Prof. Dr. Agnaldo Arroio -Coordenador e ministrante
Graduado em Química (1996), mestre em Química - Físico-Química - (1999), doutor em Ciências (Físico-Química) pela Universidade de São Paulo (2004), graduado em Bacharelado em Imagem e Som: Produção Audiovisual pela Universidade Federal de São Carlos (2004), Pós-doutor em Educação pela USP (2005) e livre-docente em Ensino de Ciências pela Faculdade de Educação da USP (2011). É professor Associado na Faculdade de Educação da USP. Orienta e supervisiona mestrado, doutorado e pós-doutorado em Educação e Ensino de Ciências. Representante da América do Sul no International Board IOSTE - International Organization for Science and Technology Education (2010-2012; 2012-2014). Diretor de Educação da Associação Brasileira de Química (2013-2015). Coordenador do Doutorado Interinstitucional Dinter UFPI-FEUSP. Tem experiência na área de Química, Comunicação e Educação, com ênfase em Comunicação Audiovisual no Ensino, atuando principalmente nos seguintes temas: Ensino de Química,
Semana 1
Aula 1 - Introdução à Química
Objetivos:
Apresentar os conceitos fundamentais da Química, no que diz respeito à estrutura da
matéria e suas transformações.
Os ramos da Química.
- Química pura
- Estuda as substâncias tanto orgânicas como inorgânicas, e os métodos que se empregam para isso.
- Química aplicada
- Utiliza os procedimentos da química pura para resolver problemas de diferentes áreas
Os ramos da Química:
- Química Orgânica: é o estudo do carbono e seus compostos;
- Química Inorgânica: é o estudo dos demais elementos e seus compostos;
- Físico Química: é o estudo dos princípios químicos;
- Química Analítica: é o estudo das técnicas para identificação de substancias e medição de sua quantidade;
Os ramos da Química:
Propriedades gerais da matéria
O que é matéria?
A melhor maneira de adquirir um conceito de matéria é trabalhar com ela e descrever suas
várias formas. Uma descrição não é uma definição no sentido real da palavra, mas reduz uma ideia abstrata a termos bem concretos.
- Química Farmacêutica;
- Química Medicinal;
- Química de Materiais;
- Química Ambiental;
- etc
Aula 2 - Matéria e energia
Propriedades gerais da matéria
O que é matéria?
A melhor maneira de adquirir um conceito de matéria é trabalhar com ela e descrever suas
várias formas. Uma descrição não é uma definição no sentido real da palavra, mas reduz uma ideia abstrata a termos bem concretos.
Estados da matéria:
- Sólido;
- Líquido;
- Gasoso
Propriedades físicas
- podem ser determinadas sem alteração essencial da substância.
Propriedades químicas
- se evidenciam quando a substância sofre interação com outra forma de matéria.(gasolina em combustão)
Densidade
A densidade (ou massa específica) é a relação entre a massa (m) e o volume (v) de determinado material (seja ele sólido, líquido ou gasoso).
densidade = massa --- d = m
volume v
volume v
Energia
A energia é ainda mais difícil de definir que a matéria. Ela não tem peso e só pode ser medida quando está sendo transformada, ou ao ser liberada ou absorvida. Por isso, a
energia não possui unidades físicas próprias, sendo expressa em termos das unidades do trabalho que realiza. Em outras palavras, energia é a capacidade de realizar trabalho.
A energia é ainda mais difícil de definir que a matéria. Ela não tem peso e só pode ser medida quando está sendo transformada, ou ao ser liberada ou absorvida. Por isso, a
energia não possui unidades físicas próprias, sendo expressa em termos das unidades do trabalho que realiza. Em outras palavras, energia é a capacidade de realizar trabalho.
Energia pode ser:
- Energia Potencial - a energia que o corpo mantem com ele.
- Energia Cinética - a energia que trabalha em forma de movimento.
Aula 3 - A matéria não é contínua
Elementos e átomos
O que é um Átomo ? É a menor porção da matéria.
O que é um Elemento ?
Modelo nuclear
Os modelos nucleares foram criados para representar o núcleo atômico, o que possibilita o
estudo de suas propriedades e características.
Elemento químico é o conjunto de átomos com o mesmo número atômico.
Organização dos elementos
"As propriedades físicas e químicas dos elementos são funções periódicas de seus números atômicos".
Compostos
- Compostos orgânicos - formados por átomos de carbono e hidrogênio.
- Compostos inorgânicos - os outros átomos da tabela periódica.
- Não é uma regra fixa.
Moléculas e Compostos moleculares
Moléculas são aquelas que se formam quando átomos se ligam por meio de ligações covalentes, originando moléculas de número determinado.
Moléculas e Compostos moleculares
Fórmula química representa o número e o tipo de átomos que constituem uma molécula.
Fórmula estrutural tipo de apresentação detalhada de como os átomos de uma molécula estão ligados entre si
Íons e Compostos iônicos
São aqueles formados por íons de cargas opostas (resultando numa substância eletricamente neutra) através de interação eletrostática.
Aula 4 - Mol e massa molar
Massa atômica
A massa atômica é a massa de um átomo medida em unidade de massa atômica, sendo simbolizada por “u”. 1 u equivale a um doze avos (1/12) da massa de um átomo de carbono-12 (isótopo natural do carbono mais abundante que possui seis prótons e seis nêutrons, ou seja, um total de número de massa igual a 12). Sabe-se que 1 u é igual a 1,66054 X 10-24 g.(10 elevado a -24)
Mol e Massa Molar
O conceito de Mol
O mol é a quantidade de matéria de um sistema que contém tantas entidades elementares quanto são os átomos contidos em 0,012 quilogramas de carbono 12.
Mol e Massa Molar
- O número de entidades elementares contidas em 1 mol correspondem à constante de Avogadro, cujo valor é 6,02 x 1023 (10 elevado a 23) mol-1.
- Sendo assim ficou definido que 1 mol de átomos é igual a 6,02 x 1023 , e 1 mol contém 12 gramas (equivalente ao 12C).
- 1 mol = 6,02 x 1023 = 12gramas (10 elevado a 23)
A constante de Avogadro
Em 1 mol de qualquer entidade (átomos, moléculas, elétrons, fórmulas ou íons) está
contido exatamente o valor da constante de Avogadro.
Massa Molar
É possível calcular a massa de uma molécula realizando a soma das massas atômicas de cada átomo que forma a respectiva molécula.O resultado é denominado Massa Molecular (MM).
Fórmulas Químicas
Para determinarmos a fórmula molecular de qualquer composto é necessário sabermos primeiro a sua massa molecular. Com esse dado em mãos, podemos seguir três caminhos diferentes para chegar à fórmula molecular, que são:
1. Por meio da fórmula mínima;
2. Por meio da fórmula percentual;
3. Relacionando a porcentagem em massa com a massa molecular.
Por meio da fórmula mínima
A fórmula mínima do acetileno é CH e sua massa molecular é 26 g/mol. Qual é a fórmula molecular do acetileno?
MM (CH) = 1 . 12 + 1 . 1 = 13 g/mol
(CH)n = 13
13. n = 26
n = 26/13
n = 2
2 . CH = C2H2
A fórmula molecular do acetileno é C2H2.
Por meio da fórmula percentual
Uma análise da porcentagem em massa do óxido de fósforo apresentou 43,6% de fósforo e 56,4% de oxigênio. A massa molecular desse composto é 284 g/mol. Baseado nessas
informações, determine a fórmula molecular do óxido de fósforo:
P = 43,6/31 = 1,41
O = 56,4/16 = 3,525
P = 1,41/1,41 = 1
O = 3,525/1,41 = 2,5
P = 1 . 2 = 2
O = 2,5 . 2 = 5
A fórmula mínima do óxido de fósforo é P2O5. Agora, procedemos como no exemplo 1 para determinar a fórmula molecular:
Massa molecular da fórmula mínima: 2 . 31 + 5 . 16 = 142 g/mol
Massa molecular da fórmula molecular = 284 g/mol
Massa molecular da fórmula molecular = 284 g/mol = 2
Massa molecular da fórmula mínima 142 g/mol
Isso significa que a proporção de átomos da fórmula molecular é 2 vezes a indicada pela fórmula mínima:
2 . P2O5 = P4O10
A fórmula molecular do óxido de fósforo é P4O10.Relacionando a porcentagem em massa com a massa molecular
O exemplo anterior poderia ser feito também por esse método. Veja:
O = 43,6 % MM = 284 g/mol
P = 56,4 %
Considerando que sua fórmula molecular seja PxOy, vamos relacionar as porcentagens em massa com as massas atômicas e a massa molecular:
Px Oy
31x + 16y = 284
↓ ↓
43,6% 56,4%
Px: Oy:
284 ------- 100% 284 ------- 100%
31x ------- 43,6% 16y ------- 56,4%
31 . x . 100 = 284 . 43,6 16 . y . 100 = 284 . 56,4
3100 . x = 12382,4 1600 . y = 16017,6
x = 12382,4 y = 16017,6
3100 1600
x = 4 y = 10
A fórmula molecular do óxido de fósforo é P4O10.
Atividade de portfólio
Após ter assistido o vídeo “As 100 Maiores Descobertas da Química” e lido o texto “Água: o significado das fórmulas químicas“, você pode refletir sobre a presença da Química no cotidiano e também sobre a como as pessoas comunicam a Química com o apoio de fórmulas, equações, estruturas, representações, etc. Agora realizaremos um exercício hipotético, considerando que você é um professor de Química em uma sala de aula do Ensino Médio, um dos seus alunos lhe faz uma pergunta:
— Por que eu tenho que estudar química na escola?
Diante desta pergunta quais seriam seus argumentos para convencê-lo a estudar química?
Meu argumento seria expor as várias utilidades, necessidades da Química, como ela está presente no dia-a-dia, pediria para observar ao redor é perceber o quanto é usada em nossas vidas sem mesmo notá-la, na alimentação, agricultura, na medicina, nos remédios, nos produtos de limpeza, na fabricação de objetos e até mesmo no nosso organismo
Citaria exemplos bem comuns , como:
• Acetona (propanona);
• Sal de cozinha (cloreto de sódio);
• Água oxigenada (peróxido de hidrogênio);
• Álcool (etanol);
• Formol (metanal);
• Soda cáustica (hidróxido de sódio);.
