LIBRAS
AULA
1 - História da Educação de Surdos:Na
Europa e nos EUA
LIBRAS
Objetivo geral:
•Familiarizar os alunos com a história, a língua, a cultura
e a educação de pessoas surdas.
Conteúdo:
• História da educação de surdos
•Filosofias da educação de surdos
•Visões sobre a surdez
• Mitos sobre as línguas de sinais
• A linguística das línguas de sinais
Antiguidade Greco-romana (4000a.C. - 476d.C.)
“(...) os surdos não eram seres humanos competentes.”
(p.16)
Sem audição – sem fala – sem linguagem – sem pensamento
Aristóteles (384-322 a.C):
- Linguagem → condição humana
- Surdos → não-humanos
Antiguidade Greco-Romana
(4000a.C. - 476d.C.)
Romanos:
Surdos eram privados de seus direitos legais e confundidos
com retardados mentais
- Não podiam fazer testamentos
- Precisavam de um curador
Idade Média (476 - 1453)
Igreja católica:
- Até o século XII, surdos não podiam se casar
- Almas de surdos não eram imortais porque não podiam
falar os sacramentos
Idade Moderna (1453 - 1789)
Pedro Ponce de León (1520 – 1584):
-Primeiro professor de surdos (filhos de nobres)
- Motivação → direito à herança
-Êxito no ensino da fala, leitura, escrita e até de
filosofia
-Base para outros educadores de Surdos
Juan Pablo Bonet (1579 – 1629):
-Apropria-se do método de León
- 1620: obra sobre a arte de ensinar surdos a falar
(alfabeto manual,escrita, língua de sinais e manipulação dos órgãos fonoarticulatórios)
Método de Bonet se tornou referencia para outros
educadores:
Pereire (países de língua latina)
Amman (países de língua alemã)
Wallis (nas ilhas britânicas)
-Foco → oralidade, mas uso dos sinais e alfabeto manual
-Pereire e Wallis → abandono da oralização
Idade Moderna (1453 - 1789)
Charles-Michel de l’Epée (1712 -1789):
(fundador)
-Instituto Nacional para Surdos-Mudos de Paris (1760)
-Primeiro a reconhecer que os surdos têm uma língua.
-Oralização deixa de ser o foco
-Criação e uso dos sinais metódicos
-Época áurea da educação de surdos
Idade Contemporânea (1789 – 1900)
Thomas Gallaudet (1787 - 1851):
-Viajou para a Europa (1816) → método
-Realizou estágio no Instituto Nacional para Surdos-Mudos
de Paris
Laurent Clerc (1785 – 1869):
-Retornou com Gallaudet para os EUA
-Primeira escola de surdos dos EUA
Hartford School
(Connecticut):
- Fundada em 1817
- LSF, sinais metódicos adaptados para o inglês, alfabeto
manual francês, sinais dos alunos surdos norte-americanos → ASL
Gallaudet University:
-Fundada em 1864 por
Edward Gallaudet
-Educação de surdos até 1880 → foco: oralização / sinais:
apoio (método combinado)
Congresso de Milão (1880):
-Reuniu educadores de surdos de diferentes países (apenas
um surdo)
- Método oral puro (fala → finalidade da educação)
-Professores surdos e a língua de sinais (afastamento,
exclusão)
Atas do Congresso de Milão
“Dada a superioridade incontestável da fala sobre os
Sinais para reintegrar os surdos-mudos na vida social e para dar-lhes maior facilidade
de linguagem,... (Este congresso) declara que o método de articulação deve ter preferência
sobre o de Sinais na instrução e educação dos surdos-mudos.
