Métodos para a Produção de Conhecimento
AULA 01 – Introdução
Objetivos da Disciplina
1) Compreender o papel da ciência, sua constituição histórica
e o processo de produção do conhecimento diante dos novos paradigmas
científicos, dos desafios metodológicos e dos contextos da contemporaneidade.
2) Desenvolver um conjunto de conhecimentos abrangendo os
elementos de Metodologia da Pesquisa de maneira a permitir a elaboração de
projeto de pesquisa, bem como trabalhos científicos e tecnológicos.
Estrutura da Disciplina
Bloco 1: Ciência e a produção de conhecimento
• constituição histórica e os processos de conhecer
• papel da ciência e do pesquisador
• novos paradigmas e desafios metodológicos na contemporaneidade
• pensamento inter e transdisciplinar
Bloco 2: Elementos para a realização da pesquisa científica
• projeto de pesquisa
• tipos de pesquisa, estrutura lógica
• procedimentos para coleta e produção de dados
• disseminação dos resultados e redação científica
Métodos para a produção do conhecimento - Senso
comum (interações cotidiano, crenças, outras gerações), Filosófico (ideias,
conceitos, questões universais), Religioso (a verdade, dogmas),
Científico(Sistemático, busca a generalização, verificável, falível, busca por
novas perguntas e hipóteses), etc
Métodos – caminhos, estratégia...
Ciência e Modernidade
Modernidade: Séc XVI ... Séc XVIII ...
• Superioridade do ser humano – razão, raciocínio
• Prever, compreender as leis e dominar a natureza
• Real é comprovável e matematizável (método)
• Conhecimento objetivo e neutro - verdade
• Ciência – Progresso
Desenvolvimento da ciência e redefinição de tempos e
espaço. Porém com isso há o esgotamento dos recursos naturais, intensificação
das desigualdades sociais, fragmentação e hiperespecialização do conhecimento
Modernidade: Questionamentos - crise paradigmática -
novos paradigmas
• provisoriedade e parcialidade do conhecimento
• erro e incertezas
• subjetividade do pesquisador
• visão sistêmica X fragmentação e especialização
O/A pesquisador/a no cenário contemporâneo
Uma agenda para jovens pesquisadores...
• Não existe neutralidade na pesquisa
• Resultados da pesquisa são parciais e provisórios
• Pesquisar é um processo de criação, e sua originalidade
está na originalidade do olhar
• Pesquisa e ética são indissociáveis: não se pode fazer qualquer
coisa em nome da pesquisa
• Não cristalize seu pensamento: dialogue,
pergunte,critique, argumente
• Nem toda atividade intelectual é científica
Uma verdadeira viagem de descoberta consiste não em
buscar novas paisagens, mas em ter novos olhos.
Marcel Proust(1871 – 1922)
AULA 02 - Ciência: Como é? A construção dos fatos,
pensar, perguntar, testar
Objetivos da Aula
•Saber o valor de interpor perguntas aos contextos como
condição para construir conhecimentos;
• Conhecer aspectos da racionalidade científica moderna
dominante e de suas vinculações metodológicas;
•Perceber alguns desafios relativos aos processos de
conhecer.
Como conhecemos?
Todo pensamento começa com uma pergunta.
Por que a gente pergunta? (Curiosidade? Angústia?
Sofrimento? Confiança no destino... dificuldades).
Você já viu uma prova ou um exame em que lhe pedissem
para formular perguntas?
**** Na ciência para que serve perguntar?
Perguntas e conceitos servem para:
•Sistematizar o conhecimento existente;
•Demonstrar o que serve e o que não serve para um
assunto, um tema, um acontecimento;
•Perceber quais aspectos, perguntas ou problemas
metodológicos precisam de produção de novos.
Como são elaborados os conceitos?
De acordo com:
a) Contextos;
b) Convenções que nem sempre correspondem ao que acontece
no contexto da pesquisa a ser realizada (senso comum, crenças, ...);
c) Referenciais analíticos conhecidos.
Cuidados metodológicos necessários
a) Saber o que se pode utilizar
b) O que é preciso rever e como rever?
c) O que é preciso refazer ou confiar com restrições ?
d) Entender a quais tradições se filiam a escolha que
fazemos e por que fazemos um tipo de escolha e não outra.
A ciência pode transformar a si mesma e a sua
epistemologia, bem como os sujeitos que a produzem, quando não é mera repetição
sistemática de parâmetros para acumular saberes.
Ela pode e deve interpor novos paradigmas... e
interpor-se...
Contam muito porém,
A) O tipo de construção necessária para dar respostas às
perguntas;
B) A posição de quem pesquisa e os juízos de valor;
C) A classe, o sexo, a idade, a trajetória, a experiência
de quem pesquisa;
D) As políticas de fomento e as suas condições, o tempo
que dispõe quem faz pesquisa;
Contam muito
E) O lugar que o tema tem na linha ou na disciplina, na
instituição, o dinheiro;
F) A necessidade de dar ou não respostas públicas, ou ao
mercado (Ex: Dengue, Zika, Chikungunya);
G) A trajetória profissional do pesquisador .
Também existem conflitos entre as diferentes perspectivas
quando
“a ação e o pensamento, a prática e a teoria,estão
ligadas em um processo contínuo de reflexão crítica e de transformação”.
(SCHWANDT, 2006, p. 195).
Então temos um conflito com a perspectiva racionalista e
suas características...
Kneller (1980, p. 54),
"A ciência evolui através de atos de homens e mulheres
– atos como inventar hipóteses,realizar experimentos, ponderar provas e publicar
resultados. A finalidade desses atos é produzir um conhecimento verificado – conhecimento
que mereça aceitação pela comunidade científica...”
Definição bem racionalista deixa de fora vários elementos
dos sentidos...
Na racionalidade moderna
“A ciência deve ser racional, pois, se as alegações do
conhecimento não forem racionalmente baseadas, faltarão argumentos para que
elas sejam preferidas à pretensão de gurus e adivinhos, e a investigação
científica não terá qualquer significado. Portanto, se quisermos entender o empreendimento
científico devemos apurar não só como a ciência evolui, mas também até que
ponto o faz racionalmente". (KNELLER, 1980, p. 54).
Segundo Boaventura de Sousa Santos(1995, p.18),
A racionalidade moderna é, por sua vez, fundada na "consciência
filosófica da ciência moderna" que teve no racionalismo cartesiano e no
empirismo baconiano as suas primeiras formulações, que se condensam no positivismo
oitocentista que concebe somente a existência de duas formas de conhecimento
científico,ou seja, as disciplinas formais da lógica e da matemática e as
ciências empíricas segundo o modelo mecanicista das ciências naturais.
Esta tradição é antiga?
Na antiguidade, Aristóteles distribuía as ciências em dois
ramos:
• Ciências teóricas: as que tinham por objetivo o conhecimento
puro e racional do mundo. Ex: física,matemática, biologia...
• Ciências práticas: tem por objetivo o conhecimento de princípios
instrumentais a serem aplicados no comportamento social e intelectual do homem.
Ex:moral, política, lógica...
Como podemos conhecer?
Correntes em tensão
O racionalismo acredita que
•O conhecimento vem da dedução racional lógica. As ideias
são inatas são fontes seguras do conhecimento (inatismos)
•São considerados racionalistas: Platão (427-347); Descartes
(1596-1650); Spinoza (1632-
1677); Leibniz (1646-1716).