• Ácido acético (componente do vinagre).
• Sal de cozinha (cloreto de sódio);
• Água oxigenada (peróxido de hidrogênio);
• Álcool (etanol);
• Formol (metanal);
• Soda cáustica (hidróxido de sódio);.
• Ácido acético (componente do vinagre).
Mostrando esses exemplos bem comuns tentaria instigar a curiosidade e a vontade de aprender.
Aula 5 - Representações
Equações Químicas
Representações de reações químicas – interpretar –equação simplificada
Equações Químicas
- Lei da conservação das massas
Equações Químicas
- Balanceamento de equações químicas – coeficiente estequiométrico.
- Balancear uma equação química é o mesmo que acertar os coeficientes ou igualar o número de átomos de cada elemento, no 1º e no 2º membro da equação.
- O coeficiente indica a quantidade de moléculas de uma substância.
Equações Químicas
Exemplo de equação balanceada: C + O2 → CO2
Exemplo de equação química não balanceada:
H2 + O2 → H2O
Há alguns métodos para balancear uma equação química.
O mais fácil e simples é o Método das Tentativas.
2 H2 + O2 → 2 H2O
Equações Químicas
FeS2(g) + O2(g) → Fe2O3(s) + SO2(g)
FeS2(g) + O2(g) → 1 Fe2O3(s) + SO2(g)
2 FeS2(g) + O2(g) → 1 Fe2O3(s) + SO2(g)
2 FeS2(g) + O2(g) → 1 Fe2O3(s) + 4 SO2(g)
2 FeS2(g) + 11/2 O2(g) → 1 Fe2O3(s) + 4 SO2(g)
4 FeS2(g) + 11 O2(g) → 2 Fe2O3(s) + 8 SO2(g)
Para ver se ficou correto, basta verificar se a quantidade de cada elemento nos dois membros está igual:
4 FeS2(g) + 11 O2(g) → 2 Fe2O3(s) + 8 SO2(g)
Equações Químicas
Escrever, balancear e representar uma equação química a partir de uma informação dada na forma de uma sentença;
Explicar o papel dos coeficientes estequiométricos.
Aula 6 - Estequiometria das reações
Procedimentos quantitativos
Relações estequiométricas:
Exemplo: Combustão do monóxido de carbono
CO(g) + O2(g) → CO2(g)
2 CO(g) + 1 O2(g) → 2 CO2(g)
“quimicamente equivalente”
2 mols de CO = 2 mols de CO2
1 mol de O2 = 2 mols de CO2
2 mol de CO estão para 1 mol de O2 que está para 2 mol de
CO2
2 : 1 : 2 (razão molar)
2 CO(g) + 1 O2(g) → 2 CO2(g)
Proporção: 2 mol : 1 mol : 2 mol
ou
56g de CO : 32g O2 : 88g CO2
ou
12.1023 moléculas : 6.1023 moléculas : 12.1023 moléculas
ou
44,8 L de CO : 22,4 L de O2 : 44,8 L de CO2
Pureza
É o quociente entre a massa da substância pura e a massa total da amostra. Pode ser expressa em porcentagem.
P = massa da substância pura / massa da amostra x 100
Exemplo: Qual a massa de CaCO3 presente numa amostra de 200g de calcário cuja pureza é de 80%?
Resolução:
100g de calcário → 80g de CaCO3
200g de calcário → x
x = 160g de CaCO3
Rendimento de uma reação química
O rendimento real de uma reação é a razão entre o produto realmente obtido e a quantidade que teoricamente seria obtida, de acordo com a equação química correspondente.Pode ser expresso em porcentagem.
R = quantidade real / quantidade teórica x 100
Exemplo: Qual a massa de CaCO3 obtida na reação de 2 mol de CaO com 2 mol de CO2, se o rendimento for 60%?
Dados: Massa molar do CaCO3 = 100g / mol
CaO + CO2 → CaCO3
Resolução:
1mol CaO → 1 mol CO2 → 1 mol CaCO3
2 mol CaO → 2 mol CO2 → 2 mol CaCO3
mCaCO3 = 200g
200g CaCO3 → 100% rendimento
x → 60% rendimento
x = 120g de CaCO3
Nem sempre uma reação ocorre por completo. Isso ocorre,por exemplo, quando um dos reagentes está em excesso e parte dele não reage. O outro reagente, que é consumido
primeiro, é denominado reagente limitante.
2 CO (g) + O2 (g) → 2CO2(g)
2 CO (g) + 2 O2 (g) → 2 CO2(g) + O2 (g)
O oxigênio é o reagente em excesso e o monóxido de carbono é o reagente limitante.
Reagentes limitante e em excesso
Exemplo:
Uma massa de 138 g álcool etílico (C2H6O) foi posta para queimar com 320g de oxigênio (O2), em condições normais de temperatura e pressão. Qual é a massa de gás carbônico
liberado e o excesso de reagente, se houver?
Reagentes limitante e em excesso
A reação balanceada é dada por:
1 C2H6O(l) + 3 O2(g) → 2CO2(g) + 3H2O(l)
1 mol 3 mol 2 mol
46 g 96g 88g
138g 320g
Calculando a massa de gás carbônico formado a partir da quantidade do reagente limitante:
46g de C2H6O ------------ 88g de CO2
138g de C2H6O ------------ x
x = 264 g de CO2
A massa de oxigênio em excesso é determinada de forma análoga:
46g de C2H6O ------------ 96 O2
138g de C2H6O ------------x
x = 288 g de O2
A massa em excesso é a diferença da massa que foi colocada para reagir e a que efetivamente reagiu:
320g - 288g= 32 g
Aula 7 - Modelo atômico
Modelo Atômico
A estrutura da matéria é estudada desde o século V a.C.,quando surgiu a primeira ideia sobre sua constituição. Osfilósofos Leucipo e Demócrito (400 a.C.) afirmavam que a
matéria não poderia ser dividida infinitamente, chegando a uma unidade indivisível denominada átomo. Essas especulações foram substituídas por modelos baseados em estudos experimentais após muitos anos.
Modelo atômico de Dalton
Baseado nas leis ponderais de Lavoisier e Proust, o cientista inglês John Dalton, por volta do ano de 1808, elaborou sua teoria sobre a matéria, conhecida como teoria atômica de
Dalton. Os átomos são esferas maciças e indivisíveis e as reações químicas são rearranjos, união e separação, de átomo.
As principais conclusões do modelo atômico de Dalton foram:
I) Todas as substâncias são constituídas de minúsculas partículas, denominadas átomos, que não podem ser criados e nem destruídos. Nas substâncias, eles se encontram unidos
por forças de atração mútuas.
II) Cada substância é constituída de um único tipo de átomo. Substância simples ou elementos são formados de “átomos simples”, que são indivisíveis. Substâncias compostas são formadas por “átomos compostos”, capazes de se decompor,
durante as reações químicas em “átomos simples”.
III) Todos os átomos de uma mesma substância são idênticos na forma, no tamanho, na massa e nas demais propriedades; átomos de substâncias diferentes possuem forma, tamanho,massa e propriedades diferentes. A massa de um ”átomo composto” é igual à soma das massas de todos os “átomos simples” componentes.
IV) Os “átomos compostos” são formados por um pequenonúmero de “átomos simples”.
Modelo de Thomson
- Baseado em experiências com cargas elétricas, o cientista inglês Joseph John Thomson, no final do século XIX (1897),concluiu que o átomo não era uma esfera indivisível, como sugeriu Dalton.
- A experiência que levou a elaboração desse modelo,consistiu na emissão de raios catódicos, onde as partículas negativas eram atraídas pelo polo positivo de um campo elétrico externo. Determinou a relação carga/massa (e/m); Essas partículas negativas foram chamadas de elétrons, e para explicar a neutralidade da matéria, Thomson propôs que o átomo fosse uma esfera de carga elétrica positiva, onde os elétrons estariam uniformemente distribuídos,configurando um equilíbrio elétrico.
Modelo de Thomson
- Para Thomson, o átomo era uma esfera gelatinosa de carga elétrica positiva “recheada” de elétrons de carga negativa.Esse modelo ficou conhecido como “pudim de passas”. Este modelo derruba a ideia de que o átomo é indivisível e introduza natureza elétrica da matéria.
- O modelo de Thomson explica alguns fenômenos como a corrente elétrica, eletrização por atrito, formação de íons e as descargas elétricas em gases.
Modelo de Rutherford
- No início do século XX (1911), o cientista neozelandês Ernest Rutherford, utilizando a radioatividade, descobriu que o átomo não era uma esfera maciça, como sugeria atômica de Dalton. Surgia assim um novo modelo atômica.
- Rutherford bombardeou uma lâmina de ouro com 10-5 cm
- de espessura, envolvida por uma tela de sulfeto de zinco,com partículas α provenientes do elemento polônio protegido por um bloco de chumbo perfurado.
- Essa experiência revelou que a grande maioria das partículas atravessavam a lâmina de ouro, enquanto outras partículas passavam e sofriam pequenos desvios, e uma quantidade muito pequena não atravessava a lâmina. O percurso seguido pelas partículas α foi detectado devido à luminosidade refletida na tela de sulfeto de zinco.
- Comparando o número de partículas emitidas com o de desviadas, Rutherford deduziu que a massa da lâmina de ouro estaria localizada em pequenos pontos, denominados núcleos, e que o raio do átomo deveria ser 10.000 a 100.000 vezes maior que o raio do núcleo, sendo o átomo formado por espaços vazios.
- A maioria das partículas atravessou a lâmina por meio desses espaços. A explicação para as partículas α que sofreram desvios foi dada pelo fato do núcleo positivo da lâmina de ouro repelir as partículas alfa também positivas. As partículas que não atravessaram teriam colidido frontalmente com esses núcleos, sendo rebatidas.
Modelo de Rutherford
- O modelo atômico de Rutherford concluiu que o átomo era composto por um pequeno núcleo com carga positiva neutralizada por uma região negativa, denominada eletrosfera, onde os elétrons giravam ao redor do núcleo.
Aula 8 - Observando os átomos
Modelo
de Bohr
·
De acordo com Rutherford, em um átomo, os elétrons se deslocavam
em órbita circular ao redor do núcleo. Porém, esse modelo contrariava a física
clássica, na qual segundo suas teorias, o átomo não poderia existir dessa
forma, uma vez que os elétrons perderiam energia e acabariam por cair no
núcleo.