O método oral puro deve ser preferido porque o uso
simultâneo de Sinais e fala tem a desvantagem de prejudicar a fala, a leitura orofacial
e a precisão de ideias”
AULA
2 - História da Educação de Surdos:No Brasil
Fundação do INES
-Dom Pedro II e Padre Huet (surdo)→ fundação do Instituto
Imperial de Surdos-Mudos em 1857
-INES → internato por mais de um século
-Estudantes de várias partes do país
-Sinais em uso + LSF + sinais metódicos = libras
-LS nacional → (1) retorno dos alunos surdos e (2)
formação de professores
Educação de Surdos no Brasil
-INES → alunos surdos (RJ)
-Instituto Santa Terezinha → alunas surdas (SP) (1929)
Política educacional:
- Método francês
-Cong. de Milão (1880) → oral. pragmático
-Berenz (2003) → anos 1990: oralismo
Primórdios do Movimento Surdo
Cidade do Rio de Janeiro:
- UFRJ → Lucinda Ferreira Brito (anos 1980)
-FENEIS → fundada em 1987
- Marcha “Surdos Venceremos” (Set/1994)
→ Reconhecimento oficial da libras
→ Direito à educação em libras
→ Provimento de intérpretes
Libras
-Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002
-Decreto no 5.626, de 22 de dezembro de 2005
→ Reconhecimento oficial da libras
→ Garantia de acessibilidade e difusão
→ Formação do professor de libras
→ Formação do tradutor-intérprete de libras / língua
portuguesa
2006
-Licenciatura em libras (EaD) Universidade Federal de
Santa Catarina
- 500 vagas
- 9 polos
2008
-EaD
- 900 vagas
(Licenciatura e bacharelado)
- 16 polos
Libras
Lei no 10.436/2002 e o Decreto no 5.626/2005:
- Direito à educação bilíngue
Mas...
-Política educacional vigente →Inclusão
CONAE 2010
-Elaboração do PNE
-De 28 de março a 1o de abril de 2010
Campello e Rezende (2014):
-Retrocesso na educação de surdos
→ Das 11 propostas da comunidade surda, apenas 3 foram
aceitas
→ Escolas de surdos: segregacionistas
Fechamento do INES
-Diretora de Políticas Públicas e Educação Especial
anunciou em 2011 no próprio INES:
→ O fechamento da escola até o final daquele ano
→ O remanejamento dos alunos para as escolas comuns
Setembro Azul 2011
- Mobilização em todo o país
- 26 de setembro: Dia Nacional do Surdo
-Objetivo:
→ Fincar as lutas e emendas específicas sobre a educação
dos surdos no Plano Nacional de Educação em tramitação no Congresso Nacional
Vitória na Câmara dos Deputados
- 28 de maio de 2012
-Inclusão da escola e classe bilíngues, além da escola inclusiva
Campello e Rezende (2014: 88)
“Enfim, estamos construindo a nossa política da verdade:
as escolas bilíngues de surdos não são segregadas, não são segregadoras e nem
segregacionistas como tem alardeado tanto o Ministério da Educação.
Pelo contrário, são espaços de construção do conhecimento
para o cumprimento do papel social de tornar os alunos cidadãos verdadeiros,
conhecedores e cumpridores dos seus deveres e defensores dos seus direitos, o
que, em síntese, leva à verdadeira inclusão”
AULA
3 - Filosofias na Educação de Surdos: Oralismo, Comunicação Total e Bilinguismo
Visão de filósofos sobre os surdos
Aristóteles (IV a.C):
- Aprendizagem → audição (cego mais facilmente educáveis
do que surdos)
Kant (século XVIII):
-Sinais → incapazes de expressar generalidades
Schopenhauer (século XIX):
- Raciocínio depende da linguagem oral
Segunda metade do Séc. XVIII
Método francês de l’Epée (Paris)
- Sistema artificial de sinais (sinais metódicos)
Método alemão de Heinicke (Hamburgo e Leipzig)
- Ênfase na oralização
Congresso de Milão (1880)
Oralismo:
- Educação de surdos → oralização
- Professores surdos → expulsos
-Comunidade surda → excluída da política das instituições
de ensino
- Língua de sinais → proibida
Consequências:
-Queda no nível educacional de estudantes surdos
-Poucos conseguem desenvolver a fala
-Inglaterra (1979):
-Surdos (15-16 anos): 25% fala inteligível
-Leitura e escrita: 30% analfabetos / 10% nível
satisfatório / leitura labial ↓
Desenvolvimentos tecnológicos: -
Aquém do desenvolvimento normal da Linguagem
Comunicação Total
Advoga o uso de todos os meios que possam facilitar a
comunicação:
-Língua falada
-Sinais
-Sistemas artificiais (códigos manuais)
Códigos manuais:
-Tornar a língua falada mais discernível ao surdo (melhor
desempenho leitura e escrita)