Empirismo
•Todo conhecimento provém da experiência. Não existem
ideias inatas, a mente é uma tábula rasa.
• Corrente de pensamento ligada ao empirismo,com ênfase
no método empírico: investigação da natureza por meio da observação,
experiência,experimentos).
•São considerados empiristas: Aristóteles (384-322aC);
Locke (1632-1704); Berkeley (1685-1753);
Hume (1711-1776).
•Mecanismos
•Máquinas
•Corpo = máquina
•A mente possui as regras e é como se funcionasse igual a
um relógio. O mundo funciona sem Deus. A Razão é o centro do mundo.
Para as relações com a sociedade
O século XVIII vislumbrou um reino social com suas
próprias leis, como outros reinos da natureza... no século XIX, com Saint
Simon, em primeiro lugar, e sobretudo com seu discípulo August Comte, se
revelou uma nova concepção de ciência.
• Era possível estudar a sociedade com um método.
O Reino Social tem suas leis
• O princípio era bem determinista – na síntese que faz
em sua obra Curso de filosofia positiva, Comte verificou que todas as ciências
se baseavam no axioma de que os fatos tratados por elas estão ligados segundo relações
necessárias.
•Daí conclui...
... que tal princípio que havia sido verificado em todos
os reinos da natureza, desde o reino das grandezas matemáticas até ao da vida, deveria
ser igualmente verdadeiro em relação ao reino social.
Tradição positivista da ciência
1) A sociedade é regida por leis naturais,isto é, leis
invariáveis, independentes da vontade e da ação humana; na vida social reina
uma harmonia natural;
***Separam-se fatos de valores
2) A sociedade pode ser epistemologicamente assimilada
pela natureza (ser estudada pelos mesmos métodos e processos empregados pelas ciências
da natureza). (Durkheim).
***A sociedade independe dos indivíduos,existe antes e
depois de nós. Exerce coerção, é exterior;
3) As ciências da sociedade, assim como as da natureza,
devem limitar-se à observação e a explicação causal dos fenômenos, de forma
objetiva, neutra, livre de julgamentos de valor ou de ideologias, descartando previamente
todas as noções e preconceitos.
Fundamentos da pesquisa – princípios positivistas
clássicos
1. O mundo social opera de acordo com leis causais;
2. O alicerce da ciência é a observação dos fatos;
3. A realidade consiste em estruturas e instituições identificáveis
enquanto dados brutos por um lado,crenças e valores por outro;
4. O que é real - são os dados brutos considerados dados
objetivos; valores e crenças são realidades subjetivas que só podem ser
compreendidas através dos dados brutos;
5. As ciências sociais e as ciências naturais compartilham
de um mesmo fundamento lógico e metodológico – elas se distinguem apenas no objeto
de estudo;
6. Existe uma distinção fundamental entre fato e valor: a
ciência se ocupa do fato e deve buscar se livrar do valor.
7. A sociedade humana é regulada por leis naturais que
atingem o funcionamento da vida social,econômica, política e cultural de seus
membros.
(Portanto, para analisar determinado grupo ou comunidade,
as ciências tem que descobrir as leis invariáveis e independentes de seu
funcionamento).
8 . Proposta de conhecimento: neutro, objetivo, livre de
juízos de valor e de implicações políticas.
Atores - são determinados pelo sistema social
• A socialização ocorre a partir dos valores sociais.
É baseada nas normas adequadas aos papéis que irão
desempenhar na divisão do trabalho. Esses papéis lhe dão identidade e seu lugar
para atingir e atender às necessidades funcionais do sistema.
• O seu contrário é a abordagem sobre os sentidos e significados
e sobre a ação coletiva ou individual dos sujeitos, atores e/ou indivíduos.
• A linguagem do significado subjetivo – os atores definem
sua vida, propósitos e situações – (é claro que sempre existe a influência da
tradição,dos interesses racionais e da emotividade).
•Evidentemente estas concepções mantêm muitos aspectos
separados uns dos outros...questões a serem superadas. Ciências
Humanas e sociais; Ciências naturais e sociais;
•Ciências sociais e cognitivas;
•Ciências da saúde e humanas;
•Matemáticas e humanas, outras...
Algumas consequências
Separação entre empiristas X racionalistas;
Fatos e Valores;
Objetividade e subjetividade;
Estrutura e sentido/valor;
Conhecimento X Natureza;
Civilizado X Primitivo;
Público X Privado;
CIENTÍFICO NÃO-CIENTÍFICO
Objetividade Senso Comum
Racionalidade Sensibilidade
Neutralidade Emoção
Dominação Passividade
Cérebro Coração
A ciência moderna se inscreve tendo a racionalidade como
elemento definido
Adepta do positivismo
Defensora de método cientifico impessoal
Separação entre ciência da natureza e ciências humanas
AULA 03 - O “papel” das metáforas e analogias:as
lentes das desigualdades na ciência moderna
Objetivos
•Perceber como o discurso científico seutilizou de
metáforas e analogias para se consolidar
•Entender como o uso de certos discursos e de certas
comparações produziram desigualdades entre as pessoas;
•Perceber de que maneira a ciência não é neutra;
As palavras são as coisas? (FOUCAULT,1993).
•A linguagem não é apenas descritiva;
•Ela é performativa , faz ações;
•Tem consequências para a pesquisa e para as práticas
políticas e do fazer cientifico;
•Toda linguagem deve ser submetida ao critério de sua
eficácia.
Quando dizer é fazer... palavras fazem realidades?
1. Os votos no casamento não são só palavras,eles selam
um ritual que significa também um reconhecimento formal e jurídico;
2. O grito de guerra é a guerra; sofrer bullying por meio
de palavras desencadeia um sentimento profundo de solidão, produz de fato
isolamento espacial e social;
Por que o uso das metáforas?
•Comparar é parte do processo de fazer ciência;
•Também utilizou-se e se utiliza analogias e metáforas na
ciência para fundamentar preconceitos.
Na ciência, metáforas e analogias não são arbitrárias nem
são pessoais.
A escolha de analogias e metáforas são de fontes
diversas: natureza dos objetos,estrutura social, tipo de comunidade
científica,história do método ou do campo de estudo.
Estes aspectos colaboram para a emergência de analogias
seus sucessos e seus fracassos.
No caso do estudo científico da diferença humana, as
analogias foram usadas
•Pelos cientistas no final do século XVIII, segundo Stepan,
quando a mutação humana começou a ser estudada.
•Foi um sistema metafórico que estruturou a percepção da
diferença, criando “objetos” e pessoas diferenciados.
O sistema metafórico fez surgir as lentes através das
quais as pessoas experimentaram e viram as diferenças entre classes, raça,
sexo, entre homem civilizado e selvagem.
•Associação entre mulheres = raças inferiores = negros =
símios
Os estudos sobre raças se consolidaram
•Em parte porque as diferenças pareciam óbvias, em parte
porque o movimento abolicionista deu importância política ao surgimento da
diferença racial e da desigualdade social.
• Do estudo da raça veio a associação entre a inferioridade
e o símio.
LOMBROSO (1835-1909, psiquiatra, cirurgião,higienista,
criminologista, antropólogo e cientista italiano).
“À vista do crânio, pareceu-me que, de repente,iluminado
como uma vasta planície sob o céu resplandescente, podia ver todo o problema da
natureza do criminoso: um ser atávico cuja pessoa reproduz os instintos ferozes
da humanidade primitiva e dos animais inferiores.”