·
Como isso não ocorria, pelo
átomo ser uma estrutura estável, o cientista dinamarquês Niels Bohr aperfeiçoou
o modelo proposto por Rutherford, formulando sua teoria sobre distribuição e
movimento dos elétrons.
Espectroscopia
atômica
Natureza
da radiação eletromagnética
As
ondas de radiação eletromagnética são uma junção de campo magnético com campo
elétrico que se propaga no vácuo transportando energia.
comprimento
de onda x frequência = velocidade da luz λ.ν = c
Efeito fotoelétrico Albert Einstein E=h.v
A letra h representa a constante de Planck, que vale: 6,626x10-34 J.s (10 elevado a -34)
Modelo
de Bohr
Baseado
na teoria quântica proposta por Planck,
Bohr elaborou os
Seguintes
postulados:
I.
Os elétrons descrevem ao redor do núcleo órbitas circulares, chamadas
de camadas eletrônicas, com energia
constante e determinada. Cada órbita permitida para os elétrons possui energia diferente.
II.
Os elétrons ao se
movimentarem numa camada não absorvem nem emitem energia espontaneamente.
III. Ao receber energia, o elétron pode saltar para outra
órbita, mais energética. Dessa forma, o
átomo fica instável, pois o elétron tende a voltar à sua orbita original.
Quando o átomo volta à sua órbita original, ele devolve a energia que foi
recebida em forma de luz ou calor.
Modelo
de Bohr
·
O modelo Rutherford-Bohr apresenta alguns problemas, como por exemplo,
ele não explica por que o elétron apresenta energia constante, não explica as
reações químicas, descreve órbitas circulares ou elípticas, quando na verdade
os elétrons não descrevem essa trajetória, dentre outras restrições.
·
Ao longo dos anos, foram realizados muitos estudos em relação à
estrutura do átomo levando a criação de outros modelos, porém o modelo
Rutherford-Bohr ainda é o mais difundido no ensino médio.
Atividade de portfólio
Entrevistar no mínimo duas pessoas, sendo que uma delas já deve ter terminado o ensino médio há pelo menos 15 anos e a outra pessoa deve ter terminado o ensino médio há no máximo 2 anos. Pergunte por que ela estudou química na escola? E para que serviu ter estudado química? Particularmente o que ela aprendeu sobre estequiometria na escola e que usa em sua vida cotidiana?
Entrevistei duas pessoas, uma que terminou o ensino médio
há um pouco mais de 15 anos e outra há 2 anos.
A primeira pessoa
disse que gostava da matéria, achava bem interessante e tinha curiosidade em
aprender mais. Acha muito importante saber, principalmente, as reações químicas
que acontecem no dia-a-dia. Citou os sais usados nos fogos de artifício. Ele lembra
sobre estequiometria, mas não sabe como fazer o cálculo e nem que para que
serve em sua vida cotidiana.
A segunda pessoa estudou química apenas porque era
matéria obrigatória. Não lembra sobre estequiometria, nem para que serve.
Ressalta que estudou em escola pública e teve pouquíssimas aulas e com professores
sem interesse de tentar estimular a curiosidade deles, isso quando o professor
entrava em sala de aula.
SEMANA 3
PORTFÓLIO
AULA 9 - MUNDO QUÂNTICO
Dualidade onda-partícula
- Comportamento como partícula x comportamento como onda
Dualidade onda-partícula
O cientista francês Louis De Broglie estudou a natureza das ondas dos elétrons. Para ele, a matéria é formada ora como corpúsculos, ora como ondas. Esta é a teoria da dualidade.
Suas teorias foram baseadas nos estudos de Albert Einstein e também de Max Planck. Ele introduz o conceito da mecânica ondulatória. Neste momento o elétron é visto como uma partícula-onda.
E=mc2 E=hv y=h/m*v y=h/p
- Cálculo do comprimento de onda para corpos grandes e pequenos.
Princípio da incerteza
Segundo Werner Heisemberg, para encontra a posição correta de um elétron, é necessário que ele interaja com algum instrumento de medida, como por exemplo, uma radiação. A radiação deve ter um comprimento de onda na ordem de incerteza com que se quer determinar esta posição.
Quanto menor for o comprimento de onda, maior é a precisão do local onde está o elétron. Quando se consegue descobrir o local provável onde está o elétron, este etétron já não estará neste local.
Segundo Heisemberg, é difícil se prever a posição correta de um elétron na sua eletrosfera.
Modelo de Schrodinger
Erwin Schrodinger foi um importante físico austríaco que desenvolveu uma importante equação para o campo da Teoria Quântica, a Equação de Schrodinger.
O físico tentou descrever o movimento de onda, já que Louis De Broglie (1925) havia afirmado que a matéria se comportava como onda e como partícula (comportamento dualístico).
Chegou então à famosa equação que tomou seu nome, vindo a ser a fórmula básica da mecânica ondulatória, e valendo-lhe a obtenção do prêmio Nobel, juntamento com o físico inglês Paul Dirac, em 1933.
- Função de onda
Erwin Schrodinger em 1927 calculou a região mais provável onde o elétron possa estar. Para essa região deu o nome de orbital.
- Densidade de probabilidade
- Orbital - região do espaço que está ao redor do núcleo, onde há máxima probabilidade de se encontrar um elétron. É importante ressaltar que não se pode ver um átomo isolado exatamente como foi descrito nos modelos atômicos.
AULA 10 - ESTRUTURA ELETRÔNICA
Função de onda e níveis de energia
- Energia quantizada;
- Número quântico principal;
- Estado fundamental;
Orbitais atômicos
Números quânticos dos elétrons nos átomos
Átomos de muitos elétrons
São descritos pelos mesmos números quânticos que o átomo de hidrogênio
Como preencher os níveis de energia?
- Princípio da exclusão de Pauli: cada estado só pode ser ocupado por, no máximo, 1 eletron;
- Mínima energia: os estados ocupados são sempre os de menor energia possível;
- Lei de Hund: Deve-se maximizar o spin desde que os princípios anteriores não sejam violados.
Princípio de Aufbau
- Os orbitais podem ser classificados em termos de energia para produzir um diagrama de Aufbau;
- À medida que n aumenta, o espaçamento entre os níveis de energia torna-se menor;
- Há problemas de penetração e blindagem.
AULA 11 - ESTRUTURA ELETRÔNICA E TABELA PERIÓDICA
Configuração eletrônica e tabela periódica
Periodicidade das propriedades
Propriedades gerais dos elementos
Metais
- Propriedades físicas;
- Bons condutores de eletricidade;
- Maleáveis;
- Dúcteis;
- Lustrosos;
- Normalmente: sólidos de alto ponto de fusão;
- Bons condutores de calor;
- Propriedades químicas;
- Reagem com ácidos;
- Formam óxidos básicos (que reagem com ácidos);
- Formam cátions;
- Formam halogenetos iônicos.
Não metais
- Maus condutores de eletricidade;
- Não maleáveis;
- Não dúcteis;
- Não lustrosos;
- Normalmente: sólidos, líquidos ou gases, baixos pontos de fusão;
- Maus condutores de calor;
- Não reagem com ácidos;
- Formam óxidos ácidos (que reagem com bases);
- Formam ânions;
- Formam halogenetos covalentes.
AULA 12 - LIGAÇÕES QUÍMICAS
Ligações Químicas
Símbolos de Lewis
- Exemplos de alguns elementos com símbolos de Lewis
As ligações químicas e a energia eletrônica
Uma ligação pode ser dos seguintes tipos:
- Por uma transferência completa de um ou mais elétrons: Ligação iônica
- Se dois átomos compartilham 2 elétrons (cada átomo contribui com um): Ligação covalente
- Se dois átomos compartilham 2 elétrons (um contribui com 2 e outro com 0): ligação covalente coordenada
- Se todos os átomos compartilham os elétrons entre eles:ligação metálica
Ligações Iônicas
Ligação metálica
Ligação covalente
Polaridades das ligações
Ligações Químicas
- Diagrama de energia
Semana 4
Aula 13 – Gases
Natureza dos gases
·
Atmosfera – gás mais importante (protege da radiação
– ozônio, fornece oxigênio, nitrogênio, dióxido de carbono e água); 11
elementos são gases nas condições normais (tabela periódica).
·
“Leis
dos gases” predizer as propriedades
físicas.
·
Modelo de gás.
·
Termodinâmica/ equilíbrio químico/cinética
química
·
O fato
dos gases serem facilmente compressíveis e preencherem o espaço disponível, sugere
que suas moléculas estão muito afastadas umas das outras e em movimento caótico
incessante.
·
Pressão
é a razão entre a força exercida pelo gás em uma determinada área.
Lei dos gases
·
Robert Boyle (1662) - efeito da pressão sobre
o volume
Lei de Boyle é escrita como Volume ɣ 1/pressão ou,
simplesmente
V=constante/P
P V = constante (em m e T constantes)
·
Jacques Charles e Joseph-Louis Gay-Lussac
-temperatura afeta pressão, volume e densidade Volume ɣ temperatura absoluta
ou, de forma mais simples, V = constante x T
P2V2=P1V1 T = cte
Pressão ɣ temperatura absoluta ou, de forma mais simples,
P = constante x T
·
Princípio de Avogadro: nas mesmas condições
de temperatura e pressão um determinado número de moléculas de gás,ocupa o
mesmo volume, independente de sua identidade química.
Volume molar = volume
ou, simplesmente, V m = V
Quantidade n
22L x mol -1 em 0ºC e
atm
Lei dos gases ideais
·
As três propriedades de um gás podem ser combinadas:
P V = n R
T
·
R = constante dos gases (não depende da
natureza).
·
Gás
ideal obedece a lei dos gases dada pela equação de estado.
As condições normais de temperatura e pressão (CNTP) são
298,15 K e 1 bar. As condições de temperatura e pressão padrões são 0 o C
(273,15 K) e 1 atm.