-Semelhantes aos sinais metódicos de l’Epée
-Seeing Essential English (SEE-1), Seeing
Exact English (SEE-2), inglês sinalizado,português
sinalizado
Comunicação Total
-Comunicação entre surdos e ouvintes ↑
-Leitura e escrita → insatisfatórias
-Pesquisas (Copenhague nos anos 70) →resultados
desconcertantes
-Perspectiva do aluno → amostra linguística incompleta e inconsistente
Bilinguismo
Avanços na linguística
-Língua de sinais → língua de instrução
-Língua de sinais e língua oral: lado a lado
Objetivos:
-Foco → habilidades na L1(sinais) e L2 (oral escrita)
- Exclusão da oralização como meta
-Pesquisas (Copenhague nos anos 70) →resultados
desconcertantes
-Perspectiva do aluno → amostra linguística incompleta e inconsistente
Suécia:
-Primeiro país a reconhecer os surdos como minoria
linguística e a assegurar o direito de sua educação em língua falada e de
sinais
Dinamarca:
-Pesquisa com 9 crianças surdas (6-14 anos) sob a
filosofia do bilinguismo
-Análise de seu desenvolvimento na L1 e L2
Resultados:
-Aos 12 anos, 5 das 9 crianças com nível de leitura =
crianças ouvintes
-Aos 14 anos, 7 das 9 conseguiam ler com certa fluência
-Grande expansão de vocabulário →↑ leitura labial
Resultados:
-Progresso geral: habilidades sociais,cognitivas e
acadêmicas
-Sucesso do programa → visão dos pais sobre a surdez de
seus filhos
AULA 4 - Filosofias na Educação de Surdos:Educação
Bilíngue para Surdos frente à Educação Inclusiva no Brasil
Movimento Político Surdo
Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002:
-Libras → meio legal de comunicação e expressão
-Inclusão da disciplina de libras →licenciaturas e
fonoaudiologia
-Libras → não substitui a língua portuguesa em sua
modalidade escrita Movimento Político Surdo
Decreto no 5.626, de 22 de dezembro de 2005:
-Surdos → experiência visual e expressão cultural através
da libras
-Obrigatoriedade de intérpretes em todas as instituições
de ensino Movimento Político Surdo
-Educação bilíngue (Ed. Infantil e Fund. I) → professor
bilíngue
-Escola inclusiva (Fund. II em diante)
→ professores cientes das diferenças linguísticas dos
surdos e intérpretes
Educação Inclusiva
Lodi (2013):
-Política Nacional de Educação (PNE)
→ Inclusão educacional: matrícula de alunos, independente
de suas
diferenças, no sistema regular
→ Reorganização estrutural e cultural para garantir
condições igualitárias de aprendizagem
-Política Nacional de Educação Especial (ainda abrange os
surdos)
→ Segue o PNE
→ Opõe-se: (1) à educação especial como paralela à
regular e (2) a currículos simplificados e facilitadores
→ Defende: currículo comum que contemple diversidades e
necessidades
Lacerda (2006):
- 5a série de escola privada (interior de SP)
- 29 ouvintes e 1 surdo (10-12 anos)
-Aluno surdo → surdez profunda bilateral, pais ouvintes,
libras
- 2 intérpretes (pagas pela família)
- 8 professores especialistas
Entrevistas:
- Duração → 1h30min
- 2 professores (português e história)
- 2 alunos
-Aluno surdo → terceira intérprete
- 2 intérpretes
Professores:
-Desinformação geral sobre a surdez e suas peculiaridades
-Ausência de planejamento de ações coordenadas que levem
em conta a presença do intérprete
Alunos ouvintes:
-Falam de um ambiente ‘feliz’ em que o aluno surdo é bem
acolhido
-Revelam que acham a libras difícil e que esperam que seu
colega aprenda a falar
Aluno surdo:
-Não se relaciona diretamente com os professores
-Tem apenas um interlocutor efetivo no espaço escolar
-Sempre acompanhado de um adulto Intérpretes:
-Falta de um trabalho de equipe
-Falta de um entendimento do que é ter um aluno surdo em
sala de aula
→ Atividades sem sentido para o surdo
→ Responsabilização dos intérpretes pelo
ensino-aprendizagem do aluno surdo
AULA 5 - Visões sobre a Surdez:Visão Clínica
versus Visão Socioantropológica
Surdez
Causas:
- Idade
- Fatores
genéticos (hereditária)
- Fatores
ambientais (pré-natal e pós-natal)
- Infecções:
meningite, otite, rubéola, sífilis...
- Toxinas:
drogas ototóxicas usadas em caso de risco de vida (ex.: estreptomicina e
derivados)
- Traumas
Perda
Auditiva:
- Limiar
auditivo
→ Menor
intensidade sonora capaz de produzir a experiência auditiva de tons puros e da
fala (dB)
→ Quanto
maior a perda, maior o limiar.