Assim se explicavam anatomicamente as enormes mandíbulas,
os pronunciados ossos do rosto, os arcos superciliares proeminentes, as linhas
separadas das palmas das mãos, o inusitado tamanho das órbitas, as orelhas em
forma de asa que se observam nos criminosos,nos selvagens e nos macacos, a
insensibilidade à dor, a extrema agudeza da visão, o gosto pelas tatuagens,
pela ociosidade excessiva e pelas orgias, a ânsia irresponsável pela maldade
por si mesma, o desejo de não apenas extinguir a vida da vítima mas também de
mutilar o cadáver,de rasgar sua carne e beber seu sangue" .
A biologia
• Podia justificar o estatuto diferente das pessoas
frente a igualdade natural – raça.
• A história geral das categorias biológicas é excludente
em relação com a cultura(negros, mulheres);
Século XIX
• As interações metafóricas envolviam um complexo sistema
de implicações sobre semelhanças e diferenças.
•Linguagem técnica (medidas do corpo), cabeça,cérebros...
•os sistemas de representações incluíam questões de saúde
e doenças comparadas). Acreditava-se que mulheres e negros apresentavam graus
mais altos de insanidades e neurastenias do que o homem branco. (STEPAN, 1994).
Exemplos:
1. O leve peso do cérebro feminino e as estruturas cerebrais
deficientes, eram análogos as raças inferiores;
2. A mulher se igualava aos negros pelo crânio estreito,
infantil e delicado;
3. A mulher mantinha traços encontrados nas raças mais
inferiores e em termos evolutivos era o elemento mais conservador para o homem;
4. O crânio feminino se assemelhava a criança.
• As raças inferiores representavam o tipo “feminino” das
espécies humanas, e as mulheres representavam a inferior de gênero.
• Porém as analogias referem-se mais do que a raça e
gênero. São entrelaçadas e sobrepostas envolvem questões psíquicas, físicas, de
classe, nacionalidade
• a mulher, o desviante, o criminoso, os pobres da cidade,
os insanos que eram considerados raças à parte.
Ex: Venus Negra
• Paris, 1817, na escola real de medicina. "eu nunca
vi a cabeça de um ser humano tão parecida com a de um macaco.".
• Parado ao lado do modelo feito a partir do corpo de
Saartjie Baartman, o médico Georges Cuvier é categórico em sua afirmação.
• Saartjie Baartman era uma mulher pertencente ao grupo
étnico dos khoisan
•Viviam no sudoeste da África e tinham um biótipo físico
e idioma próprios.
•Os pais dela foram assassinados durante uma guerra local
e ela foi vendida para um comerciante.
•Em 1808, enquanto trabalhava na casa da família na
África do Sul, Saartjie foi convidada pelo irmão do seu patrão para
apresentar-se na Inglaterra e conseguir muito dinheiro. Com dificuldades financeiras,
a família viu na mulher uma possível fonte de renda devido a curiosidade que o
mundo tinha em relação ao continente africano seus habitantes.
O tipo físico da moça chamava muita atenção.
Saartjie tinha enormes nádegas, por conta de uma hipertrofia
(esteatopigia), o que era considerado incrivelmente bizarro para os padrões
europeus.
Além disso, ela também tinha um traço muito característico
dos khoisans: a cortina da vergonha.
Os pequenos lábios da vagina de Saartije eram maiores do
que o normal, podendo chegar até 10 cm a partir da vulva; por isso lembrava uma
cortina de pele – a cortina da vergonha.
Grandes mudanças iluministas
• Apenas a partir do Iluminismo a biologia, o corpo estável
e a-histórico, passa a ser considerado a base epistêmica para prescrições sobre
a ordem social. Dimorfismo e divergência biológica
•Outras mudanças
Essas estratégias também produziram, ao longo do século
XVIII e XIX, quatro figuras submetidas à observação e ao controle social,
inventadas no interior de discursos reguladores:
• a mulher histérica;
• a criança masturbadora;
• o casal que utiliza formas artificiais de controle de natalidade;
• e o "pervertido", especialmente assim
chamou-se para o homossexual.
Desaparecem as velhas metáforas que
• Vinculavam a reprodução com outras funções corporais e
com o mundo natural na grande cadeia dos seres.
• O pênis como arado e o útero como matriz, como campo,
não convencem mais.
• Os velhos quadros da agricultura desapareceram como por
exemplo: a vagina como órgão rugoso no interior, semelhante a pele da mandíbula
de uma vaca. (LAQUEUR, 2001).
Quando no século XIX os cientistas postularam uma
analogia entre diferenças raciais e sexuais,ou entre diferenças de raça e
classe, começaram a produzir novas informações e novas posições.
Suas interpretações das diferenças e similitudes foram
amplamente aceitas...
Na ciência moderna as metáforas criam novos conhecimentos
• É a metáfora que nos ajuda a perceber as similaridades;
• Ela permite a descoberta e pode fornecer novas informações.
Mulher e raça= informações sobre a pélvis, formato do crânio, peso ou estrutura
do cérebro;
• Sem estas analogias relacionando diferenças e semelhanças
boa parte da ciência não teria existido;
Também estas analogias ajudaram a constituir os objetos
de investigação.
Metáforas também são mutantes...
• A própria ciência analógica da variação humana mudou
•Porém, existe tensões entre a mudança e a dogmatização
• Consequências sociais e políticas.
• A concepção Iluminista negava que as mulheres possuíssem
a racionalidade e a capacidade de observação desapaixonada e objetiva exigidas
pelo pensamento científico.
• As mulheres podiam ser objetos da razão e daobservação
masculinas, nunca seus sujeitos...
• Somente os homens eram vistos como formuladores ideais de
conhecimento; e, entre eles, apenas os que pertenciam à classe, raça e cultura
corretas, eram vistos como detentores de capacidade inata para o raciocínio e a
observação socialmente transcendentes (HARDING,1993, p. 17).
As metáforas criam novos conhecimentos
•Similaridades são estabelecidas.
•Ela permite a descoberta e pode fornecer novas informações.
Mulher e raça = informações sobre a pélvis, formato do crânio, peso ou
estrutura do cérebro. Sem estas analogias relacionando diferenças e semelhanças
boa parte da ciência não teria existido. Também estas analogias ajudaram a constituir
os objetos de investigação.
Mas o que aconteceu historicamente e na difusão das
metáforas?
•Papel da metáfora e da analogia é discutível porque elas
desfrutam de uma posição ambígua.
•Século XVII – associou a metáfora à imaginação, à fantasia
poética, às figuras subjetivas e até mesmo a falsidade; X Contraste com a
objetividade e a neutralidade da ciência
Século XIX - os positivistas
Diferenciavam a linguagem científica da metáfora
Consequências: a dicotomia estabelecida entre a ciência e
a metáfora considerou que a ciência metafórica ou analógica era uma
pseudociência.
Confusão
• A metáfora foi tomada como a própria realidade e não
como uma representação da mesma.
• Ex: A natureza considerada mecânica foi tomada com se a
natureza assim o fosse...
• Recentemente o papel das analogias passou a ser reconhecido
(KHUN, Richard Boyd).
• Alguns filósofos da ciência afirmam que metáforas e analogias
não são somente auxílios – são constitutivas da própria teoria.
AULA
04 - Colonialidade do poder e do saber.Teorias pós-coloniais: teorias
feministas,dentre outras.
Objetivos
• Analisar aspectos da colonialidade do saber e do poder;
•Identificar a exclusão dos sujeitos e das comunidades na
ciência moderna;
•Perceber quais são os novos desafios metodológicos e as
relações com o compromisso ético e político da ciência.