P 1 V1 = P 2 V 2
N1T1 n2T2
·
Volume molar de um gás ideal
A pressão parcial de um gás é a pressão que ele exerceria
se ocupasse sozinho o recipiente. A pressão total de uma mistura de gases é a
soma das pressões parciais de seus componentes. A pressão parcial de um gás
está relacionada à pressão total pela fração molar: P A = x A P
Modelo cinético dos gases
·
Um gás é uma coleção de moléculas em
movimento aleatório contínuo.
·
As moléculas de um gás são pontos infinitesimalmente
pequenos.
·
As
partículas se movem em linha reta até colidirem.
·
As moléculas não influenciam umas às
outras,exceto durante as colisões.
Gases Reais
·
Fator de compressão
Os gases reais são formados por átomos ou moléculas sujeitos
a atrações e repulsões intermoleculares. As atrações têm um alcance maior do
que as repulsões. O fator de compressão é uma medida da força e do tipo de forças
intermoleculares. Quando Z > 1, as repulsões intermoleculares são
dominantes, e quando Z < 1, as atrações dominam.
Aula 14 - Forças intermoleculares
Origens das forças intermoleculares
·
As moléculas se atraem ou As
moléculas se repelem
Para os gases as forças intermoleculares têm papel muito
pequeno.
Para os líquidos
as forças intermoleculares têm um papel crucial.
Quando as forças
atrativas juntam as moléculas, formam-se fases condensadas. As repulsões dominam
em distâncias pequenas.
Forças íon-dipolo
As interações íon-dipolo são fortes para íons pequenos
com carga elevada. Em consequência, os cátions pequenos com carga elevada formam
frequentemente, compostos hidratados. (cátion – positivo, ânion - negativo).
Forças dipolo-dipolo
As moléculas polares participam de interações
dipolo-dipolo, que decorrem da atração entre as cargas parciais de suas
moléculas. As interações dipolo-dipolo são mais fracas do que as forças entre
íons e diminuem rapidamente com a distância, especialmente das fases líquidas e
gás, em que as moléculas estão em rotação.
Forças de London
As interações de London surgem da atração entre os
dipolos elétricos instantâneos de moléculas vizinhas e agem em todos os tipos
de moléculas. Sua energia aumenta com o número de elétrons da molécula. Elas se
superpõem às interações dipolo-dipolo. Moléculas polares também atraem
moléculas não polares através de interações fracas diplo-dipolo induzido.
Ebulição diferentes (36ºC e 10ºC, respectivamente)
pentano e dimetil propano
Dipolo-dipolo induzido
Fortemente relacionadas com as interações de London são
as interações dipolo-dipolo induzido, mecanismo pelo qual uma molécula polar
interage com uma molécula não polar (por exemplo, quando o oxigênio se dissolve
em água).
Interações de van der Waals
As interações intermoleculares que dependem do inverso da
sexta potência da distância são conhecidas coletivamente como interações de van
der Waals.
Ligações de Hidrogênio
A ligação hidrogênio, que ocorre quando átomos de
hidrogênio estão ligados a átomos de oxigênio, nitrogênio e flúor, é o tipo mais
forte de força intermolecular.
Aula 15 - Estruturas de líquidos e sólidos
Estrutura dos líquidos
·
Ordem nos líquidos
No líquido, a energia cinética das moléculas supera, eventualmente,
as forças intermoleculares e as moléculas se movimentam. (movimento aleatório)
No líquido, as moléculas só têm ordem de curto alcance.
Não têm ordem de longo alcance.
Viscosidade e tensão superficial
A viscosidade de um líquido é a resistência ao escoamento.
Tensão superficial é a resposta ao empuxo em direção ao corpo
do líquido. A superfície de um líquido é nítida porque as forças
intermoleculares tendem a manter juntas as moléculas, puxando-as para o corpo
do líquido.
Tabela de viscosidade (mais interação de hidrogênio, mais
viscosidade)
Mercúrio – 1,55
Etanol – 1,06
Tetracloro-metano – 0,91
Água – 0,89
Benzeno – 0,60
Octano – 0,52
Quanto maior for a viscosidade de um líquido, mais
lentamente ele escoa. A viscosidade normalmente diminui com o aumento da temperatura.
A tensão superficial decorre do desequilíbrio de forças intermoleculares na
superfície de um líquido. A ação capilar é uma consequência do desequilíbrio
entre as forças adesivas e coesivas.
Estrutura dos sólidos
Ordem nos sólidos (sólido cristalinos e sólidos amorfo)
Quando a temperatura é tão baixa que as moléculas de uma substância
não têm energia suficiente para escapar, ainda que parcialmente, de seus
vizinhos, ela se solidifica.
Faces do cristal, em ângulos bem definidos uns em relação
aos outros. Essas faces são formadas por camadas ordenadas de átomos. Os
sólidos amorfos não tem faces bem definidas, a menos que tenham sido moldados
ou cortados.
- ·
- Sólidos moleculares são conjuntos de moléculas discretas mantidas em suas posições por forças intermoleculares.
- · Sólidos reticulares, formados por átomos ligados a seus vizinhos por covalências em todo o sólido.
- · Sólidos metálicos, ou, metais formados por cátions unidos por um “mar” de elétrons.
- · Sólidos iônicos, construídos pela atração mútua de cátions e ânions.
Características típicas dos sólidos
Características típicas dos sólidos
Sólidos moleculares são formados por moléculas mantidas
juntas por forças intermoleculares relativamente fracas.
Normalmente são menos duros do que os sólidos iônicos e
fundem-se, em geral,em temperaturas baixas.
Sólidos reticulares são mantidos por ligações covalentes
fortes, que formam uma rede que se estende por todo o cristal.
Geralmente são duros e rígidos, e têm pontos de ebulição
e fusão elevados. Materiais cerâmicos tendem a ser sólidos reticulares.
O diamante e a grafita são sólidos reticulares.
Essas duas formas de carbono são alótropos.
Características típicas dos sólidos
Sólidos metálicos
Os cátions de um metal mantêm-se em posição pela
interação com o “mar” de elétrons que circunda.
Número de coordenação do sólido hexagonal até,12, número
de vizinhos mas próximo de cada átomo.
Estrutura Hexagonal de empacotamento
Estrutura Cúbica de Empacotamento
Sólidos iônicos
Número de coordenação do sólido iônico, número de íons
que circulam imediatamente um determinado íon.Os íons empacotam na estrutura cristalina
regular que corresponde à energia mais baixa. A estrutura adotada depende da
razão entre os raios do cátion e do ânions. O caráter covalente de uma ligação
iônica restringe as direções das ligações. Sólidos iônicos
Número de coordenação do sólido iônico, número de íons
que circulam imediatamente um determinado íon.
Os íons empacotam na estrutura cristalina regular que
corresponde à energia mais baixa. A estrutura adotada depende da razão entre os
raios do cátion e do ânions. O caráter covalente de uma ligação iônica
restringe as direções das ligações.
Célula unitária
Célula unitária, a menor unidade que, quando empilhada
repetidamente sem lacunas, pode reproduzir o cristal inteiro
Estrutura cúbica de face centrada (fcc)
Estrutura cúbica de corpo centrado (bcc)
Todas as estruturas cristalinas são derivadas dos 14
retículos de Bravais. Os átomos de uma célula unitária são contados
determinando-se a fração de cada átomo que está dentro da célula. O tipo de célula
unitária adotado por um metal pode ser determinado pela medida da densidade do
sólido.
Impacto nos materiais
Cristais líquidos
Os cristais-líquidos são substâncias que escoam como
líquidos viscosos, mas suas moléculas ficam em um arranjo moderadamente
ordenado, semelhante ao de um cristal. Eles são exemplos de uma mesofase, isto
é, um estado intermediário da matéria com a fluidez de um líquido e um pouco da
ordem molecular de um sólido. Os cristais-líquidos são muito usados na
indústria eletrônica, porque respondem bem a mudanças de temperatura e de campo
elétrico.
Líquidos iônicos
Os líquidos iônicos são compostos nos quais um dos íons é
orgânico e volumoso, o que impede a cristalização nas temperaturas comuns. A
baixa pressão de vapor dos líquidos iônicos os tornam solventes capazes de
reduzir a poluição
Aula 16 – Soluções
Misturas
A formação de uma mistura é uma mudança física, enquanto a
formação de um composto exige uma mudança química.
Mistura
- · Os componentes podem ser separados por técnicas físicas.
- · A composição é variável.
- · As propriedades estão relacionadas com as de seus componentes.
Composto:
- · Os compostos não podem ser separados por técnicas físicas.
- · A composição é fixa.
- · As propriedades não são relacionadas com as de seus componentes
Misturas heterogêneas e homogêneas
Soluções (formação de solução é um processo físico e não químico)
Soluções
As misturas retêm as propriedades de seus constituintes e
nisso elas diferem dos compostos. As misturas são classificadas como homogêneas
ou heterogêneas. As soluções são misturas homogêneas de duas ou mais
substâncias e podem ser sólidas, líquidas ou gasosas.
Dissolver, processo de produzir uma solução. O componente
de uma solução que está em maior quantidade (água, por exemplo). É em geral, chamado
de solvente. As substâncias dissolvidas são chamadas de solutos.
Técnicas de separação (físicas)
- · Decantação
- · Filtração
- · Cromatografia
- · Destilação
A separação de misturas aproveita as diferenças de
propriedades físicas dos componentes. As técnicas baseadas nas diferenças físicas
incluem a decantação, a filtração, a cromatografia e a destilação.
Concentração
Concentração molar
As unidades de molaridade são mols por litro (mol. L -1 normalmente
representamos por: 1 M = 1 mol. L -1
Diluição
Soluções em água
Eletrólitos
O soluto em uma solução de eletrólito forte em água está
na forma de íons que permitem a condução de eletricidade. Os solutos em
soluções de não eletrólitos estão presentes como moléculas. Somente uma fração
pequena de moléculas de soluto em soluções de eletrólitos fracos está presente
como íons.
Soluções em água e precipitação
Reação de precipitação
Ocorre uma reação de precipitação quando duas soluções de
eletrólitos são misturadas e eles reagem para formar um sólido insolúvel.
SEMANA 5
Aula 17 - Reações reversíveis e irreversíveis
Termodinâmica
• As leis da termodinâmica governam a química. Explicam por que as reações ocorrem e permitem a predição do calor que elas liberam e o trabalho que podem executar.
• A energia interna de um sistema isolado é constante.