- Leve (20-25
a 40 dB): fala levemente prejudicada
- Moderada
(40-45 a 60-70 dB): atraso no desenvolvimento da fala / omissão de consoantes
- Severa
(65-70 a 80-90 dB): rara/ des. a fala sem fono.
- Profunda (≥
85-90 dB): lgem pobre e defeituosa
Aparelhos
auditivos:
-Amplificam o
som aumentando sua intensidade.
-Não são
suficientes para perdas severas ou profundas
Surdo:
- Severa a
profunda ou profunda
Aquisição
da fala:
A surdez pode
correr
→ Antes:
pré-linguística
→ Durante:
peri-linguística
→ Depois:
pós-linguística
Visão
Clínica da Surdez
-Foco →
condição audiológica
-Surdez →
deficiência / desvantagem
- Normalização
→ Tornar o
surdo ouvinte ou
→ Compensar o
déficit auditivo
- Treino
(audição, fala e leitura labial)
- Próteses,
implantes, cirurgias...
- Fala →
única manifestação da linguagem
- Dependência
entre eficiência oral e desenvolvimento cognitivo
- Surdo → definido
pela falta / doente reabilitável
-Educação de
surdos
→
reabilitação
→ Currículo
escolar: audição e fala
→ Escola /
clínica e aluno surdo / paciente
Mas qual
será a visão dos surdos sobre a surdez?
Padden e
Humphries (1988)
- Visão de
surdez de uma criança surda
Visão Socioantropológica da Surdez
Skliar (2001):
“A comunidade surda se origina em uma atitude diferente
frente ao déficit, já que não leva em consideração o grau de perda auditiva de
seus membros”.
Visão Socioantropológica da Surdez
-Línguas de sinais → línguas naturais
-Surdo → definido pela diferença / minoria linguística
-Educação de surdos
→ desenvolvimento acadêmico
→ Escola de surdo = escola
→ Aluno surdo = aluno
AULA
6 - Visões sobre a Surdez: As Diferenças Linguísticas e Culturais da Comunidade
Surda
Diferenças
Linguísticas
Lei no
10.436, de 24 de abril de 2002:
- Meio legal
de comunicação e expressão
-Não
substitui a língua portuguesa em sua modalidade escrita
→ Bilinguismo: libras (L1) e português (L2)
Diferenças
Linguísticas
Português –
Língua oro-auditiva
Libras –
Língua gestual-visual
Diferenças
Linguísticas
Português
-Lexicais:
reflorestamento
-Morfológicas
– nomes COM gênero e verbos COM tempo
-Sintáticas:
SVO
Libras
-Lexicais:
‘PALAVRA-TROCAR’
-Morfológicas:
nomes SEM gênero e verbos SEM tempo
-Sintáticas:
mais livre
Lei no
10.436, de 24 de abril de 2002:
- “adotar
mecanismos de avaliação coerentes com aprendizado de segunda língua, na
correção das provas escritas,valorizando o aspecto semântico e reconhecendo a
singularidade lingüística manifestada no aspecto formal da Língua Portuguesa”
Diferenças
Culturais
Wlicox e
Wilcox (2005:95):
“Cultura é a
forma como uma pessoa faz sentido do mundo. São as idéias, conceitos, categorias,
valores, crenças (...) que as pessoas utilizam “para orientá-las em um mundo
que, sem isso, seria opaco” (...)”.
Basso
(1979):
- Índios
Apaches Ocidentais(Arizona)
- Piadas
(caracterizações dos brancos)
Basso
(1979)
[Na casa de
J, sua esposa, K, está lavando os pratos. J está falando com K. Ele começa a
dizer algo mas é interrompido por U ma batida na porta. Ele levanta-se, atende
ao chamado e encontra L esperando do lado de fora].
J: Olá meu
amigo! Como vai? Como tá passando? Tudo em cima?
[J agora se
volta para a direção de K e se dirige a ela].
J: Olhem quem
chegou, pessoal! Olhem quem acabou de chegar. É meu bom amigo índio, L, certo?
Muito bom, é isso aí!(...)
K: Indaá
dogoyááda! (“Os homens brancos são estúpidos!”)
Wilcox e
Wilcox (2005)
Qual é a
fonte da graça?
- “Olá meu
amigo!”
- “Como vai?
Como tá passando?”
- “Olhem quem
chegou, pessoal!”
-O nome
pessoal
O que isso
nos revela sobre os homens brancos?
NADA
-Valores dos
apaches
Wilcox e
Wilcox (2005)
Como os
ouvintes são caracterizados?