Teorias pós-coloniais: do que estamos falando?
Santos diz:
Entendo por pós-colonialismo um conjunto de correntes
teóricas e analíticas, com forte implantação nos estudos culturais, mas hoje
presentes em todas as ciências sociais, que tem em comum darem primazia teórica
e política às relações desiguais entre o Norte e o Sul na explicação ou na
compreensão do mundo contemporâneo. (SANTOS, 2004, p. 28).
•Para Santos, o caráter constitutivo do colonialismo na
modernidade ocidental faz com que ele seja importante para compreender, não só
as sociedades não ocidentais que foram vítimas do colonialismo, mas também as
próprias sociedades ocidentais, sobretudo os padrões de discriminação social
que nelas vigoram.(SANTOS, 2004).
• Propõe-se uma ciência dos discursos marginais;
• Crítica radical ao paradigma dominante –hermenêutica de
suspeição;
• Escavar o lixo cultural, resíduos e ruínas – reinventar
a emancipação social
Daí o interesse desta perspectiva pela geopolítica do conhecimento,
ou seja, por problematizar quem produz o conhecimento, em que contexto o produz
e para quem o produz.
• Dimensão dialógica, não batalha do conhecimento (teoria
da tradução) - Auto-
reflexividade ;
•Sobrepor a emancipação sobre a regulação;
• Campo de experimentação social.
• Dupla ruptura: para um senso comum esclarecido e uma
ciência prudente;
• Fim do agente histórico único, dualizante (estrutura x
ação);
•Existem múltiplas formas de dominação;
•Fim das ideias sobre uma grande e única teoria comum.
Ruptura com o paradigma da modernidade (regulatório) para
dar voz ao paradigma emancipatório;
Equilíbrio entre adaptação e criatividade - Reencantamento
intelectual;
Sociologia das ausências.
Reconstruir o conhecimento emancipação – princípio da
responsabilidade
Critica aos dualismos
•É preciso historicizar conceitos como: natureza,cultura,
corpo, sexo, família, identidade;
•Estes não são fixos, nem determinados pela matéria nem
são biológicos;
•Os dualismos separam sujeitos e objetos ++resultam em
apropriação e domínio, por meio do processo de naturalização...
Em comum com esta perspectiva encontra-se
• A crítica ao universalismo e à unilinearidade da história,
das totalidades hierárquicas;
• A ênfase na pluralidade, na heterogeneidade, nas margens
ou periferias; uma epistemologia construtivista; novos sujeitos.
Enfrentar o problema dos binários
• A ignorância colonialista consiste na recusa do reconhecimento
do outro como igual e na sua conversão em objeto que assumiu historicamente três
formas distintas: o selvagem, a natureza e o Oriente. (SANTOS, 2016).
Necessário superar muitos binários = separações
• Ocidente X Oriente (HALL, Stuart);
• A "desconstrução" da polaridade Norte e resto
do mundo;
• Senso comum e ciência (SANTOS) e
• Sexo Gênero (BUTLER)
• Natureza Cultura (LATOUR, MORIN, FAUSTO-STERLING),
• Estrutura e ação; Identidade (indivíduo, coletivo, EU).
Sujeito e suas posições
Esforços são diversos ...
•Epistemologia feminista veio colocar em causa a produção
do conhecimento.
•Os sujeitos ignorados, os métodos universalistas.
Os novos paradigmas feministas anos 70
•Passaram então as(os) pesquisadoras(es)feministas a
questionar o retrato da realidade querefletia a dominação masculina e
negligenciava a mulher apresentando, desta forma, resultados não representativos
bem como contribuindo para a invisibilidade da mulher como sujeito/objeto do conhecimento.
• A invisibilidade do sujeito mulher estava dada em
muitos campos
• Na ciência que se fazia
•Obstetrícia e ginecologia (RODHEN, 2001) =ÚTERO = MÃE
• No espaço social e moral
Dois corpos, dois lugares: Público e privado LAQUEUR,
(2001), MARTINS (2004), RAGO (1999)
•O Trabalho feminino fora de casa é transformado em
problema no século XIX (SCOTT, 1994):mulher que trabalha perderia sua
feminilidade.
•O Homem tem que ganhar para ser provedor e à mulher cabe
a educação (Moral e cívica positivista)
• Controle moral, tecnológico e clínico da maternidade (TUBERT,
1996, TAMANINI, 2009;2010; SCAVONE, 2001).
As diferenças foram marcadas pelo microscópio, mas também
...
• Não somente mulheres e homens são sexos diferentes como
são considerados opostos no corpo e na alma, nos aspectos físicos e morais.
• A vida política, cultural, econômica de homens e mulheres
estava determinada pela biologia =
FUNDAMENTO NORMATIVO DA ORDEM SOCIAL.
Antes os sexos se misturavam (LAQUEUR, 1994).
•O fato de que em um dado momento o discurso dominante
interprete os corpos femininos e masculinos de forma hierárquica,
verticalmente,como versões ordenadas de um sexo e de que em outro momento o
faça como opostos ordenados horizontalmente sem possibilidade de medida coloca
outras questões.
•Estes aspectos são produzidos por separações, hierarquias,
valores negativos e positivos e confiança na razão.
• A modernidade se define como humanismo = confiança na
razão
•Esquece-se portanto dos: animais, das coisas,de Deus,
dos objetos; da diversidade;
• A modernidade surge da criação conjunta das separações
entre: Humanos, não humanos e deuses, da invisibilização deste conjunto e, na sequência,
do tratamento destes aspectos em separado (LATOUR, 2004).
•O modelo positivista - empirista, levou os cientistas a
busca de regras metodológicas ou de procedimentos que produzissem proposições objetivamente
fundamentadas.
Estas regras exigem que um investigador especifique uma
série de fenômenos observáveis para serem analisados, empregue procedimentos rigorosos
de amostragem, desenvolva dispositivos padronizados de medição, controle as
variáveis relevantes, coloque as hipóteses à prova através de testes dedutivos,
forneça análises estatísticas e assim por diante.(GERGEN, 1993). Nem sempre...
são
•Mas quais desafios hoje?
•Natureza?
•Cultura?
•Pessoas?
•Planeta?
Observar as mudanças práticas...
• “A era do ciborgue é aqui e agora, onde quer que haja
um carro, um telefone ou um gravador de vídeo. Ser um ciborgue não tem a ver
com quantos bits de silício temos sob nossa pele ou com quantas próteses nosso
corpo contém. Tem a ver com o fato de Donna Haraway ir à academia de ginástica,
observar uma prateleira de alimentos energéticos para bodybuilding, olhar as
máquinas para malhação e dar-se conta de que ela está em um lugar que não
existiria sem a ideia do corpo como uma máquina de alta performance. Tem a ver
com calçados atléticos.” ( “Você é um ciborgue”- um encontro com Donna Haraway,
P.23)
• “Pois uma das mais importantes questões de nosso tempo
é justamente: onde termina o humano e onde começa a máquina?....Mais do que a
metáfora, é a realidade do ciborgue, sua inegável presença em nosso meio
(“nosso”?),que põe em xeque a ontologia do humano.
•Ironicamente, a existência do ciborgue não nos intima a
perguntar sobre a natureza das máquinas, mas, muito mais perigosamente, sobre a
natureza do humano: quem somos nós?(HARAWAY, 1995).