• A segunda lei da termodinâmica é a chave para compreender por que certas reações químicas têm a tendência natural de ocorrer e outras não. Dois conceitos são muito importantes, a entropia e a energia livre de Gibbs.
Entropia, S (medida da desordem)
Explica as mudanças físicas e as mudanças mais complexas que acompanham as reações químicas.
Se uma reação ocorre a energia total do universo (o sistema e a sua vizinhança) permanece inalterada.
Função de estado
Um processo é espontâneo se ele tem tendência de ocorrer sem estar sendo induzido por uma influência externa. Mudanças espontâneas não são necessariamente rápidas.
Entropia, S
• Desordem térmica;
• Desordem de posição;
• Variação de entropia com mudança de estado;
A entropia é uma medida da desordem. De acordo com a segunda lei da termodinâmica, a entropia de um sistema isolado aumenta em qualquer processo espontâneo. A entropia é uma função de estado.
A entropia de um sistema aumenta quando a temperatura aumenta e quando o volume aumenta.
A entropia de todos os cristais perfeitos se aproxima de zero quando a temperatura absoluta se aproxima de zero.
Entropia padrão de reação
Se a reação é exotérmica, calor é liberado para a vizinhança e sua entropia aumenta (ΔSviz > 0). Se a reação é endotérmica, calor deixa a vizinhança e sua entropia diminui ( ΔSviz < 0).
ΔS0 = Σ nSm (produtos) - Σ nSm(reagentes)
A entropia padrão de reação é a diferença entre a entropia padrão molar dos produtos e a dos reagentes, corrigidas pelas quantidades de cada espécie que toma parte na reação. Ela é positiva (aumento de entropia) se houver produção de gás na reação e negativa (diminuição de entropia) se houver consumo de gás.
Variação de Entropia total
A variação de entropia da vizinhança em um processo que ocorre em pressão e temperatura constante é igual a –ΔH/T, em que ΔH é a variação de entalpia do sistema.
ΔSviz = - ΔH em temperatura e pressão constantes
T
Se ΔStot é positivo (aumento), o processo é espontâneo.
Se ΔStot é negativo (diminuição), o processo inverso é espontâneo.
Se ΔStot = 0, o processo não tende a nenhuma das direções.
Um processo é espontâneo se ele é acompanhado pelo aumento de entropia total do sistema e da vizinhança
Energia livre de Gibbs
• Equilíbrio dinâmico ΔStot = 0
• Função de estado
A energia livre de Gibbs não só permite verificar se uma reação é espontânea, mas, também, quanto trabalho de não expansão podemos obter de um sistema – uma consideração essencial no estudo de alimentos e combustíveis – e, ainda como a mudança de temperatura pode mudar a espontaneidade de uma reação.
G = H – TS
Energia livre de Gibbs
Em temperatura e pressão constantes, a direção da mudança espontânea é a direção da diminuição da energia livre de Gibbs.
A grande importância da introdução da energia livre de Gibbs é que, se a pressão e a temperatura permanecem constantes, podemos predizer se um processo é espontâneo somente em termos das propriedades termodinâmicas do sistema.
ΔG = 0 em pressão e temperatura constantes
ΔG = - T. ΔStot em temperatura e pressão constantes
Energia livre de Gibbs de reação
Um composto termodinamicamente estável é um composto cuja energia livre de Gibbs padrão de formação é negativa (a água é um exemplo). Um composto termodinamicamente instável é um composto cuja energia livre de Gibbs padrão de formação é positiva (o benzeno é um exemplo).
ΔG = Σ nGm (produtos) - Σ nGm (reagentes)
ΔG0 = Σ nGm0 (produtos) - Σ nGm0 (reagentes)
Aula 18 - Equilíbrio químico
Equilíbrio químico
Em vez de ir até o fim, as reações continuam até que a composição da mistura que reage corresponda ao mínimo de energia livre de Gibbs. Essa composição é descrita por uma constante de equilíbrio característica da reação. (usar a termodinâmica para descrever quantitativamente o equilíbrio)
Equilíbrio dinâmico significa que, quando uma reação atingiu o equilíbrio, as reações direta e inversa continuam a ocorrer,mas os reagentes e os produtos estão consumidos e recuperados com a mesma velocidade. O resultado é que a composição da mistura e reação permanece constante.
Reações no equilíbrio
Critérios que identificam um equilíbrio químico:
As reações direta e inversa estão ocorrendo.
Elas estão fazendo isso na mesma velocidade (não existe mudança aparente)
As reações químicas atingem um estado de equilíbrio dinâmico no qual a velocidade das reações direta e inversa é a mesma e não há mudança de composição.
Constante de equilíbrio e termodinâmica
Quando a mistura de reação ainda não formou produtos em quantidade suficiente para alcançar o equilíbrio, a direção espontânea das mudanças é no sentido da formação de mais produtos e ΔG < 0 para a reação direta.
Se a mistura de reação tem excesso de produtos, a reação inversa é espontânea e ΔG > 0, para a reação direta (e ΔG < 0 para a reação inversa).
Para a reação em equilíbrio, não existe tendência de espontaneidade em nenhuma das direções, direta ou inversa, e ΔG = 0.
ΔGt0 = - RT ln K ΔGt = ΔGt0 + RT ln Q Q = (aC)(aDcd/(aA))(aBab)
Grau de avanço da reação
O quociente da reação, Q, tem a mesma forma de K, a constante de equilíbrio, exceto que Q usa as atividades obtidas em um ponto arbitrário da reação. A constante de equilíbrio está relacionada com a energia livre de Gibbs padrão de reação por ΔGr0 = -RT In K
Valores intermediários de K (no intervalo aproximado de 10-3 a 103) o equilíbrio não favorece os reagentes nem os produtos.
Valores pequenos de K (inferiores a aproximadamente 10-3) o equilíbrio favorece os reagentes.
Direção da reação
Comparando Q e K:
• Se Q < K, ΔG é negativo; as concentrações ou pressões parciais dos produtos estão muito baixas em relação às dos reagentes para o equilíbrio. Assim, a reação tem a tendência de se processar na direção dos produtos.
• Se Q = K, ΔG = 0; a reação está na composição de equilíbrio e não tem tendência de mudar em nenhuma direção.
• Se Q > K, ΔG é positivo; a reação inversa é espontânea e os produtos tendem a se decompor nos reagentes.
A reação apresenta tendência a formar produtos se Q < K e a formar reagentes se Q > K.
Aula 19 - Cálculos de equilíbrio
Constante de equilíbrio
Constante de equilíbrio em termos de concentrações molares dos gases
Formas alternativas da constante de equilíbrio.
Se multiplicarmos uma equação química por um fator n, estaremos elevando K (e Kc) à enésima potência.
A constante de um equilíbrio escrito em uma direção é o inverso da constante do equilíbrio escrito na direção oposta
A constante de equilíbrio da reação total é o produto da constante de equilíbrio das reações parciais.
• Uso da constante de equilíbrio
Sob certas condições, nitrogênio e oxigênio reagem para formar óxido de dinitrogênio, N2O. Imagine que uma mistura de 0,482 mol de N2 e 0,933 mol de O2 é colocada em um balão de volume 10,0 L em formação de N2 em 800 K, temperatura em que K = 3,2 x 10-28 para a reação. Calcule as pressões parciais dos gases na mistura no equilíbrio.
2N2(g) + O2(g) = 2N2(9G)
O valor de 2x é muito pequeno, quando comparado com 3,21 (muito menor do que 5%), e nossa aproximação é válida.
Podemos concluir que, no equilíbrio:
De PN2 = 3,21 - 2x bar, PN2 = 3,21 bar
De PO2 = 6,21 - x bar, PO2 = 6,21 bar
De PN20 = 2x bar, PN2O = 1,41 x 10-13 bar
Como esperado, muito pouco produto se formou.
Quando substituímos na expressão completa da constante de equilíbrio, esses valores levam a K = 3,1 x10-28, em boa aproximação com o valor experimental.
• Uso da constante de equilíbrio
Suponha que colocamos 3,12 g de PCl5 e, um recipiente de 500 mL e que a amostra atingiu o equilíbrio com os produtos de decomposição tricloreto de fósforo e cloro em 250 0C,com K = 78,3, para a reação. As três substâncias são gases em 250 0C. Encontre a composição da mistura no equilíbrio em mols por litro.
PCL5(g) = PCL3(g) + CL2(g)
(a)a constante de equilíbrio é K = PPCl3 PCl2/PPCl5. primeiro,calculamos a pressão parcial inicial de PPCl5 (as pressões parciais iniciais de PPCl3 e PCl2 são iguais a zero):
De nj = mj/Mj, a quantidade de PCl5 adicionada é:
Use PCl5 = 1,30 na expressão de K e faça a mudança de pressão parcial ser igual a –x bar.
Como as pressões parciais têm de ser positivas e como x é a pressão parcial de PCl3, selecionamos 1,28 como solução.
Segue-se que, no equilíbrio,
De PPCl5 = 1,30 - x bar, PPCl5 = 1,30 – 1,28 bar = 0,02 bar
De PPCl3 = x bar, PPCl3 = 1,28 bar
De PCl2 = x bar, PCl2 = 1,28 bar
Como esperado, as concentrações de equilíbrio dos reagentes e dos produtos têm valores da mesma ordem de grandeza.
Aula 20 - Equilíbrio e mudanças nas condições
Mudanças de condições
Princípio de Le Chatelier: quando uma perturbação exterior é aplicada a um sistema em equilíbrio dinâmico, ele tende a se ajustar para reduzir ao mínimo o efeito da perturbação.
• Adição e remoção de reagentes
Cálculo de equilíbrio químico
Suponha que a mistura em equilíbrio PCl5 perturbada pela adição de 0,0100 mol de Cl2 (g) ao balão (volume 500 mL) e que o sistema atinja novamente o equilíbrio. Use essas informações e os dados para calcular a nova composição de equilíbrio.
P PCl5 = 0,02 bar, P PCl3 = 1,28 bar e P Cl2 = 1,28 bar, K = 78,3.
De Pj = njRT/V
P Cl2 = (0,0100 mol)x(8,3145x10-2 L.bar.K-1mol-1)x(523K)/ (0,500 L) = 0.870 bar
A pressão parcial total de cloro imediatamente após a adição do gás cloro é, portanto, 1,28 + 0,870 bar = 2,15 bar.