- Olhos:
Pálidos e
fracos
- Faces:
Congeladas
- Boca:
Move-se sem
parar
- Toque:
Medo de tocar
O que isso
nos diz a respeito dos ouvintes?
NADA
Os ouvintes
usam seus olhos, faces, bocas e o toque de forma apropriada para os padrões ouvintes.
Valores
Surdos:
-Expressões
faciais
→ Além das
informações sobre o estado psicológico das pessoas, elas também transmitem
informações linguísticas!
→ Desempenham
funções gramaticais: tipos de frases
AULA
7 - Mitos sobre as línguas de sinais: Parte 1
Mitos
1) Língua ou
Linguagem de Sinais?
2) A Língua
de Sinais é Universal?
3) As Línguas
de Sinais Foram Inventadas pelos Ouvintes?
4) A Libras é
Derivada do Português?
5) As Línguas
de Sinais se Resumem a Gestos, Mímicas e Pantomimas?
1) Língua
ou Linguagem de Sinais?
Linguagem =
forma de comunicação
- Comunicação
animal, arte (dança, pintura, etc), matemática e língua → linguagens!
POSSÍVEL
FONTE:
- Pensa-se
erroneamente que as línguas de sinais não são línguas
2) A
Língua de Sinais é Universal?
NÃO!!!
- Ethnologue
→ 138 diferentes línguas de sinais
- Brasil →
libras e língua de sinais Urubu-Kaapor (MA)
- Língua de
Sinais Internacional
POSSÍVEL
FONTE:
- Língua de
sinais = gesto, linguagem corporal,etc.
3) As
Línguas de Sinais Foram Inventadas pelos Ouvintes?
NÃO!!!
-Língua de
sinais nicaraguense
POSSÍVEL
FONTE:
-Sistemas
artificiais de sinalização
-Alfabeto
manual
4) A Libras é
Derivada do Português?
NÃO!!!
A libras não
é uma representação gestual do português, pois ela contém estruturas e
processos que
o português não possui!
- Nível lexical
→ inexistência de correspondência sinal – palavra
- Nível
morfológico → gênero
- Nível
morfossintático → concordância nominal
A libras tem
história própria!
- Originária
da Língua de Sinais Francesa (LSF)
POSSÍVEL
FONTE:
Influência do
português na libras
5) As
Línguas de Sinais se Resumem a Gestos, Mímicas e Pantomimas?
NÃO!!!
- Conversação
entre surdos não é transparente para pessoas que não sabem libras
POSSÍVEIS
FONTES:
- Os surdos
fazem uso de formas mímicas e pantomímicas em meio à sinalização
- Muitos
gestos de ouvintes são incorporados à língua de sinais
AULA 8 - Mitos sobre as línguas de sinais: parte 2
Mitos
6) As Línguas
de Sinais São TotalmenteIcônicas?
7) As Línguas
de Sinais Têm a Mesma Capacidade Expressiva que as Línguas Orais ?
8) As Línguas
de Sinais são Mais Conceituais que as Línguas Orais?
9) As
Crianças Aprendem Línguas de Orais e Línguas de Sinais de Forma Semelhante?
6) As Línguas
de Sinais São Totalmente Icônicas?
Iconicidade:
NÃO!!!
POSSÍVEL
FONTE:
- Grande
parte dos sinais apresenta alguma motivação
Klima e
Bellugi (1979):
- Iconicidade
pode se perder com o passar do tempo
7) As
Línguas de Sinais Têm a Mesma Capacidade Expressiva que as Línguas Orais?
SIM!!!
- Português →
‘reflorestamento’ (plantar árvore outra vez)
POSSÍVEL
FONTE:
- Línguas de
sinais não são línguas, portanto são sistemas rudimentares de comunicação, incapazes
de desempenhar o mesmo papel que a língua falada.
- Não há
sinais para vários conceitos expressos por palavras já bem estabelecidas em boa
parte das línguas orais.
8) As
Línguas de Sinais são Mais Conceituais que as Línguas Orais?
- Não faz
muito sentido falar que uma língua é mais ou menos conceitual que outra
- As línguas
variam em como agrupam seus conceitos
8) As
Línguas de Sinais são Mais Conceituais que as Línguas Orais?
Sinais
Monomorfêmicos
Sinais
Plurimorfêmicos
9) As
Crianças Aprendem Línguas de Orais e Línguas de Sinais de Forma Semelhante?
SIM!!!
- Balbucio (6
meses)
- Estágio de
um sinal (1 ano): MÃE, PAI...