Por que os dualismos são problemas?
1. Porque eles encerram contradições
Dentre elas:
A) Separam humanos e não humanos;
B) Não reconhecem que existe uma construção da realidade
por meio de escolhas de métodos;
C) Criam-se deuses e fetiches detentores da verdade;
D) A epistemologia clássica separa o mundo dos enunciados
do mundo das coisas.
Nestas análises as dimensões sociais,culturais e
históricas da compreensão eram consideradas extracientíficas e irrelevantes para
qualquer relato válido do que constitui-se o conhecimento científico.
Problemas para as ciências naturais
• Os pensadores da modernidade interpretam a natureza como
máquina determinada, a ponto de que o sujeito pensante não existe. Ele se torna
um enigma;
• A própria modernidade nasce dentro da relação com a ciência
natural;
• A própria ciência natural esta posta dentro do comportamento
determinista ;
• Os pensadores não conseguem fazer o pensamento sobre a
modernidade e olhar o ser humano;
• A ciência natural reduz o universo ao comportamento determinista.
Tal modelo de racionalidade que preside a ciência moderna
constitui-se, segundo Santos(1995), o paradigma dominante, a partir do século XIX,
quando além do domínio nas ciências naturais se estende, igualmente, a parcela
das ciências sociais emergentes.
•Problemas também para as Ciências Sociais,humanas...
•Porque ...
Segundo Santos (2000) ocorre
1. A colonização gradual das diferentes racionalidades da
emancipação, pela
racionalidade cognitivo instrumental da ciência levou à
concentração das energias e das potencialidades emancipatórias da modernidade na
ciência e na técnica.
2. A promessa da dominação da natureza, e do seu uso para
o benefício comum da humanidade,conduziu a uma exploração excessiva e despreocupada
dos recursos naturais, à catástrofe ecológica, à ameaça nuclear, à destruição
da amada de ozônio, e à emergência da biotecnologia, da engenharia genética e
da consequente conversão do ser humano em mercadoria.
Enclausura-se o processo de conhecimento em compartimentos.
A ciência moderna rompe radicalmente com a tradição do pensamento clássico e
enciclopedista dissociando saberes e práticas, indivíduo e sociedade, local e
global, sujeito e objeto, objetivo e subjetivo;
Passa a trabalhar, sobretudo, por temas e problemas circunscritos
e especializados; Caracterizar-se por uma fragmentação sempre crescente do
saber em disciplinas. (ALVARENGA, A. T. de etal., 2005).
Desafios segundo Santos
1. Ruptura com o paradigma da modernidade(regulatório)
para o paradigma emancipatório.
2. Equilíbrio entre adaptação e criatividade
-Reencantamento intelectual; sociologia das ausências.
3. Reconstruir o conhecimento emancipação –principio da
responsabilidade
Atitudes
1. Engajamento emancipatório
2. Vigilância epistemológica
3. Preocupação ética e política.
4. Tradução para o desnivelamento dos discursos;
5. Superação da dicotomia contemplação/ação;
6. Reinventar a participação social;
7. Recuperar o pilar da comunidade no pilar da emancipação
e a racionalidade estético -expressiva.
Método
• Dimensão dialógica não batalha do conhecimento (teoria
da tradução)
•Auto-reflexividade – Desequilíbrio dinâmico, assimetria
que sobreponha à
emancipação à regulação.
•Campo de experimentação social.
•Uma ciência disciplinar não tem controle sobre a
endotropia.
•Crítica = a ciência é um grande instrumento de redução
de complexidade.
• A complexidade é parte do conhecimento ainda que
produza turbulências nos conceitos iniciais;
•Questionamentos por via da complexidade, da criatividade,
da natureza, outras relações interdisciplinares, transdisciplinares...
• Não basta juntar disciplinas.
•Inércia.
• Critica da razão indolente
Novas ciências? Diálogo e reconstrução
• Ciências sistêmicas;
• Ciências da complexidade;
• Ciências do Caos;
• Ciências da autorregulação;
• Ciências da cibernética; (homem e máquina).
Comunicação, informação que afetam corpo,sociedade.
AULA 5 - A Emergência dos Pensamentos Inter e
Transdisciplinar
Objetivos
da aula:
• Conhecer
algumas das preocupações epistemológicas/metodológicas contemporâneas e dos
desafios advindos das novas posições;
•Sensibilizar
para a necessidade de novos saberes na construção de relações entre ciências
naturais e humanas;
•Perceber
algumas das consequências da postura interdisciplinar para a formação do
pensamento,das pesquisas e para as instituições.
Conhecimento
•Quantas
lentes existem para definir e produzir conhecimento?
• Múltiplas
visões epistêmicas...
Como é?
Seu propósito
• Conhecimento
é conteúdo ou processo efetivado por agentes humanos ou artificiais em
atividades de geração de valor científico, econômico, social ou cultural?
(PACHECO, 2015).
• É produzido
tanto na mente humana quanto em artefatos?
Do que
estamos falando?
•Segundo
Arlindo Philippi JR (SIIEPE/UFSC , 2013). Multidisciplinaridade é o estudo que
agrega diferentes áreas do conhecimento em torno de um ou mais temas, no qual
cada área ainda preserva sua metodologia e independência.
• Neste modo
não é obrigatória a cooperação entre disciplinas, porém exige-se coordenação.
Entende-se
por interdisciplinar
•
Convergência de duas ou mais áreas do conhecimento, que contribua para o avanço
das fronteiras da ciência e da tecnologia,transferência de métodos de uma área para
outra, gerando novos conhecimentos ou disciplinas. (PHILIPPI JR, 2013).
Conhecimento
transdisciplinar
•É
conhecimento resultante da coprodução de múltiplos atores que ultrapassam os
muros da academia, nos setores público e privado.(FRODEMAN, Robert, 2013).
Exigência
da interdisciplinaridade
• Novo
profissional com perfil distinto dos existentes, com formação básica sólida e integradora.
Esse modo exige cooperação e coordenação entre as disciplinas. (PHILIPPI JR,
2013).
Condições
para a Prática Interdisciplinar
• Aspectos
teóricos;
• Aspectos
metodológicos;
• Aspectos
organizacionais:
a) fator
tempo;
b)
constituição de equipe;
c) tamanho da
equipe;
d) trabalho
de coordenação e liderança de equipe;
e) busca de
linguagem própria;
f) escrita interdisciplinar.
(PHILIPPI JR, 2013).
Ex:
A construção
das grandes catedrais só foi possível graças à colaboração de pedreiros,
carpinteiros,ferreiros e vidreiros guiados pelos primeiros engenheiros que
desenvolveram os instrumentos conceituais matemáticos para calcular a interação
certa das forças que iam permitir ao edifício permanecer erguido durante
séculos. (RAYNAUT,2014) .
• A
“descoberta” do Brasil por Cabral, em 1500, foi possibilitada pelo projeto
lançado, um século antes, por Dom Henrique, o Navegante, para dotar Portugal
dos conhecimentos necessários para atingir o subcontinente Índio pelo mar. Ele
atraiu sábios, cartógrafos e astrônomos, oriundos de toda a bacia mediterrânea,
fundando, assim, o que foi chamado depois a “Escola de Sagres”.(RAYNAUT, 2014).
• Novas
realidades...
Contextos
exigentes: novas perguntas e novas respostas
•Emergência
de novas profissões;
• Novos
problemas que requerem domínio de diversos conhecimentos;
• Compromisso
social e cooperação com o setor industrial;
• Cooperação
Nacional e Internacional;
• Modelagem
matemática e computacional;
• Novas
abordagens genéticas e moleculares...