Selecionamos x = 0,0144 como a solução aceitável. Logo, no equilíbrio,
De PPCl5 = 0,02 + x bar, PPCl5 = 0,02 + 0,01 bar = 0,03 bar
De PPCl3 = 1,28 - x bar, PPCl3 = 1,28 - 0,01 bar = 1,27 bar
De PCl2 = 2,15 - x bar, PCl2 = 2,15 - 0,01 bar = 2,14 bar
A pressão parcial do reagente aumentou e as pressões parciais dos produtos diminuíram em relação aos valores iniciais.
Quando a composição de equilíbrio é perturbada pela adição ou remoção de um reagente ou produto, a reação tende a ocorrer na direção que faz com que o valor de Q torne-se novamente igual a K.
Compressão de uma mistura de reação
Diga qual é o efeito da compressão sobre a composição, no equilíbrio, das misturas de reação em que os equilíbrios (a) e (b) foram estabelecidos.
(a)2NO2(g) = N2O4(g) e (b) H2(g) =I2(g) = 2HI(g)
(a) Na reação direta, duas moléculas de NO2 se combinam para formar uma molécula de N2O4 formação de N2O4. Logo, a compressão favorece a formação de N2O4 (b). Como nenhuma das direções corresponde à redução do número de moléculas em fase gás, a compressão da mistura não afetará a composição da mistura no equilíbrio. (Na prática haverá um pequeno efeito devido à não idealidade dos gases.)
A compressão de uma mistura de reação em equilíbrio tende a deslocar a reação na direção que reduz o número de moléculas em fase gás. O aumento da pressão pela introdução de um gás inerte não afeta a composição em equilíbrio.
Temperatura e equilíbrio
O princípio de Le Chatelier está de acordo com essas observações. Imagine que o aquecimento gerado na reação exotérmica ajuda a compensar o abaixamento da temperatura.
Logo, imaginemos que o calor absorvido em uma reação endotérmica ajuda a compensar o aumento da temperatura.
Portanto, o aumento da temperatura de uma mistura de reação desloca o equilíbrio na direção endotérmica.
CaCO3(s) = Ca(9s) + CO2(g)
Uma das etapas da produção de ácido sulfúrico é a formação de trióxido de enxofre pela reação de SO2 com O2 na presença do catalisador óxido de vanádio (V). Diga como se comporta a composição de equilíbrio na síntese do trióxido de enxofre quando a temperatura aumenta.
Como a formação de SO3 é exotérmica, a reação inversa é endotérmica.
Logo, o aumento da temperatura da mistura no equilíbrio favorece a decomposição de SO3 em SO2 e O2 vão aumentar e a de SO3 vai diminuir.
Portanto, as pressões de SO2 e O2 vão aumentar e a de SO3 vai diminuir.
Catalisadores e o trabalho de Harber
Os catalisadores não afetam a composição de equilíbrio de uma mistura de reação
Um catalisador aumenta a velocidade igualmente em ambos os sentidos da reação. Portanto, o equilíbrio dinâmico não é afetado. Termodinamicamente o fato de que a constante de equilíbrio depende somente da temperatura e do valor de ΔGt. . A energia livre de Gibbs padrão de reação só depende das identidades dos reagentes e dos produtos, e independe da velocidade da reação ou da presença de qualquer substância que não aparece na equação química total da reação. O fato de o catalisador prover um caminho alternativo entre os reagentes e produtos não afeta o valor de ΔGt0 e portanto, não afeta o valor de K.
Haber concluiu que era preciso comprimir os gases e remover a amônia à medida que ela se formava. A compressão desloca o equilíbrio da reação na direção da amônia, o que aumenta o rendimento do produto. A remoção da amônia provoca o aumento de sua formação. Haber compreendeu que deveria conduzir a reação na menor temperatura possível: baixas temperaturas favorecem a formação dos produtos, porque a reação é exotérmica. Entretanto, o nitrogênio e o hidrogênio combinam-se muito lentamente em temperaturas baixas e Haber resolveu esse problema desenvolvendo um catalisador apropriado (ósmio e mais tarde, urânio).
Concepções alternativas sobre equilíbrio químico (Maiores erros dos alunos)
·
- Incorreta interpretação da dupla seta;
- Dificuldade de compreensão sobre o que ocorre com as velocidades direta e inversa quando o sistema se aproxima do equilíbrio;
- Após a reação direta se completar, inicia a reação inversa;
- O equilíbrio não é dinâmico;
- O equilíbrio, as concentrações de reagentes e produtos são iguais;
- Se a temperatura tende a aumentar, as velocidades direta e inversa também aumentam;
- Um aumento na concentração de reagentes, a taxa da reação inversa diminui;
- O efeito catalizadores sobre o equilíbrio é químico.
SEMANA 6
Aula 21 - Equilíbrio iônico da água e pH
Equilíbrio Iônico da água
Os equilíbrios entre ácidos, bases e água em células animais e vegetais são essenciais para a sobrevivência dos organismos.
Por exemplo: a acidez da chuva, das águas naturais dos lagos e rios e da água fornecida nas cidades.
Natureza de ácidos e bases
• Termo ácido - substâncias com sabor azedo
• Bases ou álcalis - substâncias com gosto de sabão
Teorias ácidos e bases
• O químico sueco Svante August Arrhenius realizou experimentos que testavam a condutividade elétrica em solução e verificou que determinadas substâncias sofriam ionização (reagiam com a água e formavam íons) ou dissociação iônica (íons já existentes eram separados pela ação da água) e conduziam corrente elétrica.
Ácidos são compostos em solução aquosa que ionizam, produzindo como íons positivo apenas o cátion hidrogênio (H+) ou, mais corretamente, o íon H3O+, denominado íon hidrónio ou hidroxônio.
Foi proposta de forma independente por Gilbert Lewis (EUA), por Thomas Martin Lowry (Inglaterra) e por Johannes Nicolaus Brønsted (Dinamarca).
Mas foi Brønsted um dos que mais contribuiu para o seu desenvolvimento. Chamada de teoria protônica porque se baseia na transferência de prótons, iguais ao íon H+ , o núcleo do hidrogênio, mas que ao ser chamado de próton, ajuda a diferenciar da teoria de Arrhenius. Além disso nessa teoria não há necessidade da presença de água.
Ácido é a espécie química que doa prótons. Já uma base é o receptor de prótons.
NH3 + HCl → NH4+ + Cl-
base ácido ácido base
forte forte fraco fraca
Nessa teoria, a reação de neutralização seria uma transferência de prótons entre um ácido e uma base, como a reação explicada acima.
Para Gilbert Newton Lewis, uma reação ácido-base consiste na formação de uma ligação covalente coordenada mais estável. Ela foi proposta a fim de eliminar todas as limitações mencionadas, podendo se aplicar a qualquer espécie química, sem exceção. Ela é também denominada de teoria eletrônica porque envolve a transferência de pares de elétrons.
Um ácido de Lewis é um receptor de um par de elétrons e uma base de Lewis é uma doadora de um par de elétrons.
Ácidos e bases fortes e fracos
Ácido forte está completamente desprotonado em solução e Ácido fraco está incompletamente desprotonado em solução. Base forte está completamente protonada em solução e base fraca está incompletamente prontonada em solução.
O resultado da reação de neutralização entre soluções aquosas de um ácido forte e uma base forte é a formação de um sal (a partir do cátion e do ânion) e água (a partir de íons hidrônio e íons hidroxila).
Aula 22 - A Escala do PH
Equilíbrio iônico da água e Kw
Consequência importante das definições de ácidos e bases é que a mesma substância pode funcionar como ácido e como base. Por exemplo, uma molécula de água aceita um próton de uma molécula de ácido (HCl ou HCN) para formar um íon H3O+ base. Logo, a água é uma. Uma molécula de água pode doar um próton a uma base (como O2- ou NH3) e tornar-se um íon OH- . Assim, a água é, também um ácido
A água é anfiprótica, isto é, ela pode agir como doadora e como aceitadora de prótons.
Equilíbrio iônico da água e Kw
.
Equilíbrio iônico da água e Kw
• Quais são as concentrações de íons H3O+ e OH- em uma solução 0,0030M de Ba(OH)2(aq) em 25 0C?
Decida se o composto está fortemente dissociado em solução.
Como o bário é um metal alcalino-terroso, o Ba(OH)2 dissocia quase completamente em
água para dar íons Ba2+ e OH-
A escala de pH
Uma dificuldade em descrever quantitativamente as concentrações de ácidos e bases é que a concentração de íons H3O+ pode variar emmuitas ordens de grandeza: em algumas soluções pode ser maior do que 1 mol.L-1 e, em outras, menor do que 10-14 mol.L-1. Os químicos evitam a dificuldade de lidar com essa faixa extensa de valores indicando a concentração do íon hidrônio em termos do pH da solução, isto é, o logaritmo negativo (na base 10) da atividade do íon hidrônio:
pH = -log sH2O+
pH = log [H3O+]
Assim, o pH de água pura, em que a concentração dos íons H3O+ é 1,0 x 10-7 em 25ºC, é pH = -log (1,0 x 10-7) = 7,00
A escala de pH
O sinal negativo na definição do pH significa que, quanto maior for a concentração molar de H3O+
O pH de uma solução básica é maior do que 7.
O pH da água pura é 7.
O pH de uma solução ácida é menor do que 7., menor será o pH:
Qual é o pH de:(a) o sangue humano, no qual a concentração dos íons H3O+ é igual a 4,0 x 10-8 mol.L-1 ; ; (b) uma solução 0,020 M de HCl(aq) ; (c) uma solução 0,040 M de KOH(aq)?
(a) De pH = - log [H3O+],
pH = - log (4,0 x10-8) = 7,40
(b) Como o HCl é um ácido forte, ele está completamente desprotonado em água.
[H3O+] = [HCl] = 0,020 mol. L-1
De pH = - log [H3O+]
pH = - log 0,020
pH = 1,70
(c) Como KOH dá um íon OH por fórmula unitária,
[OH-] = [KOH] = 0,040 mol.L-1
O pOH e as soluções
pX = - log X
Por exemplo, pOH é definido como pOH = - log aOH-
Que, pela mesma razão do pH, é simplificado como pOH = - log [OH-
O pOH é conveniente para expressar as concentrações dos íons OH- em solução. Por exemplo, na água pura, em que a concentração dos íons
OH- é 1,0 x 10-7 mol.L, o pOH é 7,00. Do mesmo modo, entendemos, por -1 pKw, que pKw = - log Kw = - log (1,0 x 10-14) = 14,00 em 25ºC.