- Estágio de
dois sinais (antes dos 2 anos):(QUERER LEITE)
- Estágio de
combinações mais complexas (aos 2 anos e meio): E.x.: negação.
- Domínio da
gramática básica (5 anos) (o processo continua)
-Também são
observados erros no processo de desenvolvimento linguístico (troca de configuração
de mão)
-Vídeo:
criança surda, filha de pais surdos; 2 anos (Língua de sinais britânica)
AULA 9 - A linguística das Línguas de
Sinais I:Propriedades das Línguas Naturais
O que é
linguística?
A linguística
é o estudo científico das línguas humanas
- Métodos
científicos (observação, descrição e explicação)
- Visão
objetiva das línguas
O que é
língua?
“Línguas são
sistemas complexos de comunicação com vocabulário constituído de símbolos
convencionais e regras gramaticais que são compartilhadas pelos membros de uma
comunidade. As línguas também se caracterizam por serem passadas de geração
para geração, por mudarem com o passar do tempo e por serem usadas para a troca
de uma enorme gama de ideias, emoções e intenções”.
(BAKER;
COCKLEY, 1980)
- Variação:
espaço, grupos sociais, situação.
Propriedades
das línguas naturais
Hockett
(1960):
-
Arbitrariedade dos símbolos
-
Gramaticalidade
- Discritude
e dupla articulação
- Transmissão
cultural
-
Intercambiabilidade e reflexividade
-
Deslocamento
-
Criatividade
Deslocamento
Referência a
pessoas, tempos e espaços que não apenas aqueles presentes no momento da fala.
AULA
10 - A linguística das Línguas de Sinais I:Unidades Formativas dos
Sinais
Stokoe (1960)
1960: “Sign
Language Structure”
ASL: mesmos
princípios estruturais que as línguas orais
Línguas
orais
1. palavras –
formadas por unidades menores
P AT O
- unidades
sonoras: vogais e consoantes
Línguas de
sinais
1. sinais –
formados por unidades menores
- unidades
gestuais – visuais
- Configuração
de mão
- Localização
- Movimento
Línguas
orais
2. Unidades
formativas das palavras – finitas
- Português:
7 vogais orais e 16 consoantes
Línguas de
sinais
2. Unidades
formativas dos sinais – finitas
Línguas
orais
3. Unidades
formativas das palavras – recorrentes
Azul, caso,
rosa, amálgama
Línguas de
sinais
3. Unidades
formativas dos sinais - recorrentes
Línguas
orais
4.Unidades
formativas das palavras – variação sem mudança de significado
- Lá VS Lã –
distintivo
- Banana –
não distintivo
Línguas de
sinais
4. Unidades
formativas das palavras- variação sem mudança de significado
- amarelo (1)
VS grátis (b) – distintivo
- também (1)
ou (2) – não distintivo
Línguas
orais
Unidades
formativas das palavras – sequencialmente
P
A T O
A P T O
T A
P O
Línguas de
sinais
- Unidades
formativas dos sinais – simultaneamente
AULA
11 - A linguística das Línguas de Sinais II:Processos de Formação e
Modificação de Sinais
Processos
de formação de palavras
Português - cama , acamado, sofá-cama
Processos
de formação
Derivação
Afixação –
dês-fazer
Sufixação –
blogu –eiro
Prefixação e
sufixação – a-cama-do
Composição
Justaposição
– sofá-cama , guarda-chuva
Aglutinação –
pernilongo, etimologia – embora
Processos
de formação de sinais
Derivação em libras:
-Alteração na
forma de uma ou mais unidades formativas dos sinais
-Composição
Alteração na
forma de uma ou mais unidades formativas dos sinais:
Casa –
vizinho – favela
Árvore –
floresta
Escola –casa+
estudar
Processos
de formação de sinais
Diniz (2010):
- ÁGUA
Flexão de
palavras
Português
Singular Plural
Eu amo nós amamos
Tu amas vós amais
Ele ama eles amam
Processos
de modificação de sinais
Incorporação:
- Numeral
- Negação
- Localização
- Sinais
locativos
- Verbos
direcionais (indicadores)
- Formato
(objeto)
Intensidade
Incorporação
de numeral:
- Tempo →
hora, duração em horas, dia, semana,mês, ano
- Pessoas do
discurso
- Ordem,
série escolar, vez
- Dinheiro
(Reais)
AULA 12 -A linguística das Línguas de Sinais
II:Expressões Faciais e Estrutura das Frases
Estrutura
das frases nas línguas orais
Português
SVO:
Ele (S) comeu
(V)
pizza (O)
ontem.