Desafios
•
Reconstrução radical dos quadros de pensamento;
• Novos modos
de produção e transmissão do conhecimento;
• Opera-se
hoje uma interação circular entre ciência e técnica; novas materialidades;
• Interação
entre material e imaterial, com projetos e desejos humanos. Ex:
Nanotecnologias, reprodução em laboratório, tecnologia contra poluição, para alimentos.
Uma
realidade complexa e híbrida exige:
1. Uma
reconstrução teórica e metodológica permanente (física nuclear, genética,
astrofísica);
2. Considerar
a “antropização” do mundo material e vice versa;
3. A oposição
clássica entre indivíduo e sociedade,natureza e cultura se dilui;
4. Olhar
questões conceituais, desafios metodológicos para a relação com os “objetos” e
suas conseqüências à formação do pensamento e da pesquisa;
“A fronteira
é permeável entre a ferramenta e o mito, instrumento e conceito, sistemas históricos
de relações sociais e anatomias históricas de corpos possíveis, inclusive objetos
de conhecimento”. (HARAWAY,1991).
Novos
conhecimentos
Características
comuns às formas mais exitosas de interdisciplinaridade: associar disciplinas
que tratam das dimensões materiais da realidade (físico, químicas, mecânicas,
biológicas);
•Muitos
progressos foram conseguidos nestes domínios de produção do
conhecimento.(RAYNAUT, 2014).
Obstáculos
Os obstáculos
crescem e os sucessos são mais raros quando as disciplinas humanas e sociais entram
na colaboração;
O problema
central: barreiras são mais sociais,históricas, políticas e psicológicas do que
epistêmicas;
Existem
muitos obstáculos institucionais,organizacionais, bem como rivalidades de prestígio
e de poder.
• A questão
da produção e da circulação do sentido é central para as ciências humanas
•O sentido é
a “matéria imaterial” sobre a qual trabalham. (RAYNAUT, 2014).
Existem
desafios intelectuais de ambos os lados ...
•Para pensar,
emitir ideias, fazer projetos, o Ser humano depende do funcionamento de seu cérebro,
enquanto sistema biofísico.
•Para
permanecer, qualquer sociedade tem que manter as bases materiais de sua
reprodução física e demográfica, mas também seus sentidos;
Como fazer?
Segundo
RAYNAUT (2014).
É necessário
respeito mútuo ;
Admitir as
relações entre sentidos e dimensões materiais e imateriais;
•As ciências
da materialidade devem aceitar a ideia que o domínio de realidade que estudam
as ciências humanas, por intangível que seja, é tão objetivo (determinante na
história) como os fatos materiais.
Do lado das
ciências da matéria: Reconhecer que as ideias, as instituições sociais, os
afetos possuem seu nível intrínseco de existência.
Interagem
entre si, constituem objetos de estudo em si, sem que seja necessário chamar
pela biologia ou a física para explicar e entender tais interações.
• Existe uma
ordem de causalidade que não implica na intervenção de fatos materiais.
Como
colocar a interdisciplinaridade em prática?
A prática
interdisciplinar não é dada pela simples aproximação de especialistas
diferentes. Ela se constrói metodicamente.
• A
colaboração entre as tecnociências e as ciências humanas é mais do que nunca imprescindível.
• As
diferenças, reconhecidas e respeitadas, são fonte de riqueza para um diálogo
científico.
Tipos de
interdisciplinaridade
• Uma
interdisciplinaridade de proximidade (geografia, história, sociologia,
antropologia,arqueologia, psicologia, letras, economia,estatística).
•Ou um
esforço de aproximação de disciplinas distantes? Fator pungente de inovação
(biologia,informática, ciências cognitivas, nanotecnologias).
Como
colocar para conversar distâncias entre...
•Engenharias,
construção, saneamento medicina
•Economia
•Psicologia ?
AULA
6 - A base de uma pesquisa científica
A Ciência
Empírica
Se baseia em
evidências empíricas, ou seja, em fatos (base factual) que existem no mundo.
Essas evidências devem ser aceitas por outros cientistas,bem como as conclusões
expressas a partir delas.
A base de
uma pesquisa científica
Como a
motivação é fundamental para a aprendizagem (Silva, 2005), o melhor desempenho
dos alunos da classe A decorre dos estímulos motivacionais dados pelo professor
antes da aula.
Quem usa o
método científico?
Cientista
Mecânico
Eletricista
Produtor
rural
Médico
Psicólogo
Dentista
Advogado
Etc.
Características
do conhecimento científico
Base Empírica
Provisório
Explicativo
Lógico
AULA
7 - Como encontrar problemas pertinentes
para pesquisa?
Pergunta
-- Objetivo
Leituras
diversas
Conversas
diversas
Vasta leitura
sobre o tema
Experiências
com o tema
Pensamento
ousado(pense fora da casinha)
(faça o que a
média não faz)
O QUE
ESTUDAMOS?
Variáveis:
são os elementos do mundo e que podemos estudar pela abordagem empírica.
Exemplos:
aprendizagem, atenção, desempenho,motivação, idade, gênero, classe social,
nível econômico, agressividade, estresse, resistência,dureza, coerção,
velocidade, etc.
Classificação
das Variáveis
TEÓRICA OPERACIONAL
Diabetes O que registrar?
Diabetes Glicose no sangue
Aprendizagem Notas
Satisfação Palavras (= prazer)
IMPORTÂNCIA
DA PERGUNTA E DO OBJETIVO
Qual é a
assiduidade dos brasileiros no ensino médio público?
≠
Como aumentar
a assiduidade dos brasileiros no ensino médio público?
IMPORTÂNCIA
DA HIPÓTESE
Como aumentar
a assiduidade dos brasileiros no ensino médio público?
HIPÓTESE é
uma resposta provisória a uma pergunta e que ainda não foi testada.
EXEMPLO:
aulas baseadas em jogos atraem mais os alunos.
Perguntas
sobre as variáveis
Variáveis: A
e B - perguntas possíveis
Descrever A e
descrever B?
A indica B;
ou vice-versa? (A ~ B)
A afeta B? (A
- B)
B afeta A? (B
- A)
Perguntas
sobre as variáveis
Variável A
(motivação em aulas de matemática)
Qual é o
perfil dessa motivação?
Que variáveis
afetam essa motivação?
O que essa
motivação afeta?
Como essa
motivação se desenvolve nos alunos?
Tipos
Lógicos de Pesquisa
DESCRITIVA –
Caracteriza (descreve) a variável
DE ASSOCIAÇÃO
– Testa relação entre duas ou mais variáveis
A ~ B:
associação sem interferência entre elas
A afeta B:
associação com interferência entre A e B
AULA
8 – Como estabelecer objetivos de pesquisa
Tipos
Lógicos de Pesquisa
Use os
conceitos vistos na aula nº7
DESCRITIVA –
Caracteriza (descreve) a variável
DE ASSOCIAÇÃO
– Testa relação entre duas ou mais variáveis
A ~ B:
associação sem interferência entre elas
A afeta B:
associação com interferência entre A e B
COMO
REDIGIR?
Transmita ao
leitor,de forma inequívoca, sua intenção lógica
PESQUISA
DESCRITIVA
Descrever...
Caracterizar...
Identificar a
composição de...
Apresentar a
opinião de... sobre...
Mostrar
(relatar) a distribuição de...