Os valores de pH e pOH estão relacionados. Para encontrar a relação,começamos com a expressão da constante de autoprotólise da água, Kw = [H3O+][OH-].
O pOH e as soluções
Então, tomamos o logaritmo de ambos os lados e
log [H3O+][OH-] = log Kw
Usamos log ab = log a + log b, para obter:
log [H3O+] + log [OH-] = log Kw
Multiplicando os dois lados da equação por (-1), temos
- log [H3O+] - log [OH-] = log Kw
Que é o mesmo que pH + pOH = pKw , como pKw = 14,00, em 25ºC, nesta
temperatura.
Aula 23 - Titulações
Soluções de ácidos diferentes com a mesma concentração podem nãoter o mesmo pH. Por exemplo, o pH de uma solução 0,10 M de CH3COOH(aq) é próximo de 3. Já o pH de uma solução 0,10 M de HCl(aq) é próximo de 1. Conclui-se que a concentração de H3O+ na solução 0,10 M de CH3COOH(aq) é menor do que na solução 0,10 M de HCl(aq).
Do mesmo modo, a concentração de OH- é menor na solução 0,10 M de NH3(aq) do que em uma solução 0,10 M de NaOH(aq).
A explicação é que, em água, CH3COOH não está completamente desprotonado e NH3, não está completamente protonado. Em outras palavras, o ácido acético e a amônia são, respectivamente, um ácido fraco e uma base fraca.
Constantes de acidez e basicidade
Quando pensamos na composição molecular de uma solução de um ácido fraco em água, imaginamos uma solução que contém:
- moléculas ou íons ácidos,
- pequenas concentrações de íons H3O+ e da base conjugada do ácido formados por transferência de prótons para as moléculas de água, e
- uma concentração extremamente pequena de íons OH-, que mantém o equilíbrio de autoprotólise.
- as moléculas ou íons básicos,
- pequenas concentrações de íons OH- e do ácido conjugado da base, formados por transferência de prótons das moléculas de água e,
- uma concentração extremamente pequena de íons H3O+, que mantém o equilíbrio de autoprotólise.
Soluções mistas e tampões
O tipo de solução mista mais importante é o tampão, uma solução em que o pH tende a permanecer o mesmo após a adição de pequenas quantidades de ácidos ou bases fortes.
Nosso plasma sanguíneo é tamponado em pH = 7,4. O oceano é tamponado em pH= 8,4, aproximadamente, por um processo tamponante complexo, que depende da presença de hidrogenocarbonatos e silicatos.
O tampão é uma solução aquosa de um ácido fraco e sua base conjugada na forma de sal ou uma solução aquosa de uma base fraca e seu ácido conjugado na forma de sal.
Para entender isso, temos de examinar o equilíbrio dinâmico entre um ácido fraco e sua base conjugada em água:
CH3COOH(aq) + H2O(l) - H3O+(aq) + CH3CO2(aq)
Aula 24 - Equilíbrio de solubilidade
Equilíbrio de solubilidade
A constante do equilíbrio entre um sólido e seus íons dissolvidos é chamada de produto de solubilidade, Kps, do soluto. O produto de solubilidade do sulfato de bismuto, Bi2S3
é definido como:
Bi2S3(s) - 2Bi3+(aq) + 3 S2- (aq) Kps = (aBi1+)2(as2-)3
Como as concentrações dos íons em uma solução de um sal pouco solúvel são pequenas, podemos considerar, como fizemos para as soluções de ácidos e bases fracas, que podemos aproximar Kps usando concentrações molares:
Kps = [bi3+]2[S2-]3
Uma das maneiras mais fáceis de determinar Kps é medir a solubilidade molar do composto, a concentração molar do composto em uma solução saturada, porém, existem métodos
mais avançados e mais exatos. A tabela de solubilidade fornece alguns valores experimentais. Nos cálculos usamos s para simbolizar o valor numérico da solubilidade molar expressa em mols por litro. Assim, se a solubilidade molar de um composto é 65 μmol.L-1, escrevemos s = 6,5 x 10-5
.
Equilíbrio de solubilidade
Efeito do íon comum
Podemos usar o princípio de Le Chatelier como guia. Ele diz que, se adicionarmos um segundo sal ou um ácido que fornece um dos mesmos íons - um “íon comum” – a uma solução saturada de um sal,então o equilíbrio tende a se ajustar, diminuindo a concentração dos íons adicionados.
A solubilidade do sal original decresce e ele precipita. A diminuição da solubilidade provocada pela adição de um íon comum é chamada de efeito de íon comum
SEMANA 7
Aula 25 - Cinética química
Cinética química
O estudo das velocidades das reações químicas é chamado de cinética química. Na cinética química estamos interessados no processo, nos detalhes das mudanças que os átomos e moléculas sofrem durante as reações e as velocidades de cada etapa.
A cinética química nos oferece ferramentas para estudar as velocidades das reações químicas em nível macroscópico e em nível submicroscópico. No nível submicroscópico permite a compreensão da natureza e dos mecanismos das reações químicas. Em nível macro, as informações da cinética química permitem a modelagem de sistemas complexos, por exemplo como os que acontecem no nosso corpo e na atmosfera.
Velocidades das reações
O que queremos dizer por “velocidade” de uma reação química?
Seria a variação da concentração de um dos reagentes ou produtos dividida pelo tempo que a mudança leva para ocorrer. Assim como a velocidade pode mudar com o tempo, definimos a velocidade média da reação como a variação da concentração molar de um reagente, R, Δ[R] = [R]t2 – [R]t1, durante o intervalo de tempo Δ t = t2 – t1
A velocidade média única da reação a A + b B -- c C + d D é qualquer uma das quatro quantidades iguais seguintes:
Velocidade instantânea da reação
A maior parte das reações desacelera à medida que os reagentes são consumidos.
Para determinar a velocidade em um determinado instante traça-se a tangente no ponto correspondente do gráfico de concentração versus tempo. A inclinação datangente é chamada de velocidade instantânea da reação.
Lei de velocidades e a ordem da reação
As leis de velocidade das reações de decomposição de N2O5 e NO2 são diferentes, mas ambas têm a forma velocidade = constante x [concentração]a
Com a = 1 para a reação de N2O5 e a = 2 para a reação de NO2 exemplo de uma reação de primeira ordem, porque sua velocidade é proporcional à primeira potência da concentração (a = 1). A decomposição do NO2 é um exemplo de uma reação de segunda ordem, porque sua velocidade é proporcional à segunda potência da concentração(a =2). Se dobrarmos a concentração de um reagente em uma reação de primeira ordem a velocidade da reação dobra. Se dobramos a concentração de reagente em qualquer reação de segunda ordem, aumentamos a velocidade da reação por um fator de 22 = 4.
Os experimentos mostram que a decomposição ocorre com velocidade constante até toda a amônia ter desaparecido. Sua lei de velocidade é: velocidade de consumo de NH3 = k
Esta decomposição é um exemplo de reação de ordem zero, uma reação em que a velocidade (enquanto houver reagente) não depende da concentração.
Mecanismos de reações
Saber como uma reação ocorre em nível molecular responde muitas questões importantes. Quais os eventos moleculares que ocorrem na conversão de ozônio em oxigênio ou transformam a mistura de combustível e ar em dióxido de carbono e água, quando ela sofre ignição em um motor?
Mecanismo em uma etapa: Duas moléculas de O3 formar três moléculas de O2
O3 + O3 O2 + O2 + O2
Etapa 1 O3 O2 + O
Etapa 2 O + O3 O2 + O2
Muitas reações ocorrem a partir de uma série de reações elementares. A molecularidade de uma reação elementar indica quantas espécies de reagentes estão envolvidas nessa etapa
Velocidades e equilíbrio
No equilíbrio, as velocidades das reações direta e inversa são iguais. Como as velocidades são funções de constantes de velocidade e de concentrações, devemos encontrar uma relação entre as constantes de velocidade das reações elementares e as constantes de equilíbrio da reação total
A constante de equilíbrio de uma reação elementar é igual à razão entre as constantes de velocidade direta e inversa da reação ou, no caso das reações em muitas etapas, à razão entre o produto das constantes de velocidade diretas e o produto das constantes de velocidade inversas.
aula 26 - Cinética química e aplicações
Modelos de reações
As leis de velocidade e as constantes de velocidade permitem a compreensão dos processos moleculares das mudanças químicas.
Vimos como as leis de velocidade mostram detalhes dos mecanismos de reação.
Efeito de temperatura
As velocidades das reações químicas dependem da temperatura. A observação qualitativa é que muitas reações acontecem mais rapidamente quando a temperatura aumenta.
As duas constantes, A e Ea , são conhecidas como parâmetros de Arrhenius da reação e são determinadas experimentalmente. A é chamado de fator pré-exponencial, e Ea é a energia de ativação. A e Ea são praticamente independentes da temperatura, mas dependem da reação que está sendo estudada.
Teoria das colisões
Imaginamos que uma reação só pode ocorrer se os reagentes se encontram.
O encontro de duas moléculas em um gás é uma colisão, e o modelo que estamos prestes a construir é chamado de teoria das colisões. Nesse modelo,supomos que as moléculas se comportam como bolhas de bilhar defeituosas: quando elas colidem em velocidades baixas, elas ricocheteiam, mas podem se despedaçar quando o impacto tem energia muito alta. Se duas moléculas colidem com energia cinética abaixo de um certo valor, elas simplesmente ricocheteiam. Se elas se encontram com energia superior a esse valor,
ligações químicas podem se quebrar e novas ligações podem se formar.
Vamos chamar de Emin a energia cinética mínima necessária para a reação.
Quando a temperatura é T e as massas moleculares são MA e MB velocidade média relativa é
A frequência de colisão é maior quanto maior forem as velocidades relativas das moléculas e, portanto, quanto maior for a temperatura.