Japonês
SOV:
Kinou kare-ga
(S)
pizza-wo (O) tabeta
(V).
Estrutura
das frases nas línguas de sinais
Ordem de
palavras na ASL:
-Friedman
(1976): essencialmente aleatória
-Frishberg
(1975): basicamente SVO, mas com bastante flexibilidade em relação à ordem de
Sujeitos e Objetos
Liddell
(1978):
- A ordem das
palavras da ASL também muito variável
ASL: O
cachorro perseguiu o gato
(1) CÃO
PERSEGUIR GAT@
sujeito verbo objeto
(2) GAT@ CÃO
PERSEGUIR
objeto sujeito verbo
(3) PERSEGUIR
GAT@ PRO
verbo objeto sujeito
Estrutura
das frases nas línguas de sinais
Metodologia
de coleta de dados:
- Apenas os
sinais manuais eram registrados
- Não se
sabia que expressões faciais e corporais tinham algum valor linguístico,
sobretudo para a estrutura das frases
- Achava-se
que os surdos eram apenas mais expressivos
Orações
relativas em ASL:
- O cão que
perseguiu o gato recentemente voltou para casa.
Recentemente cão
perseguiu gato vir
casa
Estrutura
das frases na libras
Quadros
(1999):
- A ordem do
sujeito e objeto está relacionada ao tipo de verbo
→ Verbos
direcionais (AJUDAR)
→ Verbos não
direcionais (GOSTAR)
Verbos
direcionais
-Sentenças
que os contêm apresentam ordem mais variável:
→ S V O
→ S O V
Verbos não
direcionais
-Sentenças
que os contêm apresentam ordem mais fixa:
→ S V O
→ *S O V
AULA 13 - A linguística das Línguas de
Sinais III:As Línguas de Sinais no Contexto Social
A
população surda, a comunidade surda e usuários de línguas de sinais
- Uso da
língua de sinais: uma das características definidoras das comunidades surdas
- Comunidade
surda ≈ minorias étnicas em países de imigração
- Usuários de
língua de sinais ≠ comunidade surda ≠ D.A.s(deficientes auditivas)
A língua
de sinais e a comunidade surda
- Na
Austrália, a auslan é a primeira língua (ou a língua preferida) da maioria dos
surdos com surdez severa ou profunda de nascença ou adquirida na primeira
infância.
- A auslan é
a língua nativa de uma minoria de surdos sinalizantes (tradicionalmente
estimada entre 5% - 10 % da comunidade surda).
- Maioria dos
adultos: a auslan é adquirida tardiamente como primeira língua em algum momento
durante os anos escolares, ou como segunda língua na vida adulta.
- Comunidades
surdas ≠ outras minorias lingüísticas
-As línguas
de sinais são as línguas das comunidades surdas
→ Não são
idênticas à língua falada da comunidade ouvinte majoritária
→ Não são
idênticas às línguas de sinais usadas por outras comunidades surdas
- Contato com
a língua majoritária:inevitável!
-
Consequência: Nem toda sinalização é uma manifestação da língua de
sinais!(existem vários tipos de sinalização influenciados pela língua oral majoritária)
A língua
da comunidade surda
I. Sistemas
artificiais
II. Alfabeto
manual
III. Sistemas
de sinalização natural
→ Sinalizando
em português
→ Língua de
sinais de contato
Bilinguismo
e diglossia
“O
bilinguismo é uma característica que a comunidade surda compartilha com muitas outras
sociedades do mundo – na verdade, é possível que a maioria da população mundial
seja bilíngue”.
- Diferente
status da língua de sinais em relação à língua oral majoritária: diglossia
- Diglossia:
termo usado para referir-se a comunidades que usam duas formas distintas da
mesma língua às quais são atribuídos papéis diferentes na comunidade.
- Existe
também bilinguismo diglóssico (Paraguai).