Etc.
PESQUISAS
COM HIPÓTESE
SEM
INTERFERÊNCIA ENTRE AS VARIÁVEIS
Avaliar se A
está associado a B
Testar se A é
um indicador (preditor) de B
Analisar se
há correlação entre A e B
Hipóteses
Avaliar se A
está associado a B
Testar se A
é um indicador (preditor) de B
Analisar se há
correlação entre A e B
Avaliar se
A afeta B
Testar se
A melhora o desempenho de B
Analisar se A
depende de B
A LÓGICA
DOS OBJETIVOS NUM PROJETO
Se você tem
hipótese, o projeto deve testá-la.
Se é uma
descrição, o projeto deve descrever.
PORTANTO,
todo projeto
deve atingir seu objetivo!
CUIDADOS
O OBJETIVO
deve ser objetivo
Dar DIREÇÃO
ao leitor e a você próprio
NÃO USE
palavras vagas, imprecisas
PALAVRAS
VAGAS :Compreender, Discutir, Interpretar, Criticar, Debater, Apreciar, Escolher,
Julgar,Contribuir
VERDADES: Confirmar,
Provar,Demonstrar
METODOLOGIA: Analisar,
Comparar, Criticar, Debater, Aplicar, Usar, Praticar, Manipular
ATENÇÃO
A pesquisa
científica deve produzir conhecimento novo
O LOCAL DO
ESTUDO raramente estará no objetivo
OBJETIVOS
GERAIS E OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Caso 1
GERAL: variáveis
teóricas
ESPECÍFICO:
variáveis operacionais
EXEMPLO DO
CASO 1
Testar se a
insônia prejudica desempenho escolar
GERAL
Testar se a
insônia prejudica desempenho escolar
• Horas
dormidas
• Nota nas
provas
• Vezes que
acorda
• Assiduidade
ESPECÍFICOS
Testar se os
que menos dormem têm as menores notas.
Avaliar se os
que menos dormem são menos assíduos.
Verificar se
os que acordam mais à noite têm piores notas.
Testar se os
que acordam mais à noite são menos assíduos.
PENSE CLARO,
ESCREVA CLARO!
AULA
09 - O projeto de pesquisa:importância e estrutura básica
PERGUNTAS
BÁSICAS AO JULGAR UM PROJETO DE PESQUISA
O problema no
qual se insere a pesquisa é relevante?
O objetivo é
uma proposta que merece investimento?
O problema no
qual se insere a pesquisa é relevante?
O objetivo é
uma proposta que merece investimento?
O objetivo
será alcançado com a metodologia proposta?
O projeto é a
estruturação de nosso planejamento
QUAL A
ESTRUTURA DO PROJETO?
O projeto é a
estruturação de nosso planejamento
TÍTULO
AUTORES
RESUMO
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
CRONOGRAMA
REFERÊNCIAS
PROJETO
COMEÇA COM UMA PERGUNTA
1 – Leia
artigos recentes e interessantes em literatura de bom nível num tema de seu
interesse.
2 – Nessas
leituras, elabore questões que lhe pareçam
pertinentes em relação ao tema.
3 – Escolha a
pergunta que lhe parecer mais promissora.
4 – Faça uma
revisão da literatura para ver se a pergunta que escolheu é mesmo original.
5 – Se
detectar que sua pergunta já está respondida na literatura, crie outra pergunta
(mas agora já terá melhor embasamento para isso).
Tipos
Lógicos de Pesquisa
DESCRITIVA –
Caracteriza (descreve) variável(is)
DE ASSOCIAÇÃO
– Testa relação entre duas ou mais variáveis
A ~ B:
associação sem interferência
A afeta B:
associação com interferência
QUAL A
ESTRUTURA DO PROJETO?
ATENÇÃO – problema (pergunta) – justificativa
– objetivo – introdução- metodologia – coerência lógica absoluta
TÍTULO
Curto
Dirigido à
Pergunta ou ao Objetivo da pesquisa
Use palavras
de fácil entendimento
Seja coerente
com o conteúdo do trabalho
Prefira
variáveis teóricas
Nunca engane
o leitor
AUTORES
QUEM É AUTOR
DO TRABALHO?
São
necessárias as duas participações abaixo
Idealizar a
pesquisa
+
Elaborar as
principais conclusões
RESUMO
FOQUE NO
NECESSÁRIO – seja breve!
(deixe claro
qual é o diferencial de seu projeto)
Mostre a
pergunta (e sua relevância) a ser respondida
Mostre seu
objetivo (se necessário, fundamente)
Apresente o
delineamento do estudo
(reforce a
novidade metodológica, se houver)
INTRODUÇÃO
Qual a
questão investigada (porque é interessante e importante)
Qual o
objetivo do projeto (porque é inovador nessa questão)
Em síntese
A Introdução
ajuda o leitor a entender a essência da proposta contida no projeto
METODOLOGIA
Como a
pesquisa foi desenvolvida:
1. Sujeito da
Pesquisa
2. Planejamento
Intelectual (Delineamento)
3. Procedimentos
Específicos (receita de bolo)
4. Formas de
Análise dos Dados
CRONOGRAMA
Atividades 1o Sem 2o Sem 3o
Sem
Montagem da
Pesquisa X
Coleta de
dados X X
Análise dos
dados
X X
Redação do
texto
X
REFERÊNCIAS
Descreva
pelas normas solicitadas apenas as referências
Use apenas
referência de bom nível.
Certifique-se
que leu toda referência citadas.
Garanta que a
referência guie o leitor à obra citada.
CUIDADO
PLÁGIO é
CRIME – não copie texto publicado (seu ou de outro autor); reescreva com suas palavras
e cite o trabalho onde está essa informação.
PLÁGIO é
CRIME – se for essencial usar as palavras do autor, coloque esse trecho entre
aspas e cite o trabalho onde aparece esse trecho.
AULA 10 - O projeto de pesquisa:como
fazer uma Introdução
PERGUNTAS
BÁSICAS AO JULGAR UM PROJETO DE PESQUISA
O problema no
qual se insere a pesquisa é relevante?
O objetivo é
uma proposta que merece atenção?
ESTRUTURA
DA INTRODUÇÃO
A Introdução
é a apresentação do projeto ao leitor
Tipos de Pesquisa
:
1. Descritiva
2. Hipótese
de Associação
3. Hipótese
de Interferência
QUAL A
ESTRUTURA DO PROJETO?
INTRODUÇÃO
Qual a
questão investigada (porque é interessante e importante)
Qual o
objetivo do projeto (porque é inovador nessa questão)
Em síntese
A Introdução
ajuda o leitor a entender a essência da proposta contida no projeto
INTRODUÇÃO
pesquisa descritiva
Não basta
dizer que ainda não foi descrito
DIGA por que
é importante descrever essa variável?
Necessidade
da descrição
Novidade
metodológica
Novidade de
contexto
INTRODUÇÃO
pesquisa de associação sem interferência
Questão que
origina a pesquisa
Como essa
associação ajuda nessa questão?
Por que
espera associação (sem interferência)?
INTRODUÇÃO
pesquisa de associação com interferência
Questão de
origem da pesquisa
Por que
imagina que essa variável terá esse efeito?
Como essa
interferência ajuda a responder á questão inicial?