Teoria do estado de transição
Embora a teoria das colisões se aplique às reações em fase gás,podemos ampliar alguns de seus conceitos para explicar por que a equação de Arrhenius também se aplica a reações em solução.
Quando em solução, as moléculas não correm velozmente pelo espaço e colidem, mas se movem juntamente com as moléculas de solvente e permanecem nas vizinhanças umas das outras por períodos relativamente longos. A teoria mais geral que explica esse comportamento, e que também se aplica às reações em fase gás, é chamada de teoria do estado de transição (teoria do complexo ativado). Essa teoria aperfeiçoa a teoria das colisões ao sugerir um modo de calcular a constante de velocidade mesmo quando as exigências estéricas são significativas.
Na teoria do estado de transição, uma reação só ocorre se duas moléculas adquirem energia suficiente, talvez do solvente ao redor, para formar um complexo ativado e atravessar uma barreira energética.
Aceleração das reações
Suponha que queremos aumentar a velocidade para uma determinada concentração ou área superficial sem alterar a temperatura catalisadores
Uma substância que aumenta a velocidade sem ser consumida na reação.
O nome vem da palavra grega que significa “decompondo-se ao se aproximar”. Muitas vezes apenas uma pequena quantidade de catalisador é necessária, porque ela age muitas e muitas vezes.
Um catalisador acelera uma reação fornecendo um caminho alternativo –um mecanismo e reação diferente – entre reagentes e produtos. Esse novo caminho tem energia de ativação mais baixa do que o caminho original.
Um catalisador homogêneo está na mesma fase dos reagentes. Um catalisador heterogêneo está em fase diferente da dos reagentes.
Catalisadores industriais
Os conversores catalíticos de automóveis usam catalisadores para garantir a combustão rápida e completa do combustível que não foi queimado nos cilindros.
Os catalisadores microporosos são catalisadores heterogêneos que, devido à grande área
superficial e especificidade, são usados em conversores catalíticos e muitas outras aplicações especializadas. As zeólitas, por exemplo, são aluminossilicatos microporosos com estruturas tridimensionais que contêm canais hexagonais ligados por túneis.
Os catalisadores podem ser envenenados ou inativos.
Catalisadores biológicos: as enzimas
As células vivas contêm milhares de tipos diferentes de catalisadores,dos quais cada um é necessário à vida. Muitos desses catalisadores são proteínas chamadas de enzimas, moléculas muito grandes que têm um sítio ativo semelhante a uma cavidade onde a reação acontece.
Esse refinamento do modelo original chave-fechadura é conhecido como mecanismo de ajuste induzido da ação enzimática.
A cinética das reações enzimáticas foi estudada pela primeira vez pelos químicos alemães Leonor Michaelis e Maud Menten no início do século XX.
Aula 27 - Eletroquímica e aplicações
Reações REDOX
Uma corrente elétrica é o fluxo de elétrons por um circuito. Quando a corrente é gerada quimicamente, os elétrons saem de uma região em que ocorre oxidação e viajam até uma região em que ocorre redução. A oxidação e a redução estão envolvidas na geração de correntes elétricas, as reações redox estão no centro da discussão da eletroquímica.
A transferência de elétrons de uma espécie para outra é hoje reconhecida como a etapa essencial da oxidação e os químicos definem oxidação como sendo a perda de elétrons, desconsiderando as espécies para as quais os elétrons migram.
O nome redução referia-se à extração de um metal de seu óxido, comumente do óxido de ferro (III) pelo monóxido de carbono usada na produção de aço:
Fe2O3(s) + 3 CO(g) -- 2 Fe(l) + 3 CO2 (g)
A reação redox é a combinação de oxidação e redução.
Número de oxidação
Os químicos encontraram uma maneira de seguir o caminho dos elétrons atribuindo um “número de oxidação” a cada elemento. O número de oxidação,Nox, é definido do seguinte modo:
A oxidação corresponde ao aumento do número de oxidação.
A redução corresponde à diminuição do número de oxidação.
Uma reação redox, portanto, é qualquer reação na qual os números de oxidação se alteram.
Quando o magnésio se combina com o cloro, os números de oxidação mudam:
Pode-se ver que o magnésio se oxidou e o cloro se reduziu. De forma semelhante, na reação entre o brometo de sódio e o cloro.
Oxidantes e redutores
O oxidante em uma reação redox é a espécie que promove a oxidação e é reduzida no processo.
O agente redutor em uma reação redox é a espécie que provoca a redução e é oxidada no processo.
Por exemplo, quando um pedaço de zinco é colocado em uma solução de cobre (II), a reação é
Como o zinco se oxida, o metal zinco é o redutor nessa reação e, como o cobre se reduz, o íon cobre (II) é o oxidante.
Meias-reações
Para escrever e balancear as equações de reações redox é preciso considerar os processos de redução e de oxidação separadamente. A oxidação é a perda de elétrons e a redução é o ganho de elétrons.
Uma meia-reação é a reação de oxidação ou de redução considerada separadamente. Uma meia-reação de oxidação mostra a remoção de elétrons de uma espécie que está sendo oxidada em uma reação redox.
Por exemplo, Volta usou placas de prata e zinco em uma de suas pilhas voltaicas para fazer a reação.
Zn(s) + Ag+ (aq) + 2 Ag (s)
Para descrever a oxidação do zinco, explicitamente, temos: Zn(s) --Zn2+(s) + 2 e-
Para descrever a redução da prata. Explicitamente, temos: Ag+ (aq) + E- --Ag(s)
Meias-reações
As meias-reações expressam as duas contribuições (oxidação e redução) de uma reação redox completas.
Uma meia-reação de oxidação é uma maneira conceitual de representar uma oxidação: os elétrons nunca estão realmente livres.
As espécies reduzida e oxidada, juntas, formam um par redox.
Nesse exemplo, o par redox é Zn2+ e Zn, e é representado por Zn 2+/Zn.
Um par redox tem sempre a forma Ox/red, em que Ox é a forma oxidada da espécie e Red é a forma reduzida. Na equação de meia-reação de redução, o par redox é Ag+/Ag.
Balanceamento de reações redox simples
Como os elétrons não podem ser perdidos nem criados em uma reação química,todos os elétrons perdidos pela espécie que está sendo oxidada se transferem para a espécie que está sendo reduzida. Como os elétrons têm carga, a carga total dos reagentes deve ser igual à carga total dos produtos. Ao balancear a equação química de uma reação redox, precisamos balancear as cargas e os átomos.
Por exemplo, na equação iônica simplificada da oxidação do metal cobre a íons cobre (II) pelos íons prata:
A equação parece estar balanceada, porque o número de átomos de cada espécie é o mesmo nos dois lados. Entretanto a carga total dos produtos é diferente da dos reagentes. Cada átomo de cobre perdeu 2 elétrons e cada átomo de prata ganhou só um.
No balanceamento de uma equação química de uma reação redox que envolve íons, a carga total de cada lado também deve estar balanceada.
Células galvânicas
Uma célula eletroquímica é um dispositivo em que uma corrente elétrica – o fluxo de elétrons através de um circuito – é produzida por uma reação química espontânea ou é usada para forçar a ocorrência de uma reação não espontânea. Uma célula galvânica é uma célula eletroquímica em que uma reação química espontânea é usada para gerar uma corrente elétrica.
Como pode uma reação espontânea ser usada para gerar uma corrente elétrica?
A célula de Daniell é um exemplo antigo de célula galvânica que usa a oxidação do cobre pelos íons zinco, como na reação acima. Ela foi inventada pelo químico britânico John Daniell, em 1836, quando o avanço da telegrafia criou a necessidade urgente de uma fonte de corrente elétrica confiável e estável.
Descrevemos simbolicamente a estrutura de uma célula com o auxílio de um diagrama da
célula, a partir das convenções da IUPAC, usadas por cientistas de todo o mundo.
Células eletrolíticas
As reações redox que têm energia livre de Gibbs de reação positiva não são espontâneas, mas a corrente elétrica pode ser usada para fazê-las ocorrer.
A eletrólise é o processo usado para forçar uma reação na direção não espontânea com auxílio de uma corrente elétrica. A célula eletrolítica é a célula eletroquímica na qual ocorre a eletrólise. O arranjo dos componentes das células eletrolíticas é diferente do arranjo da célula galvânica. Em geral, os dois eletrodos ficam no mesmo compartimento, só existe um tipo de eletrólito e as concentrações e pressões estão longe das condições padrão.
Para forçar uma reação em um sentido não espontâneo, a fonte externa deve gerar uma diferença de potencial maior do que a diferença de potencial que seria produzida pela reação inversa.
Aplicações
As células eletroquímicas têm papel importante na purificação e na preservação de materiais metálicos. As reações redox são muito usadas pela indústria química para extrair os metais de seus minérios. Entretanto, as reações redox também corroem os materiais que a indústria produz. O que as reações redox conseguem produzir, elas podem destruir.
Uma aplicação importante da eletrólise é a produção do metal sódio pelo processo de Downs, a eletrólise do sal-gema fundido:
A eletrodeposição é a deposição eletrolítica de um filme fino de metal sobre um objeto. O
objeto a ser recoberto (metal ou plástico coberto por grafita) é o catodo, e o eletrólito é uma
solução, em água, de um sal do metal a ser depositado.
A eletrólise é usada industrialmente para produzir o alumínio e o magnésio, para extrair
metais de seus sais, para preparar o cloro, o flúor e o hidróxido de sódio, e para refinar o
cobre. Ela é também usada na eletrodeposição.
A corrosão é a oxidação indesejada de um metal. Ela diminui a vida útil de produtos de aço, como pontes e automóveis, e a substituição do metal corroído custa muito. A corrosão é um processo eletroquímico e a série eletroquímica nos dá uma indicação do porquê a corrosão ocorre e como ela pode ser impedida.
O principal responsável pela corrosão é a água. Uma meia-reação que devemos levar em conta é
A forma mais simples de impedir a corrosão é pintar a superfície do metal, para protegê-la da exposição ao ar e à água. Galvanizar é cobrir com um filme compacto de zinco. Assim, o zinco se oxida e não o ferro.
Para grandes estruturas pode-se usar a proteção catódica. Um bloco e um metal mais fortemente redutor do que o ferro, como o zinco ou o magnésio, pode ser enterrado no solo úmido e ligado ao encanamento subterrâneo que se deseja proteger.