Variação
sociolinguística na comunidade surda
- Sotaque:
variação na pronúncia e/ou na prosódia
- Dialeto:
variação na pronúncia e/ou no vocabulário e/ou na gramática
- Variação no
vocabulário:
→ Região
→ Escola
→ Idade
→ Religião
→ Gênero
→ Exposição à
língua de sinais
→ Contato com
outras línguas de sinais
AULA
14 – REVISÃO
História
da educação de surdos na Europa e nos EUA
-Antiguidade
Greco-romana (língua oral era superior por isso os surdos tinham que aprender a
falar)
-Idade Média
(surgiram os primeiros educadores de surdos, mas também com o objetivo de
ensinarem os surdos a falarem)
-Idade
Moderna ( congresso de Milão)
-Idade
Contemporânea ( comunicação total e bilingüismo)
História
da educação de surdos no Brasil
-Fundação do
INES em 1857 ( educador surdo Pe )
-Primórdios
do Movimento Político Surdo
-Lei no
10.436/2002 e o Decreto no 5.626/2005 (reconhecimento oficial da Libras)
-CONAE 2010
-Ameaça de
fechamento do INES 2011
-Setembro
Azul 2011 e vitória (PNE)
Filosofias
da Educação de Surdos
- Métodos de
educação de surdos na segunda metade do século XVIII
-Oralismo
(puro)
-Comunicação
Total
-Bilinguismo
Bilinguismo
e Inclusão Educacional no Brasil
-Conquistas
do movimento político surdo: Lei 10.436/2002 e o Decreto 5.626/2005
-Educação
Inclusiva (rede regular de ensino)
-Educação
Especial na perspectiva inclusiva
Visões
sobre a Surdez
Visão
clínica:
-Causas da
surdez, grau da perda auditiva, aquisição da fala
- Foco na
condição audiológica → visão dos surdos como deficientes
Visão
socioantropológica:
- Foco na
diferença linguística, cultural e identitária
Diferenças
linguísticas e culturais da comunidade surda
- Diferenças
Linguísticas:
- Modalidades
diferentes
-Sistemas
linguísticos regidos por princípios diferentes (gramática própria)
-Diferenças
Culturais:
-Valores
surdos (cultura própria)
Mitos
sobre as Línguas de Sinais
- Língua de
Sinais e NÃO Linguagem de Sinais!
- A Língua de
Sinais NÃO é Universal!
- As Línguas
de Sinais NÃO Foram Inventadas pelos Ouvintes!
- A Libras
NÃO é Derivada do Português!
- As Línguas
de Sinais NÃO se Resumem a Gestos, Mímicas e Pantomimas!
- As Línguas
de Sinais NÃO São Totalmente Icônicas!
- As Línguas
de Sinais Têm SIM a Mesma Capacidade Expressiva que as Línguas Orais!
- As Línguas
de Sinais são TÃO Conceituais QUANTO as Línguas Orais!
- As Crianças
Aprendem SIM Línguas de Orais e Línguas de Sinais de Forma Semelhante!
Propriedades
das Línguas Naturais
-
Arbitrariedade dos símbolos
-
Gramaticalidade
- Discritude
e dupla articulação
- Transmissão
cultural
-
Intercambiabilidade e reflexividade
-
Deslocamento
-
Criatividade
Unidades
formativas dos sinais
- Finitas
- Distintivas
- Recorrentes
-Podem variar
sem alterar o significado
-São
produzidas simultaneamente
Processos
de criação e modificação de sinais
Formação de
sinais:
- Alteração
de unidade(s) formativa(s) / Composição
Modificação
de sinais:
-
Incorporação:
- Numeral
- Negação
- Localização
- Formato
(objeto, instrumento...)
- Intensidade
Expressões
Faciais e Estrutura das Frases
-Função
gramatical das expressões faciais
-Tipos de
frases
-Estrutura
das frases
-Verbos
direcionais
-Verbos não
direcionais
As Línguas
de Sinais no Contexto Social
-A população
surda, a comunidade surda e usuários de línguas de sinais
-A língua da
comunidade surda
-Bilinguismo
diglóssico
-Variação
sociolinguística na comunidade surda
onde você consegui esses dados?
ResponderExcluir• Estudos da época mostraram os seguintes números
. Surdos (15-16 anos): 25% fala inteligível
. Leitura e escrita : 30% analfabetos - 10%nível satisfatório, poucos sabiam leitura labial.
The 7 Casino Shops Near Denver, CO - Mapyro
ResponderExcluirThe 7 Casino Shops. A popular choice for locals, 경기도 출장마사지 the 7 is located 의정부 출장샵 in Boulder, Colorado. The location 대구광역 출장안마 is 부천 출장마사지 owned by the Boulder 전라남도 출장안마 Band of Luiseño Indians, who are
Bonuses cheap sex toys,sex toys,wholesale dildo,realistic sex dolls,wholesale dildo,dildo,dildo,cheap dildo,japanese sex dolls click for more
ResponderExcluir