Certifique-se
de suas justificativas
Pesquisa
sem hipótese (descritiva)
Necessidade
de descrever X
Importância
da técnica de descrição
Importância
da condição diferencial de X
Objetivo:
descrever X
Pesquisa
com hipótese de associação
Mostrar a
importância de se encontrar variáveis associadas a determinada variável X
Mostrar
porque a variável escolhida é possível de estar associada a outra variável X
Objetivo:
Avaliar se essa variável indica X
Pesquisa
com hipótese de interferência
Por que
conhecer variáveis que afetem a variável X?
Por que
espera que essa variável afete a variável X?
Objetivo:
Avaliar se essa variável afeta X
EXEMPLOS –
Estrutura da Introdução
Descrever o
perfil de ansiedade, frustração e depressão de alunos do ensino médio público
brasileiro.
Testar se o
uso cotidiano da internet reduz no indivíduo o desejo por conhecimentos mais
profundos.
AULA
11 - O projeto de pesquisa:como estruturar a metodologia
No projeto
escrevo no futuro e no estudo no passado
PERGUNTAS
BÁSICAS AO JULGAR UM PROJETO DE PESQUISA
O objetivo
será alcançado com a metodologia proposta?
QUAL A
ESTRUTURA DO PROJETO?
O projeto é a
estruturação de nosso planejamento
TÍTULO
AUTORES
RESUMO
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
CRONOGRAMA
REFERÊNCIAS
Tipos
Lógicos de Pesquisa
DESCRITIVA –
Caracteriza (descreve) variável(is)
DE ASSOCIAÇÃO
– Testa relação entre duas ou mais variáveis (hipótese)
A ~ B:
associação sem interferência
A afeta B:
associação com interferência
DELINEAMENTO:
Pesquisa Descritiva
Informe:
Método de
amostragem e N amostral
Técnicas de
coleta dos dados
DELINEAMENTO:
Pesquisa de Interferência
(planejamento intelectual da pesquisa)
Informe:
Grupos a
serem comparados (tratamentos)
Caracterize
bem a variável independente (adultos, mulheres, etc)
Método de
amostragem e N de cada grupo( qtas pessoas)
Faça um
desenho se a proposta é complexa
Técnicas de
coleta dos dados (o que os pesquisados pensam)
Como prevê
analisar esses dados
ATENÇÃO
PROBLEMA
(PERGUNTA)
JUSTIFICATIVA
OBJETIVO
DELINEAMENTO
Coerência
lógica absoluta
AULA 12 - Preparando-se para a pesquisa:Noções
sobre a coleta de dados
IMPORTÂNCIA
DOS DADOS PARA A CIÊNCIA
A CIÊNCIA É
BASEADA EM EVIDÊNCIAS (RESULTADOS) QUE PODEM SER ALCANÇADAS TAMBÉM POR OUTROS CIENTISTAS
CLASSES DE
DADOS
DEPENDEM DAS
VARIÁVEIS OPERACIONAIS QUE ESCOLHEMOS
RESULTADOS: QUANTITATIVOS(números),QUALITATIVOS(palavras,
sons, cores, desenhos etc.)
QUANTITATIVOS
Exigem Estatística
QUALITATIVOS Ex. Análise de conteúdo
TÉCNICAS
QUANTITATIVAS
Fidedignas Precisas Exatas
QUALITATIVOS Fidedignas Precisas Exatas
PROBLEMAS
NA COLETA OU INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
SUBJETIVIDADE
Resolva com
um “estudo cego”
Não colete
dados sabendo o que espera deles
Evite ao
máximo que sua intenção veja o que deseja ver
SUBJETIVIDADE:
Na pesquisa qualitativa este risco é maior!
Max Planck
nos disse...
O cientista
não é o mais honesto dos homens, mas a ciência dá um alto prêmio à honestidade.
AULA
13 - Formas de trabalhos científicos
CARACTERÍSTICA DE UM TRABALHO CIENTÍFICO
Com base na metodologia científica, ele apresenta, no
mínimo, uma conclusão original
Sua qualidade não depende da extensão do texto nem do número
de conclusões.
Sua qualidade não depende da extensão do texto nem do
número de conclusões.
Ela depende da qualidade da fundamentação e da conclusão.
TIPOS DE PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS
Livros ou capítulos
Artigos
Artigos completos (full papers)
Artigos de revisão (review papers)
Artigos curtos (short communications)
Literatura Cinza (gray literature)
Resumos em congresso
(completo ou expandido)
TCC – trabalho de conclusão de curso
Monografias
Dissertações
Teses
AULA
14 - Base fundamental para a boa escrita
HÁ UM ESTILO CIENTÍFICO INTERNACIONAL
O estilo não depende de área; os vícios e costumes sim.
Linguagem Impessoal
Admite que a conclusão não depende da pessoa, apenas dos dados.
Isso é ciência ultrapassada.
Linguagem Pessoal
Admite que a conclusão depende de como a pessoa enxerga
os dados. É a linguagem usada nas revistas científicas de alto nível
internacional.
HÁ UM ESTILO CIENTÍFICO SINTÉTICO
A reação causou uma redução na atividade...
A reação reduziu a atividade...
HÁ UM ESTILO CIENTÍFICO SINTÉTICO
A moça deu uma corrida até adentrar na casa de moradia de
Eulálio.
A moça correu até entrar na casa de Eulálio.
É bem estabelecido que poças de água aceleram a expansão
da dengue.
Poças de água aceleram a expansão da dengue.
O objetivo do presente estudo foi testar...
Aqui testamos se...
FRASES VAZIAS
As conclusões foram baseadas nos dados do presente
estudo.
Enfatizamos que se façam investigações também em outros
contextos.
Este estudo visa contribuir para o conhecimento na área
de...
DIRETO
As metodologias de ensino foram aperfeiçoadas pelos
alunos.
Os alunos aperfeiçoaram as metodologias de ensino.
SUJEITO + VERBO (ação) + COMPLEMENTO
OBJETIVO
Os alunos são altos.
Os alunos têm estatura superior a 1,80 m.
Os alunos têm estatura média de 1,87 ± 0,02 m.
SIMPLES
Vários estudos corroboram que os peixes são sencientes.
Vários estudos sustentam que os peixes são conscientes de
sofrimento.
FUNDAMENTADO
É importante as crianças terem contato com a natureza.
É importante as crianças terem contato com a
natureza,pois esse contato estimula a criatividade (Silva, 2014).
CONSTRUÇÃO DE PARÁGRAFOS
Não construa parágrafo com apenas uma frase.
Considere o parágrafo como um conjunto de frases
conectadas para defender UMA ideia.
Antes de escrever o parágrafo, tenha bem claro que ideia
pretende apresentar com ele.
SUGESTÃO
Coloque a ideia central do parágrafo na primeira frase.
Nas frases seguintes, inclua informações que demonstrem
que essa ideia central é válida.
EXEMPLO
O papel da saúde bucal na origem da doença cardiovascular
tem recebido considerável atenção. A doença periodontal é um processo
inflamatório crônico e complexo, resultando na perda de tecido conectivo e sustentação
óssea dos dentes. É a principal causa de perda de dentes em adultos acima de 40
anos. De acordo com a OMS afeta pessoas no mundo todo, com prevalência de até
10% a 20%...
Adaptado de Britsh Medical Journal 2010, 340: c2451.
ORGANIZE CADA TÓPICO DO TEXTO ANTES DE
REDIGÍ-LO
FAÇO UM OUTLINE
1a ideia 1a
parágrafo
2a ideia 2a
parágrafo
3a ideia
3a parágrafo
4a ideia 4a
parágrafo
Etc.
Etc.
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