado em 2007: indicador que combina informações de fluxo e de desempenho doas alunos na ARESC/prova Brasil;
  • Estabelece metas a serem alcançadas pelas redes públicas de ensino e escolas até 2021.

Avaliações nas esferas estaduais:
  • Propostas com desenhos avaliativos parecidos com os das avaliações federais (testando os alunos em língua portuguesa e matemática, nos anos finais de ciclo; AC, AL, ES, MG, PB, PI, TO.
  • Inclusão de novas disciplinas em algumas propostas de avaliação destinadas ao ensino médio: AM, BA, DF, ES, SP.

Avaliações nas esferas municipais:

  • Estudos evidenciam não utilização dos resultados das avaliações conduzidas pelo governo federal;
  • Tendência dos municípios de incorporarem resultados de avaliações externas nas gestões da educação municipal;
  • Iniciativas de proposição de avaliação próprias por municípios brasileiros;

Avaliação externa: algumas críticas e tensões

  • Avaliação enquanto indutora de currículo x avaliação como redutora de currículo
  • Tensões entre padrões universais, ao menos para uma rede de ensino, e padrões locais.
  • Utilização de provas e procedimentos padronizados como condição para realizar comparações.
  • Finalidades da avaliação externa x finalidade da avaliação interna;
  • Preparo das escolas para exercer accountability;
  • Pouca clareza sobre o que se está sendo avaliado – transparência;
  • Controvérsias em torno do IDEB, índice, perda de informação, conceito de qualidade subjacente.
Avaliações externas: possibilidades:

  • Apoio ao professor;
  • Apoio a gestão;
  • Apoio ao planejamento curricular





10. Conceitos básicos de indicadores educacionais

O objetivo central destas duas aulas é o de aproximar os graduandos das diferentes fontes de informação educacionais existentes, não só daquelas diretamente vinculadas às avaliações externas, mas das demais informações disponíveis (Taxa de distorção idade-série; taxa de rendimento, Nível sócio-econômico etc).



Contexto educacional:

  • Descentralização político-institucional;
  • Produção de dados e informações estatístico-educacionais;
  • Disponibilidade/acesso
Áreas temáticas:

  • Saúde;
  • Educação;
  • Mercado de trabalho;
  • Habitação;
  • Segurança Pública
Alguns exemplos de indicadores sociais:
  • PIB;
  • Taxa de analfabetismo;
  • Taxa de desemprego;
  • Taxa de mortalidade infantil;
  • Índice de desenvolvimento humano IDH;
  • Taxa de cobertura escolar;
  • Índice de letramento científico
Distinções importantes:

Estatísticas públicas: forma bruta da informação; censo demográfico, censo escolar;

Indicadores sociais: IDEB, taxa de distorção; idade/sérieObjetivos: ocorrências concretas (IDEB, IDH);Subjetivos: avaliação de indivíduos e especialistas sobre algum aspecto da realidade social, índice de confiança nas instituições, grau de satisfação dos alunos;

Tipos:

  • Insumos: infraestrutura; titulação dos docentes; recursos disponíveis (humanos, financeiros, equipamentos);
  • Processo: método de alfabetização, indicadores intermediários, operacionalização;
  • Produto: desempenho dos alunos nas avaliações em larga escala, variáveis resultantes do processo.
Para que servem os indicadores?

  • Identificação de um determinado problema ou a definição de uma demanda;
  • Formulação e reformulação de políticas públicas;
  • Subsidio aos gestores para a tomada de decisão;
  • Elaboração de diagnóstico sobre dada situação;
  • Acompanhamento e avaliação de ações na escola;

Exemplo 1 – EDEBConceito: qualidade da educaçãoIndicadores: índice de desenvolvimento da educação básica (IDEB)IDEB – como funcionaIDEB = nota em teste (prova Brasil) x aprovação (censo escolar)Características do IDEB:
  • Indicador objetivo;
  • Indicador sintético (composto);
  • Indicador de produto (resultado) – desempenho dos alunos nas avaliações em larga escala.
Usos dos indicadores: alguns cuidados
  • Importante conhecer quais variáveis compõem um indicador
  • Não confundir indicador com o conceito abstrato.




Ampliando a discussão: após a leitura dos textos indicados e de assistir essa vídeo-aula, procure responder a seguinte  questão:


Em sua opinião, as avaliações externas e em larga escala produzem informações que revelam que concepção de qualidade de ensino?

Avaliação externa, também chamada de avaliação de larga escala é instrumento de políticas públicas para avaliarem o desempenho das escolas, sua meta é avaliar a qualidade de ensino. Os testes são realizados de forma padronizados e fornecem subsídios para tomadas de decisões destinadas a melhorias no sistema de ensino das escolas, ainda permite a comparação da unidades de ensino durante os anos, construindo indicadores nacionais.

 Como aspecto negativo é possível considerar que algumas escolas podem se concentrar no que constitui os objetos de avaliação, que são leitura e resolução de problemas, organizando simulados, não aplicando avaliações internas com as devidas atenções necessárias, enfim articulando para receber um bom índice, se preocupando apenas com as avaliações de larga escala.

Como aspecto positivo, a gestão de escolas incorporam os indicadores de desempenho como conhecimento da sua realidade, estabelecendo metas mais precisas  para uma melhoria na qualidade de ensino daquela unidade.


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